Junho
O mar da glamorosa praia de Copacabana era visível pela janela daquele grande apartamento, ainda que estivesse de noite. As luzes da grande metrópole carioca deixavam o quarto menos escuro do que estava, sendo possível admirar a luxuriosa mulher, que de inocente só tinha a idade, com semblante de quem estaria prestes a devorar sua próxima presa.
Ela estava de pé, em frente a cama, segurando seu chicote como se estivesse prestes a usá-lo. Suas lentes azuis eram quase escondidas pela máscara preta de gatinho; sua peruca castanha de tons avermelhados estava solta, apesar do pescoço preso por uma coleira de couro. Vestia um corpete de látex, uma calcinha e meia-calça transparente presa por uma cinta-liga, ademais de botas de látex com um salto perigoso.
— Você vem sendo um menino muito malcomportado, não é, Amaranto?
O homem, por outro lado, estava deitado na cama, de pernas e braços abertos. Suas duas mãos e pés estavam presos por uma corda nas laterais da cama, deixando seu corpo semi-nu exposto. Corceu tentava erguer o pescoço para conseguir visualizar sua namorada, que estava se aproximando, enquanto se segurava para não ter um orgasmo só de ouvir sua voz falando de modo tão erótico.
— Eu perguntei se você vem sendo um menino mau! — Lia exclamou, batendo o chicote na madeira da cama.
— E-Eu venho sendo, sim! E daí? — ele respondeu, soltando uma risada irônica. — Não tem nada que você possa fazer pra impedir isso.
— Ah, não tem? — Soltou um olhar ameaçador. — Eu vou fazer você se arrepender de ter dito essas palavras.
Lia foi até a lateral da cama, onde subiu, cravando seu salto no colchão e ficando de pé. Corceu estava entre suas pernas, completamente paralisado. A morena, então, de um jeito lento, agachou-se na altura de seu abdômen, curvando sua coluna para aproximar-se com seu rosto do dele, mordendo seu próprio lábio.
E os dois teriam continuado no mesmo clima, se não fosse pela voz de uma terceira pessoa:
— CORCEU!
— Ah, não! — o homem resmungou, com ódio. — Droga...
— Ah não, mesmo! — Lia exclamou no mesmo tom, saindo da cama e se dirigindo, com passos rápidos, para a sala. — Agora essa mulher vai ouvir!
— Ei, Lia! — gritou em desespero. — Me desamarra antes, caramba!
Lia Almeida tinha um relacionamento de um ano e oito meses com Corceu Amaranto, quem havia se divorciado oficialmente há seis meses. Estavam morando juntos na casa onde antigamente ele vivia com sua ex-esposa, Louise, desde a firma do divórcio.
Muito embora tivessem uma relação séria, Lia somente o provocava. Não tinham tido relações sexuais pela jovem ter dezessete anos, apesar de fazerem algumas encenações eróticas juntos.
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First - Eu nunca achei que seria capaz de amar
HumorEm um Rio de Janeiro pós-apocalíptico (depois da vitória de Bolsonaro), os jovens iniciam o segundo ano do ensino médio em grande estilo. O colégio Laranjeiras conta com funcionários que se metem em mais confusões que seus próprios alunos, entre ele...