Capítulo 13 - Plano de Vingança

266 28 14
                                    

05h00 horas da manhã, era isso mesmo que os meus olhos viam no meu relógio digital de mesa, ao lado da minha cama, no quarto que ficava na minha sala de trabalho no Quartel, e eu não havia pregado os olhos nem por um segundo sequer. Tentar dormir com a cabeça cheia de coisas, problemas e acima de tudo; uma traição que veio como um golpe de faca certeiro no coração não era uma tarefa nada fácil. Outrora Marck Ribeiro era tudo o que vinha em minha mente durante aquele momento de penumbra no meu quarto.

Me levantei, tomei um banho rápido, vesti uma cueca limpa, coloquei o meu uniforme de Sargento e peguei meu telefone. Eu hesitei por segundos em fazer aquilo, mas a verdade é que eu precisava de fato de ajuda para executar aquela punição que eu tinha em mente. Não, aquela situação não ia de forma alguma ficar como estava. O que fizeram com o cadete Ribeiro, eu precisava agir e mostrar que algo como aquilo não se fazia, e que o melhor remédio para uma agressão era uma punição à altura.

– Daniel, tudo bem? Conseguiu dormir alguma coisa? — Era eu no telefone, eu havia discado o número de chamada do Daniel, pois ainda precisava dele.

– Oi Sargento, eu estava dormindo na verdade. Você não dormiu, tá com aquela voz que eu já conheço bem. — Ele responde, confirmando o óbvio ali.

– Sim, é verdade. Os novatos espancaram o cadete Marck Ribeiro nessa madrugada, por minha causa, cara. Eu preciso fazer alguma coisa quanto a isso. — Eu passava a mão na testa enquanto falava, limpando o suor que de mim saia. Não parecia que eu havia acabado de tomar banho.

– Sério Sargento? Esse já é o segundo caso de agressão no Quartel. Olha, eu sei que é muito errado mas eu não discordo de você. Você precisa tomar uma providência logo. — Ele responde do outro lado daquele telefone.

– Você pode vir para o Quartel daqui a pouco? Eu preciso de você para montar um pequeno plano e colocar em prática. Eu na verdade já sei o que vou fazer, e você sabe bem que o Sully não vai gostar nada disso, mas que se dane. Ele logo se ferra também. — A cada palavra que eu dizia era um pingo de suor que escorria do meu rosto.

– Eu estou com você, cara. Eu chego aí em quinze minutos no máximo, positivo? — Ele responde, me dando um pouco de ânimo e apoio.

– Afirmativo cabo Freitas. Olha, toma cuidado ao dirigir a essa hora, por favor. — Porque eu falei aquilo afinal?

– Pode deixar, Marcelo. Até logo. — Ele responde e eu desligo a chamada em seguida.

Aquilo me deixou completamente confuso. Porque eu falei com ele daquela forma? Eu estava mesmo sentindo uma certa saudade do Daniel? Eu fiquei mesmo com pena do que eu o falei mais cedo? Mas espera aí! Eu fui o traído nessa história, sou eu que devia algum pedido sincero de desculpas, mas a julgar pelos sentimentos do Daniel para comigo, eu sabia que o pedido de desculpas, de perdão dele era real, era sincero.

A minha cabeça me deixava muito confuso naquele momento, me fazendo esquecer por alguns minutos porque eu de fato o chamei para o quartel tão cedo. Tento esfriar um pouco a cabeça, saio do meu quarto e vou no refeitório, eu precisava de cafeína, de um café bem forte para acordar o corpo e os sentidos. Cheguei ao refeitório, não havia ninguém ali, peguei um copo descartável e enchi de café de uma das garrafas do local, me direciono agora para a enfermaria.

O pensamento estava nele, só nele, era uma preocupação latente em meu peito que parecia não ter fim. Chegando em frente a enfermaria, eu relutei por alguns segundos em bater na porta daquele quarto onde estava o cadete Marck Ribeiro. Eu levantei a mão para bater naquela porta, mas desisti no caminho, ficando parado em pé de frente ali com um copo de café na mão.

– Marck Ribeiro... Porque eu estou pensando tanto em você agora? O que está havendo com você, Marcelo Braz? — Eram os meus pensamentos me questionando o mundo inteiro que eu vivia.

Batalhão 16: A Lista de Fogo (Romance & Mistério) - Livro 2Where stories live. Discover now