02. O Ardor da Paixão.

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[NOTAS]: PUTA MERDA COMO ASSIM 29K DE LEITURA NO PRIMEIRO CAPÍTULO???? EU NUNCA FIQUEI TÃO FELIZ NA VIDAAAAAAAAAAAAA!!!

Muito obrigada de TODO coração pelo carinho, gente. Eu estava muito insegura com essa fic, mas me animou DEMAIS ver a repercussão dela e a reação de vocês. Eu ganhei várias fanarts e elogios, melhorou mil vezes meu humor e todo o resto da minha vida.


Esse capítulo inicialmente seria mais longo, mas decidi dividi-lo em mais partes porque achei que seria o ideal. Espero que gostem e POOOR FAVOR, comentem muito! Quero saber a reação de vocês!

Boa leitura! 

🍓 #MorangoCanhoto

***

"Ergue-se o ardor da Paixão, que tão cedo queimou sob afinca imaturidade, louca e efusiva, derramada sobre primeira — e única, é como diz! — sensação de amar."


Samanda, 2020.

Horário desconhecido.

Lá estava.

A distância era tortuosa, mas aqueles rasos centímetros que nos separavam, previsivelmente, falhavam em podar meu fascínio. Foi como imaginei que seria, ou como desejei que fosse, embora não importasse mais, de todo modo. No meu pódio imaginário de relevância — criado a partir de critérios um tanto duvidosos —, seus olhos roubaram a primeira colocação, absolutos e irredutíveis.

E era bom. Era bom tê-lo comigo, distante ou não, talhado por lâmina no meu coração, que eventualmente sangraria de saudade.

— Você vai sumir caso eu te sopre? — Foi tudo que perguntei, deitado na cama e tendo nada além de um vislumbre nublado das suas costas nuas e do rosto ligeiramente virado. — Como um dente-de-leão?

No instante da fala, o questionamento soou inocente, natural. A espontaneidade do dizer quase obteve sucesso em mascarar as incitações da pergunta, não fosse a fatalidade do olhar que, como usual, denotou todos os medos detrás da metáfora na minha indagação. Não era difícil me decifrar; olhos não mentem e, no meu caso, praticamente gritavam. Ele sabia jogar meu jogo, não precisava de nada mais que poucos segundos de contato visual para desvendar a verdade.

— É o que espera que aconteça? — Devolveu, tão distante da resposta esperada quanto de soar claro ou preciso. Ele sempre fazia aquilo.

— É o que temo que aconteça — corrigi instintivamente.

Após isso, todos os eventos se tornaram desconexos, no sentido mais autêntico da palavra.

No intervalo de um único piscar de olhos, uma perturbação visual repentina tornou a imagem de JK disforme. Seu tronco parecia descolorir, esmaecendo como fumaça, fomentando aquela sensação de estranheza que subitamente me apossou, como o sentimento de algo que não se encaixa.

"Eu bebi?", foi a primeira dúvida a pipocar na minha cabeça quando notei que seu corpo havia sumido, materializando meu temor recém confessado. Não... não era álcool. Talvez fossem os ansiolíticos — ainda que nenhum dos meus apresentasse esse tipo de efeito —, mas algo não parecia se encaixar.

Fechei os olhos para buscar alguma lembrança que desse sentido à situação, sobretudo ao sumiço da pessoa com quem há pouco dialogava. Nada; nenhum porquê. Pautada na ausência de explicações lógicas, a hipótese de delírio surgiu à medida que minhas pálpebras se levantavam, pesadas.

VERMELHO DO CAOS • jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora