Erros e Acertos

1.2K 97 113
                                    

Anne Shirley-Cuthbert

Acordei com o pessoal lá no quarto. Diana, Billy, Cole, Jerry e até a Jane estavam aqui. Mas se a Jane está, cadê a Ruby? Já desconfio de onde ela esteja. Jane estava abraçando meu braço tão forte que quase não conseguir me soltar. Quando finalmente saí da cama, peguei uma roupa no guarda-roupa e fui direto pro banho. Me arrumei como sempre, e me preparei pra prova de hoje. Eu não sabia qual seria, mas eu espero que seja mais legal do que catar moedas em piscinas. Não quis acordá-los, eu precisava de um tempo sozinha. E falar com o Gilbert.

Fui pro dormitório masculino e abri a porta do quarto do Gilbert abruptamente. Meio falta de educação a minha, mas não consegui conter a minha emoção. Enquanto analiso o quarto, Moody e Ruby estavam abraçadinhos dormindo. Fofos. E o banheiro estava com um barulho de chuveiro ligado. Gilbert deve ter escutado eu entrando, porque em seguida grita:

–Tem alguém aí? –faço silêncio. O escuto praguejar algo, e ele abre a porta só com uma toalha na cintura.

–A-Anne. Oi. O que está fazendo aqui? –encaro aqueles lindos olhos verdes, aparentemente confusos. O beijo rapidamente e sem aviso. Não evoluímos, foi apenas um selinho. Me afasto devagar, e ele me olha com uma expressão surpresa.

–Eu estou gostando de você, eu acho. –coloco minhas mãos no bolso do short, enquanto altero o peso de equilíbrio dos meus pés. –E... eu nunca gostei de alguém assim, sabe? Eu... uh, não esperava estar t-te dizendo isso porque você é uma das pessoas mais metidas que eu já conheci na vida. –ele percebe meu nervosismo, e ri em seguida. –Não entendi a graça, babaca.

–Eu sou a primeira pessoa que você se declara? –cruzo os braços.

–N-não estou me declarando. Só estou dizendo o que eu acho. Inclusive, acho você cadelinha da Winifred.

Com isso, percebo que Moody e Ruby já estavam acordados, e acompanhavam nossa conversa.

–Eu não sou cadelinha dela. Pelo contrário. E se eu fui, não sou mais. –ergo uma sobrancelha.

–Ah é? Então prova. –me aproximo um pouco dele. –Sabe por que eu digo que você é cadelinha, Gilbert Blythe? Porque abandona os próprios amigos pra ficar com uma garota insuportável, e de brinde ainda leva ela pra casa. –aponto o dedo na cara dele, e ele enraivece o olhar.

–Eu gosto de ajudar pessoas! Não gosto que elas fiquem sozinhas, e a Winifred precisava de companhia! Ela foi pra festa só pra encerrar um ciclo. –me acalmo um pouco quando ele diz isso. Um pouco.

–Que ciclo, Gilbert? –ele demora de responder.

–Nosso laço. –fico perplexa. Eles tinham um laço? –Ela foi pra dizer que gostava de mim, e eu falei que não podia mais corresponder.

–E por que não? –ele toca a minha bochecha.

–Porque eu não paro de pensar em você. –escuto um "own" da Ruby e do Moody, e coro.

–Você é bom nisso, né? –ele ri. E que risada gostosa.

–Se você diz, estou completo. –selamos nossos lábios e desta vez foi um beijāo. O beijo estava diferente, mas um diferente bom. Gilbert Blythe era um sonho, com certeza.

Antes de sairmos do quarto, espero Gilbert se vestir no banheiro, e desço com ele em seguida. Ruby e Moody ficaram lá se arrumando ou fazendo outra coisa. Tomamos café juntos, e Gil começou a falar.

–Sabe, eu fiz 60 perguntas ontem. Você faz as 40 e estamos quites. –ele termina a frase com um sorriso sarcástico, e eu bato no braço dele.

–Vai achando. Você vai me ajudar também. Afinal é a sua universidade, não a minha. Isso tudo é amanhã! –ele bebe um gole de café.

Eu te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora