Capítulo 22

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O vestido rosa que eu tanto queria rasgar está em seu corpo, o tecido apertado realçando as curvas que eu tanto beijei e a bunda que tanto tentei resistir. Seus movimentos são tão cativantes quanto o balanço de seus longos cabelos vermelhos alaranjados, o modo como ela mexe o quadril é quase hipnótico.
Ela deveria dançar assim só para mim.
Me aproximo rápido, encarando com raiva cada pessoa do sexo masculino que tenta se aproximar dela e me dando por satisfeito ao conseguir tocar sua cintura. Mia apenas se vira, os olhos fechados e a boca com um leve espaço entre os lábios, as luzes coloridas criando pequenos pontos em seu rosto.
Ela é tão bonita.
A puxo para mais perto, protegendo a mesma dos outros e me sentindo aliviado por tê-la tão perto de mim. O perfume adocicado que tanto gosto exala de seu pescoço, o cheiro de álcool e morango saindo dentre os lábios marcados pelo batom vermelho. Chego um pouco mais para frente com o pescoço, seguindo os movimentos do seu corpo para a manter colada a mim. Quando meus lábios tocam a pele delicada de sua nuca é como se a mesma reconhecesse meu toque, colocando suas mãos ao redor do meu pescoço. Molho os lábios com a ponta da língua, percebendo que ela finalmente abriu os olhos, me deixando fascinado com as íris cinza azuladas focadas em mim.
- Andrew ... - o sussurro se perde em meio ao barulho da música, não antes que eu possa ouví-lo.
Sorrio simples, feliz por ela não ter me afastado após me reconhecer.
Claro que ela não te afastou Grayson, está bêbada !
Ignoro os pensamentos escuros em minha mente, querendo aproveitar cada segundo dessa aproximação calorosa e poder sentir toda aquela emoção de a ter em meus braços. Meu corpo se arrepia quando as unhas dela arranham minha nuca, os olhos famintos me instigando a encarar sua boca com mais desejo do que eu pensava. Sem conseguir me controlar avanço sobre seus lábios, quase explodindo ao provar de sua boca. Meu sangue cheio de adrenalina, viciado em cada pedaço, cada mínimo pedaço dela. A perfeita combinação do daiquiri de morango brincando em nossas línguas, nossos corpos em chamas implorando um pelo outro. Fecho meus braços ao seu redor, a prendendo contra mim para que ela sinta o quanto me deixa louco com apenas um beijo e fico quase extasiado quando a mesma suspira em minha boca, excitada, vítima da luxúria.
- vamos para casa ruiva. - Mia apenas acena positivo com a cabeça, olhando fielmente no fundo dos meus olhos.
Ainda grudado a ela, a trago comigo durante o caminho para deixarmos a pista de dança para ter certeza de que ninguém se atreveria a tocar em um fio de cabelo dela.
- vai sair sem me agradecer ? - olho na direção do bar, vendo Anthony agarrado a duas garotas.
Suspiro pesado, engolindo o orgulho para agradecer a ele.
- obrigado.
As sobrancelhas dele se erguem, o típico sorriso irônico aparece e eu entendo aquela deixa como um sinal que isso não sairá de graça.
Uma hora ele irá me cobrar pela ajuda.

" "

Assim que consigo abri a porta do apartamento ajeito a garota ruiva em meus braços, quase sem conseguir respirar por conta dos beijos molhados que são depositados em meu pescoço. Os botões da minha camisa se perderam no caminho, deixando meu peito nú e exposto para  Mia se aproveitar. A puxo para dentro do lugar, chutando a porta ao ser pego de surpresa quando ela pula em meu colo, prendendo as pernas ao redor de minha cintura. Seguro firme em suas coxas, alisando a pele macia, matando a saudade de apertar sua carne. Quando os dedos dela puxam meus cabelos é o momento exato em que eu me perco, andando com passos firmes até meu quarto e agradecendo por ter deixado a porta aberta.
Os cabelos dela se espalham pelo lençol escuro, o vermelho parecendo uma chama acesa em meio a toda escuridão.
A minha escuridão.
Ergo um pouco o tronco, usando o apoio dos cotovelos para melhor olhar para ela. Os lábios inchados pelo beijo, as bochechas vermelhas pela excitação, as pupilas ainda dilatadas pelo álcool ainda presente em sua corrente sanguínea. Os seios dela oprimidos pelo vestido justo, chamando mais atenção do que o necessário e me deixando mais duro a cada segundo que eu os encaro. Devagar, saio de cima dela no intuito de tentar gravar cada instante desse momento. A forma com que ela respira é sexy demais, ver seu peito subindo e descendo rapidamente por estar sedenta pelo sexo é uma visão paradisíaca, algo que deveria ser proibido a meros mortais.
Mas ainda bem que não é.
Me inclino para a frente devagar, puxando os sapatos de salto de seus pés, um de cada vez, sem deixar se olhar diretamente para seu rosto. Largo os saltos no chão, removendo a camisa de meu corpo de uma vez e sorrindo safado ao vê-la se remexer. Tiro os sapatos dos pés junto com as meias, vendo a mesma molhar os lábios rapidamente antes que eu suba devagar na cama, ficando de joelhos para abrir o botão da calça. Apanho uma camisinha no pequeno compartimento escondido na madeira da cama, algo que eu mandei preparar especialmente para evitar atrasos em situações como essa, e agora mais do que nunca vejo que foi um bom investimento. O olhar dela sobre meu membro é instigante, principalmente pelo fato do mesmo estar doendo de tanto tesão reprimido durante esse tempo separados. Desço o zíper rápido, arrancando a peça das minhas pernas e novamente sendo surpreendido por uma atitude repentina da ruiva.
Ela também sente saudades.

