6. Quando a música é tema do Príncipe encantado com um lado obscuro.

217K 21.2K 114K
                                    

Olá, gente. Como vocês estão? Estão bem? Espero que sim! Não esqueçam de votar e comentar bastante, é muito significativo para mim.

🎬

#MorceguinhoCerejinha

Park Jimin.

Eu arranquei com força todos aqueles post-its coloridos que na noite anterior havia colado por meu quadro – todo enfeitado por fotos de artistas que vinham em revistas da banca da esquina de meu colégio, os amassei e de onde estava, sentado na cadeira de couro arremessei na lata de lixo.

Reproduzi um som baixo, quase como um murmúrio de chateação quando encostei minhas costas na cadeira e encarei o teto de meu quarto. Fitei os aviões de papel que, com a ajuda de minha mãe eu havia colado com fitilhos no teto. Eles balançavam cada vez que eu ousava piscar os olhos.

O próximo passo que eu tenho é levar minha caneta preta até a boca e mastigar massivamente a tampa já maltratada por todas as vezes que fiz dela um ponto para descontar meus inúmeros devaneios. É sempre assim. Eu meio que tenho uma coleção de tampas de canetas – de todas as cores existentes, elas estão todas mordidas, mastigadas e maltratadas e ninguém sabe o porquê eu as mantenho em minha gaveta da cômoda junto a pilha de papéis com anotações inúteis de tempos atrás. Eu garanto que cada vez que anotei frases bobas que vi pelos cantos, trechos de músicas ou palavras que, naquele momento achei estontaneamente bonitas, eu tinha em mente que em dado momento poderia me ser útil.

Bem, este momento ainda não chegou. Mas isso não me faz reter. Os post-its arrancados de meu quadro e que agora residem na lixeira são meros rabiscos que fiz do que poderia ser o marco inicial da cena de meu teste. Estava uma perdição, não tive escolha. Me livrei.

Eu não tinha dado como fim de jogo, eu ainda tinha como recorrer a Taehyung e, de uma maneira calorosamente não receptível, a Jungkook. Eu não sabia como ele poderia me ajudar, todavia, isso não me levou a depositar todas as minhas em Taehyung. Eu tinha os dois, torcia para que fizessem isso da maneira certa e meu teste não fosse parar na lixeira junto com todos os meus post-its com rabiscos aleatórios.

Descanso meu olhar um última vez nos aviões de papel que balançam de um lado para o outro a medida em que o vento calmo entra por minha velha  e quebrada janela, deixo escapar um último suspiro de lamentação e levando de uma vez da cadeira antes quente e confortável. Deixo minha caneta em cima da cômoda e caminho até minha mochila em cima da cama.

Chequei o horário em meu celular e o que mal tinha pensado, ocorreu. Encarei a porta de meu quarto no exato momento em que Jihyun a abriu, colocando somente sua cabeça para dentro, o rebelde sem causa me encarou com um sorriso aberto. Estava mais feliz do que, aparentemente, ele fica.

— Preciso de um favor seu.

É tudo o que ele precisa dizer para que eu ignore o lado bondoso em mim, junte minhas coisas, jogue na mochila e caminhe em sua direção com o semblante tão cansado quanto todos os outros que ando exibindo por aí a cada dia que nasce.

— A resposta é não.

Abro a porta e ele se afasta, está com uma carranca. Posso escutá-lo sussurrar um "Cretino, eu estou sempre fazendo o que você quer."

Não é mentira, mas não chega a ser uma verdade.

Ele o faz, porque recebe em troca. E diga-se de passagem, eu raramente preciso de sua intervenção em quaisquer de meus assuntos, sou capaz de contar nos dedos todas as vezes em que precisei estar diante de um tribunal e Jihyun agir como um – péssimo advogado, porque sim, ele é péssimo.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora