Vontade de viver

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Esse é um capítulo único que possui trilha sonora. 

Eu vou avisar quando for para dar play na música: Colbie Caillat- I do.

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Família reunida, casa cheia, me encontro sentada em um círculo com minha família. Sorriu quando minha netinha sorri sentando em meu colo. Observo seus olhos verdes me fitando e toco delicadamente o seu rostinho.

-Conta a sua história e da vovó?- Milena diz sorrindo para mim.

A voz doce dela me fez sorrir. Já haviam se passado tantos anos, fechei meus olhos sendo inundada por diversas lembranças da minha juventude, da minha vida ao lado dela. 

-Bem... tudo começou à alguns anos atrás....

Trim- Trim

Ótimo, mais uma manhã em que eu acordava. Que saco, mais um dia de aula com aquele bando de gente desmiolada que só se preocupa com bebidas, putaria e festas. Eu sei, eu sei... você deve estar pensando que tipo de garota de 18 anos não curte sair com as pessoas, bom, prazer sou Rafaella Kalimann. 

A preguiça faz com que eu abra meus olhos com dificuldade e eu agradeço mentalmente a minha mãe por ter fechado as cortinas quando eu adormeci ontem a noite, do contrário estaria sendo acordada pelos intensos raios de sol que com toda certeza não teriam piedade de me acordar.  Sento- me na cama coçando o olho e me espreguiçando. 

Eu havia adormecido mais uma vez estudando para o vestibular e era isso o que eu preferia fazer a sair com meus "amigos", não que fossem muitos, na verdade estavam restritos a minha melhores amigas Manu e Gizelly.  Respiro fundo afirmando para mim mesma que tudo vai ficar bem, Deus ajuda quem cedo madruga não é? 

-Coragem- foi sempre assim, eu sempre me encorajando, mas isso nem sempre funcionava. 

Tirei forças e me levantei da cama. Como sempre me arrastei dramaticamente até o banheiro e me enfiei em baixo do chuveiro, de primeira tomei o choque, a ducha ainda estava fria e gemi com aquilo, pelo menos dormir eu não iria. Fechei meus olhos a medida que a água foi esquentando e sorri. Quando me dei por satisfeita, sai. Como não gosto de maquiagem somente escovei os dentes, penteei o cabelo e me vesti. 

Por estar no último ano do colegial a vibe em minha sala era outra, talvez a minha vibe sempre tivesse sido diferente da minha turma, nunca havia entendido bem quando começou. Talvez tenha sido quando eu me dei conta que eu não queria beijar namorar com o garoto mais bonito do terceiro ano do fundamental. Talvez tenha sido na festa da Ana Carolina que eu não quis beijar ninguém durante sete minutos no céu. Ou talvez tenha sido quando eu me dei conta de que... Bom, deixa para lá. 

Desci pro café já sabendo que estava um pouco atrasada. Sorri ao ver meus pais sentados junto com meu irmão, minha cunhada e minha sobrinha. Todos direcionaram o olhar para mim e sorriram. 

-Filha, já esta na hora de você começar a se arrumar, sabe? Para impressionar as pessoas por quem você estiver interessada.- minha mãe fala alguns minutos depois que eu me sento ao lado de Sofia sorrindo para minha baixinha. 

-A mamãe está querendo saber quando você vai desencalhar- Renato diz rindo da minha cara e reviro os olhos. 

Renato fora a primeira pessoa para quem eu me abri. Foi logo depois do meu aniversário de doze anos, por ser mais velho ele já entendia que nem sempre as pessoas vão seguir o que é aceito pela sociedade e conversou comigo sobre isso na época.  Ainda que eu tenha ocultado minha gratidão dele naquela época sua voz é que sempre escuto quando questiono o porque de ser assim.

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