Cap. 62

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A equipe está posta na sala planejando o ataque. Eles param o que faziam para observarem os visitantes.
Talita sai da sombra do amigo. Geral a avalia com admiração e surpresa, num misto de decepção e fúria.

Ane se levanta do sofá; onde estava sentada ao lado de Marjorie, e vai até a esposa.
Para em sua frente. A olha de baixo a cima. E frustando as expectativas dos presentes, que esperam um abraço, um beijo, ou os dois, e intensas lágrimas da ruiva, ela esbofeteia o rosto da vaqueira. Um golpe de cada lado da face. Começa a socar o colo dela, a empurra, e lhe dá tapas pelos braços.

- Ordinária! Maldita! Eu te odeio, Talita! - grita cuspindo ira.

Felício e Adriano a seguram pelos braços.

- Calma, Ane! Não é com violência que as coisas irão se resolver minha filha! - Geovane intervém.

- Tudo bem. Ela tem todo o direito de me agredir, de estar com raiva. - Talita confessa com um olhar penetrante. - Eu fui embora porque eu quis. Quero deixar isso bem claro a todos...

- Como tem coragem de assumir sua covardia! - Geovane após essa revelação também perde a postura e se altera.

Ane não consegue mais segurar o pranto e desaba.
Iaska, e Marjorie a tomam pelos ombros e a levam para se sentar.

- Eu vou pegar uma água para você - Marjorie anuncia convicta, segue rapidamente para a cozinha e não demora a retornar.

Um silêncio tenso ainda reina no ambiente mas é rompido pela mestra da casa.

- E você Adriano! Não esperava uma traição do meu melhor aluno! - Nair aponta com certa mágoa na voz.

- Eu sinto muito. As coisas fugiram do nosso poder. Situações extremas, exigem medidas extremas. Mas, posso afirmar que minha intenção foi boa, apesar de tudo... - explica-se cabisbaixo porém nada envergonhado ou arrependido.

- Só acho que não deveríamos perder tempo com ressentimentos - Felício se faz ouvir. O silêncio se instala no cômodo novamente, incluindo ruídos materiais e astrais - O nosso inimigo está solto, e não está nessa sala. - olha de Adriano para Talita como se adivinhasse o que ela pretende concretizar e a entendesse. - O perigo é real, e devemos agir. E agir munidos por sentimentos de rancor, só nos levará ao fracasso. Sei que não devemos ser coniventes com os erros, e nem tentar achar uma maneira de justificá-los, mas como em todo e qualquer ser humano, eles existem. Somos falhos. Nossa equipe sofreu um abalo, isso é fato, mas temos nas mãos uma oportunidade de nos redimir, e concertar o que for possível, recuperar a confiança, e a lealdade acima de tudo. Pois, embora, desconhecemos, cada um possui seus motivos particulares para tomar decisões. Mesmo, que elas nos atinjam, e nos façam sofrer. O melhor nem sempre é carregado de sorrisos. Sabemos disso. Depois da tempestade, vem a bonança, e só então podemos refletir com mais serenidade e discernimento. E acabaremos por compreender os acontecimentos, que nos fizeram chorar, e hoje nos fazem rir.

A equipe assente. Felício e sua sabedoria advinda de séculos de existência pelas galáxias, acalmam os ânimos do grupo, e os despertam para o foco da questão e do que terão que realizar.

- Certo. Há algo que ainda não sabemos?! - Nair fixa a dupla, agora totalmente concentrada na missão.

- Beatrice nos estipulou 24 horas para resgatar Edgar. Ele sai livre e seguro, se me tiver como prêmio.

Laine leva a mão a boca para conter o choro.

- Não posso acreditar que Beatrice ainda vive, e que foi capaz de chegar a tanto porque não consegue aceitar a doença. Oh meu Deus! E o Edgar, nunca irá me perdoar!

Minha Cowgirl na Cidade ( Sáfico) Where stories live. Discover now