Hunter

XXIV - Einleitung

O que eu tenho a perder ?

Claus pensava enquanto tentava dormir, noites de insônia já não eram novidade para ele, tentava digerir as informações que as gêmeas lhe impuseram, mas olhando bem isso o fez entender muita coisa, o melhor caminho era aceitar a oferta, afinal os demônios existentes não se resumem apenas aos irmãos de Myrllan.

Claus pretendia se vingar, Myrllan já estava morta mas aquele outro irmão ainda vivia, infelizmente, para mata- lo Claus devia acabar com todos eles.

Na manhã do outro dia ele saiu, já estava sentindo falta de sua motocicleta, mas nada que duzentos quilômetros por hora não resolvessem. A área leste da cidade era onde viviam os mais ricos, haviam ruas longas ladeadas por casarões de dois, três e até quatro andares, sabia- se que muitas delas estavam para serem vendidas ou alugadas, os moradores estavam deixando a cidade devido aos acontecimentos dos últimos meses.

Logo após uma encruzilhada havia um grande terreno vago de ambos os lados da rua, mais a frente do que seriam três quarteirões havia uma casa, parecia velha mas se conservou durante o tempo, era feita de madera escura e não parecia ter mais de quatro cômodos. Uma pequena sacada separava a escada de três degraus da porta.

Claus veio devagar com a motocicleta, por um caminho formado por arbustos quase sem folhas e pedregulhos, ainda não estava totalmente convicto de que Margoth e Vyolet eram confiáveis, ele deixou o farol alto para anunciar sua chegada e estacionou a poucos metros da entrada e então esperou.

- Por que demorou tanto? Já são quase nove da manhã. - A voz de Margoth ele reconheceu mas não soube identificar onde estava.

- Apareça logo. - Ele respondeu sem descer da moto.

- Mas estou aqui, você que é lerdo e não me vê !- Ela zombou.

Claus manteve o silencio, se concentrou para procurar a fonte do som da voz dela, então notou um inseto aracnídeo, uma aranha escura de quase dezessete centímetros se esticava em meio aos galhos retorcidos de um dos arbustos, ela tinha patas longas e peludas com dois anéis roxos em cada uma e apenas dois olhos ao contrário das aranhas normais.

- Você pode se transformar em serpente também ? Para combinar com sua língua . - Claus desceu da moto a desligou.

O Aracnídeo saltou e caiu no chão perto da roda da frente, logo pôs- se a crescer e se desfigurar até que revelou ser a garota que Claus conhecia.

- Pronto para o treinamento ?

- Se não estivesse nem teria vindo.

Claus sentiu um estouro abrupto em sua barriga antes de ser empurrado para trás pelo chute até cair sobre as gramíneas escuras do começo do jardim escuro, a dor que veio foi quase tão intensa quanto a de ter a carne cortada várias vezes, em questão de dois segundos Margoth estava novamente a sua frente, Claus se contorcia, seu abdômen parecia ter sido despedaçado.

- Doeu ? - Disse ela enclinando o rosto.

Margoth o pegou pelo pescoço ignorando sua agonia e o levantou do chão.

- Lembra quando eu disse que você era inútil ? Poise, era disso que eu estava falando, você não consegue nem se defender de uma garotinha muito mais jovem que você, como espera derrotar algum demônio ?. - Ela o lançou novamente mas dessa vez acertou uma árvore velha.

- M-maldita. - Ele se esforçava para ficar de pé.

- Minha irmã queria fazer esta iniciação no meu lugar, mas olha, se fosse ela você já estaria morto! - Margoth sorria.- Ela é mais forte e infinitamente mais controlada do que eu, considere- se com sorte.