Forever - KTH

20 - ...Baby One More Time

Sábado e domingo passam rápido. Pelo menos já estou me acostumando mais com o trabalho no clube. Já sei mais ou menos com quem devo ser educado, com quem não devo falar, quem devo olhar sério e para quem posso sorri. E agora que já estou aqui há um tempo as pessoas já estão perdendo o interesse em mim, o que é bom.

- Está de bom humor - Mino comenta enquanto nos trocamos.

- Amanhã é segunda - falo sorrindo e ele me encara como se fosse louco.

- E isso é bom?

- Pra mim é - falo.

- Por quê?

- Bom... - Não sei se quero compartilhar isso com ele.

- Vamos, Taetae, o que é que está te deixando tão animado? - Mas ele me contou sobre a namorada e os ficantes dele... talvez não seja tão ruim falar de mim.

- Tem uma amiga minha que eu não vejo há muito tempo, e a gente vai se encontrar amanhã - muito tempo talvez seja exagero. Mas a gente não se viu direito nessa última semana.

- Ah... - fala animado. - Que bom.

Afirmo.

- Vamos, TaeHyung? - Kwan chama.

- Vamos - falo enfiando a camisa de qualquer jeito e saindo do vestiário. - Tchau, Sunbae.

- Tchau, Tae.

- Vai para casa? - Kwan me pergunta quando o alcanço.

- Vou sim - falo.

- Está animado.

- Aish, eu sou transparente - falo irritado comigo mesmo. - Eu disse duas palavras.

- Sim - fala e rio. - Ande, o que aconteceu? - suspiro.

- Vou encontrar aquela amiga hoje - explico.

- E não faz isso sempre? - pergunta confuso.

- Não. Não a vejo nos fins de semana.

- E está assim por causa de dois dias? - pergunta rindo.

Três e não é só isso não a vi quase a semana inteira e na quinta foi... estranho. Além de termos perdido muito tempo tentando consertar aquelas prateleiras, quase não conversamos - tirando aquele papo estranho sobre cheiros.

- Kwan - chamo.

- Diga - fala sem tirar o olhar da estrada.

- Eu tenho um cheiro? - pergunto e ele me encara.

- Um cheiro? - pergunta confuso.

- Sim.

Ele chega perto de mim e encosta o nariz na minha cabeça.

- Seu cabelo está com o cheiro da fumaça artificial.

- Não... - falo me afastando. - Um cheiro sempre.

- Sempre? - continua confuso.

- É - falo.

- Não. Você está bem? Alguém te deu alguma coisa? - pergunta tentando tocar na minha testa.

- Aish, deixe para lá - reclamo afastando sua mão.

- É sério, alguém te deu alguma coisa? - insiste.

- Não - falo irritado. - Estou bem.

- O.K.

Ele me deixa em casa e, depois de dormir até as onze, pego um dos potes de comida que Kwan me deu e vou para o posto. Passam uns idiotas por lá, mas eu estou de bom humor, então não me importo.