CAPÍTULO 13

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LUCCA

Abri meus olhos, mas rapidamente, os fechei novamente, pois, a claridade de onde eu estava era demasiado forte. Abri-os, lentamente, tentando me acostumar com aquela luz forte e com aquele teto branco branco.

Tentei me mover, porém, tudo doía, principalmente, minhas costas, e eu não conseguia me lembrar do que havia acontecido.

Voltei meu rosto para o lado, no momento, que escutei o barulho da porta sendo aberta, e uma senhora que aparentava ter seus 43 anos de idade, entrou com um sorriso acolhedor.

-Vejo que, o menino acordou. Como está se sentindo? – perguntou se aproximando, ainda com o sorriso simples.

-Não... não me l-lembro de n-nada – falei, com um pouco de dificuldade

-Não se preocupe, logo se lembrará. Acabou de passar por uma cirurgia, a sua fala e memória vão voltar ao normal, em algumas horas –ela afirmou checando um tubo que, estava no meu braço – Seus pais estão ali fora, vou os mandar entrar, daqui a pouco o médico virá ver como está.–avisou, de forma carinhosa.

Assenti, porque, não estava conseguindo falar muito bem, e logo em seguida, ela saiu do enorme quarto, no qual eu estava.

Um minuto depois, meus pais adentraram o quarto, com um grande sorriso e vieram, imediatamente, me abraçar. Senti meu ombro molhado, e logo notei que, era minha mãe chorando. Separamo-nos do abraço e eles se sentaram, nas cadeiras ao lado da minha cama.

-Como você, está se sentindo? –minha mãe perguntou, acariciando meu rosto.

-Eu estou bem, mãe – respondi um pouco melhor, só que, ainda eu estava com uma voz rouca e baixa.

-Nunca mais, me dê um susto desses. A partir de agora, pelo menos, dois dos nossos homens vão fazer sua segurança – meu pai disse, no seu tom autoritário e protetor.

-Ah não pai, eu não sou criança – resmunguei, odiando a ideia, mesmo que fosse para a minha segurança. Eu não gostava de ser seguido por pessoas.

-Eu não duvido, da sua capacidade de defesa Lucca, só que, eles eram oito, e mesmo você matando três deles, dos que sobraram, um deles atirou em você, e eu não quero passar por isso nunca mais – meu pai falava tudo, calmamente, e segurando minha mão.

Suspirei, sabendo que eu não conseguiria fazer meu pai mudar de ideia.

-Tudo bem, pai. Mas, somente a noite ou quando eu estiver indo em algum lugar que, não tenha pessoas – apresentei minhas condições, o encarando com um sorrisinho.

-Ei, eu sou o pai aqui, ok? – ele comentou brincalhão, fazendo-nos rir – Mas tudo bem, só tome mais cuidado, filho.–pediu e eu concordei.

-Tomarei, pai – afirmei me ajeitando na cama, desconfortável.

Ficamos conversando por mais um tempo, até o médico chegar e me levar para fazer uma bateria de exames, as quais me cansaram bastante. Quando cheguei no quarto, depois de os fazer, dormi rápido, por causa do cansaço.
...

Acordei, me sentindo um pouco mais descansado, mas, ainda estava com dores. O quarto estava totalmente escuro, iluminado somente pela claridade da lua que, atravessava a janela. Olhei para o teto e suspirei aborrecido, por não ter o que fazer.

-Realmente, hospitais não combinam com você – Assustei-me com a voz, vindo do canto da parede, do quarto.

Acendi o abajur, rapidamente, e com esse movimento acabei sentindo muita dor. Voltei a encarar a sombra, e só pela silhueta da pessoa, já sabia quem era.

-No teu caso, invadir lugares, combina muito com você – exprimi, me sentado na cama e dando-lhe um sorriso de canto.

-Acredite, pensei muito antes de vir – contou se sentando na cadeira, ao meu lado.

-E como sabia que, eu estava aqui? – perguntei curioso, analisando seu rosto.

-A dois dias, você não aparece na escola, então, fui até sua casa, inventei pro segurança que eu era uma colega sua e que tínhamos um trabalho para fazer, então, ele me contou que você estava no hospital – respondeu me encarando e, eu não conseguia decifrar o seu olhar.

-Devo me sentir especial, por ter se preocupado comigo? – perguntei, sorrindo simples

-Não idiota, eu ainda estou com raiva de você, só queria me certificar se você, já tinha morrido – falou com um sorriso debochado – Fiquei bem triste quando soube, que não – fez cara de falsa tristeza, me fazendo rir.

-E como sabia que, eu estava nesse hospital? – questionei, ainda curioso.

-Você com essa sua cara de burguês, só poderia ter vindo a esse hospital –proferiu com um sorriso sarcástico, destacado no seu rosto – e chega de perguntas, você pergunta demais – comentou e se acomodou na cadeira que, parecia bem desconfortável.

-Pode se sentar aqui, tem bastante espaço – sugeri, apontando a cama onde, eu estava deitado.

-Estou bem, aqui – disse, se remexendo mais uma vez, na cadeira.

-Eu não mordo Vanscoor, só se você pedir – exprimi e sorri de lado, vendo ela retribuir o sorriso, só que, sarcástico.

-Está bem engraçado, não é mesmo, Hills? Parece que, melhorou –declarou se levantando e, se sentando na cama colocando as pernas, em forma de índio.

-Você causa esse efeito, em mim –falei sorrindo, mas, logo me dei conta do que tinha falado, então, tentei desconversar – Quer dizer... eu sempre fui assim, você que nunca notou – que merda eu estava falando? Eu nunca fui assim.

-Já entendi, Lucca—ela falou sorrindo, fazendo meu olhar se prender, ali.

Continuamos conversando, até ela conectar seu celular com a Tv do quarto e, colocar um filme para assistirmos. Fiz ela se deitar para assistir, em vez de ficar sentada, depois de muita contradição da parte dela. Mas, no final ela deitou-se ao meu lado e eu fiz questão, de chega-la perto de mim. Ela me olhou com um semblante, de quem queria me repreender pelo meu ato, porém, eu sentia que ela queria ficar ali, assim como eu queria.

Ficamos abraçados, enquanto, víamos um filme de ação, que eu descobri ser o favorito dela, assim como o meu. Depois de um bom tempo, reparei que ela tinha adormecido, então, peguei o controle e fechei a Tv.

Trouxe ela para mais perto de mim, a abraçando melhor, ignorando a dor nas costas que eu estava sentindo, eu só queria dormir com ela, ali. 

Depois eu podia culpar os remédios, pelos meus atos.

Acariciei seu rosto, até sentir minhas pálpebras pesarem e eu dormi, logo em seguida.

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