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O caminho de volta é embalado pelas playlists de country folk que Seth Rowan tem em sua conta do Spotify. Não digo a ele, mas gosto do seu estilo musical. Combina com Seth, o garoto nascido no Colorado e criado na Inglaterra.
Não falamos muita coisa, mas acredito que seja por causa da exaustão. Às vezes pergunto a ele sobre alguma música só para que ele não durma. Não sei se as batatas e a carne que comemos no Juicy Lucy's causa o mesmo efeito em Seth, mas estou completamente embebida de letargia.
Encosto a cabeça no vidro, acompanhando a formação das nuvens escuras escondendo o por do sol. De fora de Seven Heavens eu descobri um novo tipo de céu: o vermelho. Acima de nós, uma aquarela cor de sangue começa a perder a batalha contra a chuva que se aproxima.
― Seven Heavens não tem muitas crianças. ― Seth quebra o silêncio entre nós.
― Você está pensando em povoar Seven Heavens com descendentes?
― Não. ― Uma de suas longas risadas se estende. Quando olho para ele, Seth está concentrado na estrada vazia que temos a nossa frente. ― É que a cidade envelheceu. Há tantos idosos, não? Você não acha que seria bom se a cidade ganhasse coisas como um hospital decente? Ou, eu não sei, uma casa de repouso. E... Pessoas. Pessoas novas. Quando todos os alunos de St. Vincentti forem embora, quem vai povoar a cidade?
― Ninguém vai embora, Seth. Não é todo mundo que tem uma chance. E aqueles que saem sempre voltam. Vocês voltaram, não foi?
O céu começa a ganhar tons de caramelo queimado. Eu nunca vi um daqueles antes. Sorrio para a janela, olhando para cima. Um resto de energia pulsa dentro de mim e me faz tocar o ombro de Seth.
― Você pode parar um minuto?
― Quer fazer xixi?
― Não! ― Deixo uma risada escapar. Ele sorri, mordendo o lábio inferior e estacionando vagarosamente. ― Eu quero correr.
