Bônus (Tadeu)

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Ah, mas essa ruivinha iria pagar! Que mulher em sã consciência mexeria com Tadeu Altherr, ao menos que quisesse ser bem fodida?

Vocês devem estar se perguntando como que foi que consegui sair do prédio dela sem que me vissem. Bem...

 – Droga! Essa ruivinha que aguarde mesmo! – Praguejava enquanto descia as malditas, ou não tão malditas assim, escadas de emergências. Claro que estava descendo segurando o corrimão com apenas uma mão, a outra estava ocupada demais segurando um vaso de flor, tampando meu pau! Lembrando que o vaso não era pequeno. Afinal, tinha que tampar uma coisa realmente grande.

Mas não me arrependia, nem por um minuto, de ter deixado minha cueca na sacada daquela safada. Ah... Ela estava me deixando louco, mas eu a deixaria mais! Por enquanto, tenho que pensar em como chegar até a minha moto. Droga!

Quando desço mais alguns lances de escada, paro para descansar um pouco. A maldita morava no décimo andar!

Quando olho para o lado, vejo uma senhora me olhando boquiaberta pela janela de seu apartamento. Era só o que me faltava! Espero que ela não esteja pensando que sou um estuprador de velhinhas inocentes, sou apenas de ruivinhas indecentes.

 Se bem que...

 – Pode me ajudar aqui? – Sorriu amarelo, indo até a sacada daquela pobre senhora que deveria ter seus setenta e cinco anos de idade. Ela me olha horrorizada e corre para dentro, sumindo da minha visão. – Eu posso explicar, volta aqui, merda! – Grito, praguejando.

Ainda insisto, batendo no vidro. Quando me canso, indo para a escada, vejo-a voltando, segurando um... Cabo de vassoura?

 – Se você não sair da minha casa irei te descer o cacete e chamar a polícia. – Grita do outro lado da porta de vidro, batendo o cabo de vassoura na mesma.

Descer o cacete? Que vovózinha mais ousada.

 – Olha senhora, com todo o respeito, também queria estar descendo um cacete. – Digo, pensando na maldita ruivinha de olhos azuis. Ela ameaça abrir a porta, balançando o cabo de vassoura e pegando um telefone. Entro em desespero, claro. Se eu fosse preso, Jonathan, papai e mamãe me matariam. Além de claro, daria um problema enorme, já que sou Alemão.

 – Olha, eu posso realmente explicar. – Continuo. – Minha... ér... namorada! Isso namorada! Brigamos e ela me prendeu no lado de fora, pelado. Maitê Antunes que fez isso, conhece?  – Torcia para que sua resposta fosse sim. Porque senão a minha única alternativa seria seduzir aquela senhora de setenta anos e eu não curto meia idade, pelo menos não ainda.

 – Maitê? – Ela pergunta.

 – Isso, Maitê Antunes, do 43. – Respondo em expectativa. Minha mão já estava ficando dolorida de ter que segurar aquele maldito vaso.

 – Aquela doidinha! – Exclama, me olhando por alguns longos segundos. – Tudo bem, meu filho. Acredito em você. Ela é maluca, você é corajoso de namorar uma menina daquela. – Diz, abrindo sua porta para mim. E eu respiro aliviado.

E só eu sei o quanto eu era maluco e o quanto aquela ruivinha era também.

 – Obrigado. – Agradeço. – Fique com isso como agradecimento. – Empurro o vaso para ela, que dá um grito chocada. Dou de ombros, não me importando e olho ao redor. – Você tem marido? Filhos? Netos? Preciso de roupas emprestadas.     

Mas claro que para a Maitê não bastou me trancar do lado de fora.

Depois de ter pego roupas emprestadas do falecido marido da Sra. Dolores. Sim, já estamos íntimos assim, ela me adorou, quem não me adora? Vou até a garagem atrás de minha moto, ignorando a sensação estranha de ter que usar roupas de um morto.

Uma Gota De VinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora