16 - Halloween

601 78 32
                                    

- Você não passa um tempo aqui há quase uma semana - a garota reclama.

- Eu estou ocupado trabalhando - falo rindo.

- Mas é Halloween - ela diz. - Não quer ficar e ver um filme de terror comigo?

- Filme de terror? Quem te disse que eu gosto de filme de terror?

- Vamos, vai ser legal. Só hoje, Tae, por favor - ela faz um biquinho.

- O.K. - falo depois de pensar um pouco, não vai me matar, vai? - Então, depois do trabalho, eu venho e a gente assiste, pode ser?

- Eba, pode sim. Eu vou estar te esperando - ela me abraça. - Até daqui a pouco.

- Até.

- Vou deixar a porta aberta.

- Não faça isso - digo. - É perigoso.

- Não é não. Eu sempre deixo aberta.

Nego com a cabeça.

- Pare de ser descuidada, por favor.

- Eu não sou - ela diz. - Você que é preocupado de mais.

- Sou mesmo. Apenas tome cuidado, o.k.?

- O.K.

Saio da casa voltando para a pizzaria e, de novo, o Sr. Lee me manda lavar o chão. Agora já é o normal. Toda noite, faço poucas entregas e limpo a pizzaria. Suspiro, realmente não é isso que quero fazer da vida.

Está tarde e eu estou cansado. Sento no chão para descansar e fecho os olhos por um momento. Mas uma mão no meu ombro me faz gritar e levantar rápido.

- Calma - Kwan fala rindo. - Sou eu.

- Nunca mais faça isso - peço.

- Certo.

Ficamos em silêncio.

- O que foi? - pergunto.

- Quê?

- O quê queria me dizer? - pergunto.

- Ah sim... Qual seu nível de desespero para arranjar um emprego? - ele pergunta.

- Eu aceito qualquer coisa que me dê um salário fixo - digo.

- Bom... Eu consegui um emprego pra você - ele diz com cuidado.

- O quê? Sério? Quando? Onde?

- Olha... não é o melhor trabalho...

- Eu já disse que aceito qualquer coisa que me pague no final do mês.

- Você vai me prometer que vai lá apenas para trabalhar, sem olhar para ninguém, falar com ninguém, nem se envolver com ninguém, entendeu?

- Que tipo de trabalho é esse? - pergunto assustado.

- Preste atenção - reclama. - O que você não vai fazer lá?

- Não posso olhar para ninguém, nem falar com ninguém, nem me relacionar com ninguém - repito de modo a expressar meu desinteresse nisso.

- Ótimo.

- Mas que trabalho é esse? - pergunto de novo.

- É como garçom.

- E por que eu não posso falar com ninguém? - pergunto confuso. - Garçons...

- É num bordel, TaeHyung - ele me interrompe.

- Num o quê? - pergunto confuso.

- É isso mesmo, num bordel.

- Ah... - ficamos uns segundos em silêncio. - O que é um bordel? - pergunto e ele me encara incrédulo.

Forever - KTHOnde as histórias ganham vida. Descobre agora