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— Eu vou me permitir perdoar.

Minhas mãos ainda estavam contra as do meu namorado quando, com convicção, afirmei que abriria meu coração para perdoar meus pais por tudo que aconteceu. Eu ainda estava um pouco trêmulo por conta das expectativas — e igualmente o medo — que minha mente estava criando sobre o que eles tinham para me dizer, mas decidi não deixar isso me abalar. Não hoje.

Hoje eu vou passar por cima disso.

Eu finalmente vou...

— Lindo... — Jimin disse, de repente. Quando suas mãos foram até minha cabeça, fazendo carinho, acabei olhando para seu rosto, me sentindo encantado. — Vou ficar muito orgulhoso de você... não importa o que aconteça quando vocês conversarem, isso nunca vai mudar. Eu sempre vou sentir orgulho de você, Jeonggukie.

Senti minhas bochechas queimarem por suas palavras... e não era um queimar de vergonha ou timidez. Era de felicidade. Era de um sentimento bom e amoroso, um sentimento de orgulho.

Orgulho de mim.

Eu simplesmente amo me sentir assim...

— Obrigado, Jimin hyung... — eu disse, suspirando quando ele deu um beijo carinhoso em meus cabelos. Ah, seus beijos... — Assim que terminar de falar com eles, vou te ligar e te contar tudo, hyung... — eu disse, baixinho, ganhando um beijinho no meio da minha testa.

Senti Jimin se afastar sutilmente dos meus cabelos, parando de beijá-los. E antes que eu o abraçasse e pedisse por mais carinho — eu sou carente, ok? —, Jiminnie ficou de pé na minha frente, e com um semblante diferente, me olhou.

O olhei da mesma maneira, esperando por suas palavras:

— E se você... — ele começou, pressionando seus lábios gordinhos. — Ao invés de me ligar... você pode ir para a minha casa.

Ergui minhas sobrancelhas, surpreso.

— Sério? — perguntei porque... puxa, faz muito tempo que não vou pra casa dele.

Antes, eu sempre estava lá, mas isso mudou muito nos últimos meses por motivos óbvios. Por isso me senti tão surpreso...

— Sim... eu tenho que acabar de esvaziar meu quarto e você pode me ajudar. Aí podemos pedir uma pizza, comer na cama... no colchão, quer dizer. Eu vendi minha cama — ele disse, me fazendo rir baixinho. — E você dorme lá... você quer?

Dormir... com Jimin hyung...

Meu coração palpitou. Eu quero tanto isso... eu sinto tanta falta de passar meus dias com Jimin, de abraçá-lo, de acordar ao seu lado... ouvi-lo me convidar e perceber que posso fazer isso de novo faz meu peito esquentar de emoção e alívio. É como se meu coração dissesse, com toda a saudade que sinto, um "Finalmente"...

Olhando nos olhos do meu hyung, percebi que ele sentia o mesmo. Afinal, suas pupilas estão brilhando mais do que as estrelas...

As minhas provavelmente estão do mesmo jeito.

Por isso, não hesitei em aceitar com toda vontade e sinceridade existente em mim:

— Eu vou, hyung. — Dei um sorriso largo. — Assim que eu terminar de falar com eles, vou arrumar minhas coisas e ir... eu posso passar o fim de semana, se você quiser...

Jimin deu um sorriso tão, tão grande que seus olhos se fecharam lindamente. E, me deixando completamente bobo de amor, se aproximou e me abraçou — sentando de lado e de um jeito fofinho nas minhas pernas no processo.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora