Passaram-se dois dias e duas noites. Em uma delas, a chuva caía forte do lado de fora da senzala. Dandára cantava para sua menina dormir, a abraçava, e também a beijava apaixonada, um amor de mãe, algo que Dandára jamais havia sentido.
Ouvi-se um grande barulho e a senzala foi invadida.
- Dandára?! - Gritou o capataz Cipriano.Dandára levantou-se com pressa envolvendo a menina em seus braços.
- O que quer?- Fale direito comigo, escrava! Venha para fora, junto com sua menina, é uma ordem!
- Mas está chovendo... O que ela fará lá fora com um bebê nos braços? - Questionou Cila.
- Saia para fora da senzala também, velha Cila. Os outros continuem aqui dentro!
Dandára temeu, abraçou sua filha com mais força.
- Não! Eu não vou.
- É uma ordem do patrão, se você não for por bem, irá por mal. Venham, as três!Dandára olhou assustada para Cila, e a mulher tentou acalmar o coração da filha. Obedeceram, e saíram para fora, tentando se manter protegidas embaixo de algumas madeiras que faziam um tipo de cobertura.
Leôncio as esperava.
- Senhor, o que faz aqui?
- Eu vim falar com Dandára, dona Cila. Pedi que a senhora estivesse presente.
Dandára, depois de muito tempo, voltou a olhar para Leôncio.
- O que queres comigo?
- Eu... Eu vim para buscar a menina.
- O quê?!
- Eu soube do nascimento dela. Meu pai foi generoso, e permitiu que eu vinhesse buscá-la para lhe dar tudo que tem direito: Uma vida confortável, boa educação...
- Já se esqueceu que está casado?
- A minha esposa aparentemente não pode ter filhos, e por isso aceitou criar a menina. Ela será nossa filha, minha e da Eugênia.
Essa fala de Leôncio entrou como um punhal no coração de Dandára.
- Quer levar a minha filha e ainda por cima dar uma nova mãe para ela? A mãe dela sou eu! Essa filha é minha! Não tenho culpa se sua esposa não tenha filhos, mas eu sei que não será a minha!
- Não torne as coisas mais difíceis do que já estão sendo, Dandára. Prometo que Eugênia será a mãe mais carinhosa que puder, e eu vou amá-la, afinal é minha filha! Pense nas coisas que ela terá, na vida que vou oferecer para ela no casarão. Terá boa comida, educação, será bem criada! Quer vê-la crescer na senzala?
- Não... Mas minha filha eu não dou! - Ela começou a chorar. - Eu te imploro, Leôncio... Não me deixe longe da minha filha!
- Meu pai prometeu não tirá-la daqui, com a condição de que ficará longe da menina. Ela crescerá achando que é filha de Eugênia, mas terá tudo que precisa na vida.
- Ela precisa do amor de uma mãe de verdade, e a mãe verdadeira dela sou eu!
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O Caminho Para A Liberdade [REESCREVENDO]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, a mais bela das moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o mesmo...