Cap. 41

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- Por que a surpresa meninos? Laine e eu nos amamos, isso iria acabar acontecendo mais cedo ou mais tarde - Geovane argumenta tomando as mãos frias de ansiedade da companheira para aquecê-las com sua serenidade.

- Não acham que estão indo rápido demais? Dando um passo maior que a perna? Afinal, acabaram de se conhecerem! - Ane objeta com certa tranquilidade na voz, após um custoso disfarce.

- Nunca é cedo ou tarde o bastante para o amor, Ane. As coisas acontecem quando têm que acontecer. Veja você e a Talita - pondera - Ela largou a cidade que idolatrava para vir morar num Estado completamente diferente por sua causa.

Talita olha de soslaio para Ane com um brilho de: “ Seu pai tem toda razão.”

- Eu sei que é difícil para vocês aceitarem uma desconhecida em suas casa, da mesma forma que também será difícil para os meus filhos conviverem com o Geovane tão recentemente - Laine se introduz no assunto tentando controlar o nervosismo a favor de si mesma. - Mas eu só aceitei o convite do Geovane porque ele insistiu muito. Minha casa está com um sério vazamento na encanação, e como a Marjorie precisa de cuidados especiais, não achei conveniente continuar morando lá enquanto a reforma está sendo realizada - a menina abaixa a cabeça, visivelmente envergonhada da sua própria deficiência e do trabalho que acha dar as pessoas. Ane e Talita a olharam comovidas. - Eu ia alugar um lugar, mas sabe como seu pai é teimoso?

- Para quê ter gastos com um aluguel exorbitante, se nosso apartamento é grande e cômodo para abrigar confortavelmente a todos? - ele reforça de maneira racional.

- Mas amor, não queremos incomodar... - insiste, incomodada com o olhar pesado de sua enteada sobre si.

- Não vão. É um prazer recebê-los em nossa casa, não é mesmo Ane, e Talita? - Geovane franze a testa já zangado com a reação da filha.

- Por mim tudo bem! - Talita dá de ombros. - O Geovane está certo. O apartamento tem espaço de sobra.

Ane aperta a mão dela em protesto ao seu consentimento, dá um risinho forçado para não decepcionar o pai e anui:

- Por mim também.

- Se der tudo certo, logo iremos nos casar e moraremos todos juntos definitivamente - Geovane beija a mão da amada.

- Então a experiência será engrandecedora - Ane comenta no fundo torcendo para dar errado por puro ciúmes e desconfiança.

- Então estamos combinados. Amanhã mesmo cuidaremos da mudança - Geovane finaliza.

- Posso comer agora? - Talita pergunta com olhos minguados.

Eles riem dela. Ela simplesmente desdenha e vai para a cozinha.

(...) Os dias decorrem rápido como a água de um rio fluindo por entre as pedras. A implicância de Ane parece cada vez pior. A eterna ruiva quer controlar tudo dentro da casa e a todos se dependesse da sua vontade.

Francislaine é uma advogada requisitada e sempre está ocupada lidando com casos complexos na área trabalhista.

Certa manhã, a madrasta e o pai já haviam ido para o trabalho.

Como tinha o coração mole, Talita se ofereceu para levar Edgar e Marjorie ao colégio todos os dias para poupar tempo aos mais velhos, e Laine os busca na hora do almoço. Ane ficara extremamente irritada com a gentileza exagerada da namorada, quando faz questão de não facilitar para a mulher e seus filhos caprichosos.

O garoto, que na verdade já é um rapaz que está para completar seus dezenove anos, sendo repetente do último ano do ensino médio graças a sua rebeldia juvenil sem motivo aparente, e que por isso, Laine o proíbe de fazer várias coisas, como ter um carro e dirigir, coloca os pés na mesa de café da manhã para provocar a irmã postiça.

Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico) Where stories live. Discover now