A Descoberta

1.2K 123 3
                                    

A praça principal de Volterra já estava quase deserta quando Jane parou em seu centro e olhou ao seu redor. Haviam alguns corpos humanos espalhados em alguns cantos, embriagados ou drogados demais para conseguirem retornar para casa, contudo, não havia sinal algum de qualquer vampiro forasteiro naquela parte da cidade.

Todavia, a noite parecia conspirar a favor dela, pois Heidi e Santiago haviam encontrado um vampiro caçando na parte mais distante de Volterra, e, na tentativa de fugir deles, ele acabou sendo executado. Teria como a situação ficar melhor? Aquele vampiro, tendo feito alguma vítima ou não, teria sobre suas costas todos os acontecimentos daquela noite e Aro nunca o tocaria para saber o que realmente aconteceu.

Jane conhecia todos os vampiros da Guarda muito bem para saber como reagiriam, e já esperava que a dupla se gabasse diante dos três mestres, pois um feito em defesa do clã era sempre bem recebido e elogiado por Aro e nenhum vampiro gostava de ter o líder da Guarda recebendo a glória que não lhe pertencia.

Faltava apenas uma ponta solta naquele momento, somente uma coisa que poderia entregar os acontecimentos daquela noite: a mente descuidada do camaleão, que não sabia nada sobre o clã e não estava fazendo esforço nenhum para limpar os rastros do evento daquela noite.

Maximilian se aproxima da vampira lentamente, observando o céu limpo e estrelado como se não o contemplasse há muito tempo. Alec aproxima-se de ambos alguns minutos depois, olhando para o céu por pura curiosidade, apenas para ver o que o camaleão via de tão interessante no céu.

— As estrelas ficam ainda mais bonitas de se observar longe das cidades – comenta Maximilian, quebrando o silêncio.

— Elas são bonitas – sussurra Alec, chamando a atenção da irmã para o alto.

As estrelas cintilavam no manto noturno como se festejassem por alguma coisa, fazendo a vampira se perder em suas belezas por longos minutos. Jane odiava a natureza, odiava o verde das florestas e bosques, e odiava os animais fofinhos que se escondiam nelas. Porém, ela gostava do céu noturno, adorava a calma escuridão que o envolvia, apreciava a lua em todas as suas fases e admirava as estrelas, que, mesmo quando as nuvens tentavam esconder suas existências, nunca deixavam de brilhar.

O camaleão retira os olhos do céu, encontrando o rosto de Jane e sorrindo ao vê-lo tão relaxado e calmo. Ela era linda quando estava zangada e sensual quando caçava, mas ali, naquele instante, uma nova face dela estava se mostrando, o semblante gentil de alguém que não sentia raiva, que apenas contemplava algo belo sem esperar por maus presságios.

— Acho melhor partirmos, não há mais nada a fazer aqui – comenta Alec, calculando que o Sol deveria começar a nascer em, mais ou menos, uma hora e meia.

Jane baixa o olhar dos céus, encontrando os olhos de Maximilian a observá-la e o sincero sorriso em seus lábios. Ela fecha o semblante em uma carranca, esperando que aquilo pudesse afastar "o que quer que fosse" que ele estava pensando ou pretendendo fazer naquele momento, mas fazendo-o rir levemente.

— Você me deve um obrigado, sabia? – comenta ele, somente para provocá-la.

— Dê-se por satisfeito eu contar-lhe como desviar do poder de mestre Aro! – lança ela com certa irritação, fazendo o sorriso dele murchar e os olhos se arregalarem de surpresa.

— Poder? Que poder?

— Está brincando? – pergunta Alec. – Ninguém lhe contou sobre o dom dele?

— Que poder? – questiona novamente, sentindo sua pele se arrepiar em alerta, como se seus instintos lhe dissessem que ele não iria gostar daquela resposta.

Coração GeladoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora