Catatônica

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Liz

— Liz? Liz, você está bem?

Dominic joga uma toalha em minha cabeça, eu me enrolo nela e o fito receosa.

Desde que meus hormônios acalmaram sinto uma ardência estranha entre as pernas e só agora notei um pouco de sangue entre as coxas, o que já era esperado, mas não dá nem uma colher de sobremesa.

— Acho que não... Na verdade estou sim, mas dolorida, não acho que aguento tudo que você planejou, não por hora.

Levo a mão até o pescoço e sinto o colar que Dominic me deu. Incrivelmente ele está intacto e não foi removido junto com as roupas.

Faço menção de retirá-lo, mas a fera me impede.

— O que você está fazendo senhorita Liz?

— Não acha estranho que eu esteja somente de colar? É uma peça tão bonita, não quero estraga-la.

— Eu já lhe disse que é para sua proteção, você não deve retirar.

Olhei novamente para a peça e sorri em descrença.

— Proteger de que? Mal olhado?

Dominic segura o pingente da joia entre os dedos e o fita, em seguida me olha no fundo dos olhos e curva os lábios diabolicamente, se aproximando dos meus.

— Do seu esposo cruel e sanguinário, meu bem. - sua mão segura meu queixo e me leva a encarar seus olhos. - Não esqueça, ninguém pode te salvar agora.

Eu não acho que quero ser salva.

— Tão misterioso, até parece que é realmente perigoso - Olho para a toalha enrolada em sua cintura e mordo os lábios. Se controle, Liz.

— Decifra-me ou devoro-te, senhorita.

— Uma ameaça?

— Um aviso.

— Até parece. Não vai me falar a verdade?

— Se você não quer acreditar, minha querida , nem mesmo estando na sua cara você verá. -Domicic segura minha mão e me leva em direção a porta. - Vamos, não quero que fique mais doente.

***************

Como prometido e contra minha vontade, Dominic me vestiu ridiculamente, com um conjunto de moletom cinza, como se já não houvesse cinza o suficiente naquele quarto, e me preparou um chá hortelã que está enfiando na minha cara neste exato momento.

— Tome tudo para ficar quentinha.

— Dominic, eu já tomei duas xícaras de chá, pelo amor de Deus, você quer me matar?

— Quero que fique boa bem rápido. - Ele se senta na cama.

— Estou ótima, não precisa me intoxicar.

— As vezes eu me esqueço o quanto sua raça é frágil.

— Que? Minha raça? Está tentando me ofender?

— Não, estou tentando proteger minha pequena deusa de eventuais resfriados e ataques de criaturas que ela desconhece.

Eu me casei com um louco?

— Criaturas? A que se refere?

— Eu por exemplo, você não conhece seu marido tão bem.

— Admito que você é uma criatura peculiar, mas tenho certeza que é tão humano quanto eu, meu "marido".

Dominic sobe o edredom que cobre minhas pernas até o joelho e agarra um de meus pés.

— Tão frios, onde foi parar seu sangue? - minha meia cor de rosa é retirada com cuidado e sinto suas mãos quentes sobre minha pele. Tenho vontade de gemer de satisfação.

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