Nós dois, de joelhos na cama com as bocas unidas.
Eu precisava disso.
Ela precisava disso.

Levando uma das mãos para trás encontro o zíper do vestido dela, o abaixando devagar para aumentar sua expectativa. Ela geme conte minha boca quando a peça se solta e eu a puxo com cuidado, deixando a apenas de calcinha na minha frente.
Estava com saudades de ver a renda em sua pele.
Algumas mechas estão caídas em seu rosto, deixando seu olhar ainda mais hipnótico do que seus movimentos na boate, tanto que não demora até muito para meus dedos intervirem e colocarem os fios atrás de sua orelha.
- eu senti tanto sua falta. - sussurro, fechando os olhos ao tocar a pele macia de sua bochecha, os abrindo logo.
- eu também amor.
Sem aguentar mais um segundo sequer eu a beijo, aproveitando de sua boca o máximo que a mesma me permitir. Provando seu pescoço em seguida, beijando essa pele tão delicada quanto a pétala de uma flor. Passo o braço esquerdo para a segurar, deitando a devagar para saciar a fome que existe em nosso interior.
A sensação é tão fodidamente boa quanto eu me lembrava, estar dentro dela é como ir ao céu sem ter medo da queda. Os gemidos baixos que escapam de sua garganta são o que mais me deixam excitado, perplexo com o quanto ela é maravilhosa em tudo. Meu coração se esforça para bombear o sangue fervente, se esforça para não me deixar morrer em um momento de amor como esse.
Um momento que vai me marcar por muito mais tempo do que os chupões deixados em meu corpo.
Acelero, reconhecendo com vigor o prazer que estou proporcionando a ela... E ela a mim.
E como está !!
A embalagem vazia da camisinha incomoda a palma da minha mão direita, tanto que eu a jogo para longe da cama de uma vez. Mia geme alto, me arrancando um rosnado de apreciação.
Eu estou bem agora.
Com uma rachadura a menos no coração.

A observar enquanto dorme é algo que me tira o sono, o rosto sereno coberto de sardas é uma das coisas mais bonitas que eu já pude ter o privilégio de ver. A respiração dela na está calma, o lençol não esconde suas curvas e muito menos o quanto essa garota é sensual.
E inteligente.
Devagar eu me levanto da cama, querendo encarar o céu e me questionar mais o uma vez o motivo dela ter pedido um tempo e hoje ter dormido comigo. Descalço mesmo saio do quarto, perdido em meus pensamentos e chateado por minha negligência.
Eu deveria ter a levado para casa, a deixado em sua cama sã e salva e não ter a trazido para cá, ainda mais  bêbada, para matar nossos desejos um pelo outro.
Coço os olhos, caminhando devagar até o piano negro na sala de estar. Encostando nas teclas deixo que o som acabe com os pensamentos ruins,  a cada nota é como se cada lembrança dessa noite voltasse.

A ligação de Anthony
O encontro inesperado com Mia
A maneira como nos amamos depois de tento tempo separados.

Tudo foi tão perfeito que eu tenho medo de ir ao paraíso e descer ao inferno em questão - não de segundos - mas de algumas palavras. Mesmo depois de tudo, depois de todo o amor que fizemos sei dolorosamente que Mia ainda pode querer se manter longe, se dar o tempo que me pediu e quem sabe, daqui a algum tempo, voltar definitivamente para mim.
Eu estou rezando por isso, rezando todos os dias para que a minha ruiva volte a ser minha de verdade.
Inteiramente Minha.

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