Eu quero que você...

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Na minha vida, o que é bom demora uma eternidade pra acontecer.

Mas eu nunca planejei ter meu primeiro beijo com Park Jimin. Ele estava tão perto, tocando o nariz pequeno no meu com extrema delicadeza, me encarando a milímetros de mim, como se ansiasse me ter. E ele também era tudo que eu queria, naquele instante, por mais que fosse estranho admitir.

— Vamos lá, Boneca... me diga o que você quer. Eu te prometi que não te obrigaria a nada.

É claro que ele testaria meus limites até o último fio de cabelo. Se não fosse assim, não seria Jungkook e Park.

— Ugh... — resmungo, virando o rosto, sentindo minha paciência se esgotar aos poucos, mas seu indicador não abandona meu queixo, me mantendo perto dele.

— Você está sentindo dor? — pergunta, com um tom de voz baixo, puxando meu braço até apoiar em seu ombro.

— Só meu nariz... — respondo, tentando não encarar seus olhos.

— Então, deveria tirar os óculos e deixar ele se recuperar, não é? — sussurra, já fazendo todo o serviço enquanto eu me deixo levar, chegando mais perto de seu calor, sentindo todo o meu corpo corresponder, ao mesmo tempo que abraço sua nuca e contenho o impulso de subir para o seu colo. Mas não leve para o outro lado, eu só queria beijar aquele maldito. — Eu gosto tanto desses seus olhos... — murmura, selando meu pulso, apoiado próximo ao seu rosto. — E eles ficam ainda maiores quando usa esses óculos, que são a sua cara — continua, apontando com a cabeça para a armação no móvel de cabeceira.

Sua mão pousa em meu joelho, que já está por cima de suas pernas, deslizando por minha coxa por um instante apenas, antes de voltar ao lugar. Estou a um passo de desistir de tudo, subir em cima dele e beijar essa boca pecaminosa de uma vez. Minha garganta está secando, mas eu já salivo, sabendo que experimentaria um pouco de Park Jimin.

E, nessa agonia, acabo indo com tudo em sua direção.

Com tudo mesmo, mas só consigo tocar seus lábios por um segundo, antes de sentir a dor no nariz ascender e reverberar até a cabeça novamente.

— Ai! — reclamo alto, me sentando em suas coxas e apertando o rosto, tentando diminuir a dor.

— Ah, cuidado! — ele diz, segurando minha cintura. — Eu vou arrancar a pele daqueles imbecis! — exclama, segurando meus pulsos com delicadeza, para ver meu rosto mais de perto e melhor.

— Hm... — eu choramingo vergonhosamente, deixando um bico triste se apossar de meus lábios.

— Não coloca a mão em cima, Boneca.

— Mas tá doendo muito! — respondo, sentindo meus olhos se inundarem, enquanto repito palavrões mentalmente para aliviar a raiva, porque cientificamente dá certo. Como resposta, ele apenas acaricia minha cintura, enquanto eu sinto a dor ir embora e diminuir, ainda gemendo um pouco. — Por que está rindo? — questiono, irritadiço, vendo o sorriso crescer em seu rosto.

— Não é de você... Mas você é uma pessoa muito engraçada — ele responde, mexendo em minha franja.

— Uhum, você não aguentaria um dia no meu lugar! — é o que respondo, mas fecho a boca em seguida, sentindo a pontada no nariz. — Ai!

— Você deveria estar descansando por ter tomado remédio, mas eu estou aqui.

— E o que tem a ver? — quase me desespero em perguntar.

— Tem a ver que nosso primeiro beijo literalmente quase te matou — brinca, acariciando minha pele enquanto eu estreito os olhos em sua direção.

— Que beijo? Eu não vi beijo nenhum, tá bom?

De pernas pro ar | REPOSTANDO CORRIGIDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora