Você precisa dormir

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A noite cobria o céu de negro com seu belo manto negro cheio de pontos brancos e uma bela lua, Jaskier anotava algumas idéias para suas novas histórias que iriam ser tocada pelo seu bardo.


Um tanto distante da fogueira em que o bardo estava, o bruxo de olhos dourados por vezes se pegava observando o outro quando o mesmo estava distraído. Nesses últimos dias ele não conseguia dormir tendo que ouvir comentários preocupados de seu companheiro, mas não era só aquilo que lhe incomodava, não entendia o porquê de se sentir tão estranho perto do bardo, parecia que suas atitudes preocupadas eram até adoráveis para o bruxo, ou em como ele sorria em momentos de silêncio apenas para quebrar a tenção.


Fitava a fogueira com um olhar distante, nem percebeu a presença de Jaskier que estava a sua frente acenando como se tentasse tirar Geralt daquele transe.


– Geralt! – chamou dessa vez surtindo efeito, vendo o bruxo piscar e agora olhar para si. O bardo estava abaixado na sua frente já que estava sentado em um velho tronco caído.


– Qual é o problema agora? – perguntou fazendo o bardo entristecer o olhar, por que isso doeu tanto? Geralmente costumava ignorar Jaskier mas agora, por que estava sendo tão difícil?


– Você não dorme à dias, está mais emburrado que o normal e por vezes vejo você cambaleando para os lados. Geralt, você não está bem. – Levantou ainda mantendo seu olhar nos orbes dourados.


– Eu estou bem, não me enche o saco, Jaskier. – cuspiu fechando os olhos e respirando fundo para não ser mais rude.


– Não! Que droga Geralt! Não encherga qu...– Sua voz saiu gritada, nesse momento o bardo foi puxado pela mão para o colo do homem de cabelos prateados. Ficando de frente para ele, suas mãos pousaram no peito do mesmo enquanto as mãos pálidas o segurava pela cintura.


Ambos os rostos muito próximos, com aqueles olhos intimidadores de um lobo branco faminto fixados nos seus. Jaskier sentiu seu rosto purpurear com tudo aquilo e não sabia o que fazer, queria falar algo para quebrar aquela tenção mas nada saía de sua boca, seu coração acelerou feito lebre correndo de um predador, diferente de Geralt cujo os batimentos cardíacos eram quatro vezes mais lentos que de uma homem normal.


Aquele clima foi quebrado pelo bruxo que juntou seus lábios com os contrários, sentindo a maciez dos mesmos. Jaskier hesitou por alguns segundos não acreditando que aquilo estava acontecendo consigo, logo cedeu ao selar particularmente calmo do lado do bruxo. Sentiu os ombros tensos do lobo branco agora aliviarem com o toque do bardo, o gosto doce de seus lábios e seu cheiro único e suave apenas o amansavam mais.

Aquele ósculo se tornou mais profundo quando o seu companheiro permitiu que a lutra língua invadisse sua boca, explorando cada cantinho de forma hábil deixando o bardo sem ar. Tendo os dois que separar o beijo pela ausência do precioso ar.


Jaskier lhe fitava com as bochechas rubras pela vergonha, o bruxo sentindo o sono querer lhe pegar, encostou sua cabeça na curva do pescoço do menor sentidos os dedos finos lhe acarinhar os fios brancos.


– Está... Com sono agora, Geralt? – perguntou ainda assimilando o que acabara de acontecer, não evitando um sorriso contido.


– Sim. – Respondeu sentindo um sorriso quase invisível desenhar em seus lábios.

cedro e cerejaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora