Quando meus olhos de manhã se abriram
Fecharam-se de novo, deslumbrados:
Uns peixes, em reflexos doirados,
Voavam na luz: dentro da luz sumiram-se...Rua em rua, acenderam-se os telhados.
Num claro riso as tabuletas riram.
E até no canto onde os deixei guardados
Os meus sapatos velhos refloriram.Quase que eu saio voando céu em fora!
Evitemos, senhor, esse prodígio...
As famílias, que haviam de dizer?Nenhum milagre é permitido agora...
E lá se iria o resto do prestígio
Que no meu bairro eu ainda posso ter!...