Capítulo 22

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________∆Camomila∆ _________

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________∆Camomila∆ _________

O sol já raiava quando Pietra colocou sua última mala dentro do carro. O abraço apertado entre a família e a Agente acompanhou uma promessa de que voltaria para visitá-los em breve. De volta a estrada tentou não pensar nos últimos acontecimentos, porém ao ver a placa de despedida de Boise um pensamento lhe ocorreu.

Lutou tanto para conseguir sair da cidade e ir em busca de seu sonho e agora estava se perdendo em meio a sentimentos confusos. Passou anos fantasiando como seria sua vida no FBI que quando passou no teste para a academia de Nova York foi parar no hospital porque literalmente desmaiou de tanta emoção.

Seria corajosa o suficiente para colocar tudo em risco por um cara?

E era esse o problema, não se tratava de um cara qualquer. Era o Ben. O cara do qual os olhos lhe passavam paz e a boca incendiava seus nervos, a voz arrepia sua pele e o toque levava à perdição.

_ O que você tá fazendo Pietra? - sussurrou pra si mesma- Como eu deixei chegar a esse ponto?!

Ao menos em uma coisa não tinha dúvidas, se tivesse que escolher entre ele e seu trabalho a resposta era clara.

O Trabalho.

Qualquer escolha diferente dessa seria como pisar nos anos que passou estudando e humilhar a antiga Pietra que sofreu na academia para se tornar Agente. Nunca colocaria ninguém acima de si mesma.

No entanto pensar em Ben numa cela fria e escura, comendo os restos de comidas fazia seu estômago se revirar. Não queria perdê-lo mas não podia arriscar mais seu emprego como andou fazendo nesses últimos meses.

Sua relação com Bernardo ultrapassa a linhas do antiético e para agravar, colocava Pietra na lista de suspeitos.

Estava decidida, teria que pôr um fim nisso. Iria seguir as ordens como sempre vinha fazendo antes de conhecê-lo.

Ao ver a fachada de tijolos avermelhados de seu prédio um grande alívio tomou seu peito, nada lhe aconchegava mais do que estar sã e salva em casa. E para variar estar com seu juízo de volta. Entrou no apê deixando as malas no canto entre o sofá e a estante de livros, não dispunha de qualquer ânimo para desfazê-las.

Aceitando por fim que estava fora do caso, resolveu ir até a sede para usar a academia. Não era algo que lhe agradava mas com o conforto de seu apartamento vinha o vazio desconfortável dele. Além disso estava cansada de gastar energia pensando em Bernardo.

Passou pelo Jon's inspirando o aroma adocicado da mistura de bebidas, considerava-o quase como um segundo lar. Atravessou o corredor chegando ao saguão do FBI e não se poupou tempo descendo direto para o subsolo.

_ Oi Bertolazzi, o de sempre ?- Agente George perguntou assim que a viu entrar, sem esperar uma resposta ele caminhou até a Ak-47 colocando-a no balcão.

_ Não, queria algo diferente hoje. Ainda tem as Nakatas ?- perguntou vendo os olhos do Agente brilharem, com pressa ele pegou a caixa de vidro retirando médias facas roxas e pretas de arremesso que repousava sobre no tecido de veludo da caixa.

Pietra às pegou se dirigindo para o paredão de tiro ao alvo, alguns Agentes praticavam com diferentes armas. Variam de arco e flechas modernizados até estilingues de dados explosivos.

_ Agente Bertolazzi- um rapaz a chamou, não o conhecia e pelo broche prateado acreditava ter sido transferido de outra sede- O Agente Dietze está te procurando e pediu para que a senhorita fosse até a sala dele.

_ Ok se o ver diga a ele que não me encontrou, obrigada!- agradeceu saindo antes que o Agente pudesse argumentar.

Se posicionou em frente a parede onde contornos de corpos humanos estavam traçados como miras para os arremessos. Pietra alinhou seu corpo de uma forma que sua cabeça permaneceu mirando a parede mas o restante estivesse para lado esquerdo. Nas mãos girava a faca entre os dedos em um vai e vem arriscado.

Facas foi a primeira arma que aprendeu a manusear na academia e depois de ser escorraçada por seu treinador passou madrugadas em claro treinando, todos os dias por toda a semana. Isso a tornou boa com coisas afiadas, mesmo que preferisse sua pistola invés delas.

Se concentrou focado totalmente em sua respiração, levou uma das mãos até atrás de sua orelha direita e então arremessou com força observando-a girar até cravar na cabeça do alvo. Repetiu o processo se livrando de todas as facas que possuía em mãos, ao fim fechou um de seus olhos avistando-as alinhadas dentro do círculo.

_ Como você pode ser boa com armas e facas?- ouviu Erick perguntar caminhando até ela. Imaginou que o novata contaria a ele que a encontrou na academia por isso economizou perguntas a ele.

_ Soube que estava me procurando- continuou a fitar as facas tentando esconder a chateação em sua voz.

_ Sim, tem casos novos entrando e vou te direcionar a um. Se quiser dar uma olhada nos arquivos eles estão na minhas sala- ele explicou parando ao seu lado. Erick a conhecia há bastante tempo para saber que estava aborrecida, mesmo que suas feições continuassem neutras e indiferentes a ele.

_ Tudo bem, mais tarde passo por lá - respondeu. Tornou a caminhar até a parede retirando as facas para que pudesse arremessá-las novamente.

_Erick! Vim trazer os papéis assinados- Martín berrou entrando no subsolo, ao ver a companhia do supervisor ela abriu um longo sorriso- Pietra! Estava lendo seus relatórios sobre o caso do Holfward e são bons, vão me ajudar muito !

"Que?" encarou o rosto ardiloso da Agente.

_ Então foi pra você que direcionaram o caso do Bernardo? - Martín parecia estar prestes a explodir de felicidade ao ouvir as palavras serem ditas pela moça - Que decadência ! - sussurrou voltando a atenção para as facas.

_ Alguém tem que terminar o que você não conseguiu - ela entregou as folhas de papéis ao Erick que apenas observava em silêncio acostumado as intrigas das duas. -Aliás, eu estava rastreando ele esse final de semana e adivinha?! Ele estava em Boise, convenientemente adivinha onde a Pietra estava?- ela perguntou apontando pra um novato que também observava o discurso da Agente.

_ Boise?..- ele respondeu envergonhado.

_ exato!- ela concluiu direcionado um olhar superior e dissimulado para Pietra. A despreocupação da outra que apenas voltava a girar a faca entre os dedos aumentou a irritabilidade de Martín

Os outros faziam silêncio para ouvir a conversa, ver duas Agentes de uma patente alta junto a um supervisor discutindo no meio da academia não era comum e rapidamente se tornou atração para o restante. Impassível Erick não emitia qualquer som ou expressão diante as acusações da Agente.

_ O que vocês estavam fazendo juntos, se você está fora do caso?- ela questionou inconvenientemente, a luxúria e entusiasmo de expor a outra na frente dos colegas de trabalho preencheu os olhos caramelados de Martín. Ela mal conseguia esconder o orgulho no longo sorriso que exibia.

_ Eu também me questiono a mesma coisa !- Erick murmurou.

[Continua]

Madrugando por aqui...

Como Seduzir Um MafiosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora