Capítulo Trinta e Um.

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A rotina da família Tomlinson era a mesma todos os dias. Nada se alterava, exceto por caso fortuito ou força maior.

Aos sábados, Felicite era a primeira a acordar. Charlotte que estava de passagem pela cidade, pois tinha que voltar para a universidade na segunda-feira, era a segunda a acordar. Ficavam na sala, conversando ou olhando para a TV. Johannah acordava em seguida, não demorando muito. Fazia o café com ajuda das duas, recheando a mesa. Daisy e Phoebe eram as quartas, que se juntava para montar o desjejum.

E por fim, Mark Tomlinson acordava em seguida.

Naquela manhã, Felicite fez algo diferente. Ela e as gêmeas acordaram juntas, seguidas de Charlotte. Johannah estava já na cozinha, preparando as torradas com mel, que as filhas tanto adoravam. 

A casa da família Tomlinson era uma das últimas da cidade, situada em um bairro classe média. O jardim da frente era extenso, com vista para a cidade. O pequeno American Bully delas, Tommy, acendeu as orelhas quando elas saíram pela varanda.

— Fizzy, o que foi? — As gêmeas reclamaram — Está frio aqui fora.

— Por que aquele carro está parado ali desde manhã? — Ela apontou para uma caminhonete.

— Deus, deve ser só a droga do vizinho — Charlotte bocejou — Vamos voltar para dentro, estou com fome.

— Não, não é o vizinho — Felicite insistiu — É alguém. Eu sei que é.

A neve começou a cair quando a porta da caminhonete se abriu. Felicite e sua touca de porquinho estavam no meio do jardim. As gêmeas e Lottie estavam ali atrás, olhando para tudo.

— Mamãe — Phoebe gritou — Mamãe, por favor!

Johannah largou a faca quando escutou os gritos da sua filha.

— Meu Deus, o que foi... — Ela abriu a porta de bater, quando sua mão cobriu sua boca.

Louis estava ali, abraçando Felicite que chorava.

Daisy largou o cobertor que estava encima de seus ombros, e correu para abraçar o irmão. Lottie fez o mesmo e de repente, a casta Tomlinson estavam ali, deitada na grama molhada. Abraçados, feito uma família.

Como deveria ser.

Louis chorava juntamente, quando segurou o rosto das irmãs.

— Olhe para vocês, encrenqueiras — Ele riu — Eu nunca reconheceria vocês se as vissem na rua.

Felicite se jogou encima dele, escondendo seu rosto no pescoço de Louis. Ela soluçava.

— Você voltou, voltou pra gente — Ela falava como se não acreditasse — Meu irmãozinho...

— Louis...

Os irmãos olharam para trás. Johannah agarrava-se no seu cardigã, apertando. Havia lágrimas em seus olhos, a saudade e o arrependimento corroendo em seu peito. Não via seu filho há dez anos. 

Louis se levantou. Caminhou até a sua mãe, e sorriu quando parou na frente dela. Jay levou as suas mãos quentes e maternais ao rosto do filho. Tocou a barba com carinho, vendo os olhos lagrimosos do filho.

— Sunshine... — Ela começou a chorar — Me desculpe meu sunshine...

Louis a puxou para um abraço. Lá, no íntimo toque de mãe e filho, eles começaram a despejar toda a lamúria que passaram. A corrida de Johannah atrás do filho adolescente, a dor de vê-lo partir.

— Mãe — Ele murmurava — Está tudo bem... Está tudo bem... Estou aqui, por favor não chore...

— Eu não deveria ter te deixado partir — Ela levantou a cabeça — Eu falhei como mãe.

Alabama Song ➳ Larry versionOnde histórias criam vida. Descubra agora