Capítulo 4

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Sina Deinert

- Eu juro por Deus, se não encontrar um banheiro logo, eu vou mijar nas calças. — Heyoon  salta para cima e para baixo no assento do motorista. O aparelho de ar condicionado está tão alto quanto e "Shake it Out", de Florence The Machine toca nos alto-falantes. Há um longo caminho de estrada estendido na frente de nós, tecendo sobre as colinas manchadas com árvores, arbustos, salvias e o brilho rosa pálido do pôr do sol. Meu celular está no meu bolso, pesado como se pesasse cem quilos.

- Você sempre pode encostar e fazer xixi atrás de um arbusto. — Eu sustento meus pés descalços no painel e puxo minha blusa branca rendada longe da minha pele para obter fluxo de ar. —Além disso, estamos a uns cinco minutos de distância da rampa de saída.

- Eu não posso segurá-lo por mais cinco minutos. — Ela me lança um olhar sujo e aperta as pernas juntas. — Você não vai pensar que é tão engraçado quando o carro cheirar a mijo.

Eu sufoco uma gargalhada e procuro o GPS para o banheiro mais próximo.

- Há um à direita na saída, mas eu acho que é mais de uma casinha.

- Será que tem um banheiro?

- Sim.

- Então isso funciona. — Ela faz um desvio acentuado, cortando um Honda prata. O Honda aperta a buzina e ela se vira no seu assento para mostrar o dedo do meio. —Que idiota. Ele não entende que eu tenho que fazer xixi?

Eu balanço minha cabeça. Eu amo Heyoon até a morte, mas às vezes ela pode ser um pouco egoísta. É parte do que me atraiu para ela, ela era tão diferente dos meus velhos amigos do passado em Star Grove.

Meu telefone bipou novamente pela milionésima vez, deixando-me saber que tenho uma mensagem esperando por mim. Finalmente, eu o desligo.

- Yoon abaixa a música.

- Você está agindo de forma estranha desde que saímos. Quem te ligou?

Eu dou de ombros, olhando para o campo gramado.

- Ninguém que eu quero falar agora.

Cinco minutos depois, nós pulamos até a casinha na periferia da cidade. É mais como um barraco com o tapume de metal enferrujado e um sinal desbotado. O campo por trás dele está manchado com carros e caminhões corroídos e na frente do que é um lago.

- Graças a Deus! — Ela bate palmas e estaciona o carro. — Eu estarei de volta.

Ela salta e se arrasta dentro do banheiro.
Eu saio do carro e estico as pernas, tentando não olhar para o lago ou para a ponte passando por cima dele, mas o meu olhar se atrai para o nível da ponte com vigas curvas em cima e para fora a partir dos lados.

O meio era onde eu estava na noite em que quase pulei. Se eu apertar um olho e inclinar minha cabeça, eu posso identificá-lo.

Uma picape Chevy velha vem voando pela estrada, levantando uma nuvem de poeira.

𝘁𝗵𝗲 𝘀𝗲𝗰𝗿𝗲𝘁 (𝗰𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝗶𝗱𝗮)Where stories live. Discover now