✫ capítulo nove ✫

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Assim que os raios solares atravessaram a varanda e atingiram os seus olhos, Manu acordou.

Ela levantou suas pálpebras devagar, ainda tomando ciência do que se passava. Sua pele sentia o calor dos feixes de luz, a incomodando. Ela engoliu em seco, sentindo uma leve dor de garganta, e então, ergueu suas costas, ficando sentada na beirada do sofá.

Manoela sentiu como se tivesse sido atropelada por um trator, não só pela dor em seus membros, mas principalmente pela enxaqueca em sua cabeça.

Aos poucos, conforme sua mente ia acordando, ela conseguia analisar o local ao seu redor. As pessoas estavam estiradas pelo sofá, pelo tapete, ou simplesmente pelo chão. As coisas estavam todas remexidas o que era assustador, e inúmeras garrafas e latas vazias estavam espalhadas pelo salão.

Só o pensamento de ter que arrumar tudo aquilo fez Manu suspirar profundamente.

Ela, então, levantou-se indo a procura de sua primeira atividade matinal. Seu celular.

Manoela buscou por lugares aleatórios o aparelho. Nas estantes de livros, no sofá, na prateleira acima da lareira, na mesa da sala, em sua bolsa, e nada. Não fazia a menor idéia de onde havia posto o telefone.

Dando-se por derrotada, Manu pairou seu olhar sobre um objeto metálico pendurado na porta da sala. A chave.

A imagem de Rafaella enlouquecida atrás daquele objeto veio à tona e Manoela bufou em vergonha por ter agido de maneira tão idiota. Alguns flashes vinham à sua mente sobre algumas de suas atitudes e ela grunhiu. Odiava o arrependimento do dia seguinte, após beber.

Manoela, então, Com o objetivo de sentir ar puro e parar de ter tais pensamentos, foi em direção à entrada da casa, girando a chave e abrindo o portão.

Primeiro, ela deparou-se com o céu limpo e o sol claro, indicando um belo dia para ir para a praia, ou à piscina. Depois, seus olhos se fecharam levemente, devido à claridade, e ela abaixou sua visão surpreendendo-se com a imagem de dois homens conhecidos deitados no chão descansando.

Chumbo e Babu.

Ao redor deles estavam suas malas e mochilas, o que significava que eles haviam ficado ali tempo o suficiente para que o serviço do condomínio pudesse entregar suas bagagens, e ainda assim eles estavam esperando para entrar na casa.

Eles deveriam ter passado a noite tocando a campainha ou ligando para alguém, pedindo pela entrada na casa. Entretanto, como todos estavam derrotados, ninguém nem mesmo lembrou-se da chegada dos dois.

''Merda.'' Manu disse, com a voz ainda rouca e dolorida devido à seu recente despertar e à sua gritaria na noite passada.

Ela foi em direção ao surfista, chutando-o de leve com seus pés descalços.

''Acorda.'' O homem remexeu-se um pouco antes de abrir os olhos e entender o que estava realmente acontecendo.

Chumbo, finalmente, levantou-se, batendo em sua própria roupa, com o objetivo de deixar a poeira do chão cair. Infelizmente, ele usava uma camiseta branca, que devido às circunstâncias anteriores, estava manchada pela sujeira. Ele, em seguida, passou as mãos pelo rosto antes de olhar para Manu e abrir um sorriso cansado.

''Eu achei que aquele lance de me trancar para fora de casa era brincadeira.'' O surfista disse, com um tom brincalhão, apesar de estar vagamente irritado.

''Desculpa, a gente ficou muito louco ontem e...'' Manu tentou explicar.

''Legal saber que enquanto vocês estavam muito loucos, eu e o Babu estávamos dormindo no chão.'' Chumbo disse, mais uma vez alfinetando de maneira divertida e fazendo Manoela revirar os olhos.

THE TRIP | RABIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora