Cap. 14

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Dizer aquilo a ela, me livrar daquilo, tinha o seu lado bom e ruim. Saber que talvez agora eu teria a confiança da minha mãe de volta.. esse era o lado bom.

Admitir a mim mesma que todo esse tempo que eu venho tentando de todas as formas fazer com que Rafaella me notasse, tentando fazer ela perceber que eu não sou uma criança, que eu cresci, e que o que eu quero agora é que ela seja minha, apenas por uma noite ou dia, não me importa, eu só quero acabar com essa atração que sinto por ela.

Saber que agora a chance minima que eu havia conseguido com ela, com certeza não existiria mais.

– Foi antes da nossa conversa Rafa, se.. se eu tivesse ouvido aquilo de você antes... - disse me virando para ela que estava sentada em sua cama calada. - você sabe o quanto eu te venero, sabe que eu me espelho em você para tudo.. eu não vou mentir, eu quero.. é tudo o que eu quero e chega a ser doentio da minha parte mas, eu tenho uma atração por você.. e eu tive medo quando comecei a senti-lá. Eu me senti um lixo quando você me disse o que achava sobre isso. Eu me senti um lixo quando minha mãe me perguntava se eu estava usando drogas, eu podia ter dito que não. Eu podia ter dito que foi aquela garota que estava aqui, mas então eu também acabaria dizendo para minha mãe que eu havia também transado com ela, e ela diria isso a você.

– Eu preferia ter ouvido.. - ela começou enquanto ainda chorava

– Não por favor, ser ignorada por você já vai ser ruim para mim.. mas ouvir isso de você, vai doer demais. Eu não suportaria..então por favor - eu suspirei chorando ainda mais. - ..eu não vou mais ficar te perturbando Rafa, eu prometo, peço que não se preocupe mais comigo. eu.. eu vou contar a minha mãe, e não sei.. faço exames para provar que não uso e nunca usei aquelas malditas drogas..

 Foi a garota? - ela perguntou.

– Sim. Foi ela, quando.. - olhei para ela sem saber como me referir ao fato de eu ter transado com as duas, não era vergonha.. Era respeito, ela havia me dito que não tolerava aquilo. - quando nós.. "terminamos" - disse fazendo aspas com as mãos. - ela me perguntou se podia tomar uma banho rápido, eu não esitei em dizer que ela poderia usar o meu banheiro, e então ela foi - suspirei antes de continuar aquilo, eu não sabia nem por que ela ainda estava ali, me surpreendia a mesma ainda estar me encarando. - Eu disse a Mari que iria preparar algumas coisas pra gente enquanto ela se trocava e então desci, peguei alguns salgadinhos uma Vodka e três garrafas de Beats. Quando voltei ao quarto ela estava deitada na cama tão relaxada que no momento eu cheguei a rir da cara de êxtase dela, até Mariana me dizer que ela estava sob efeito de substâncias.. que ela estava drogada. - disse por fim.

 O que você fez? - ela perguntou escondendo o rosto entre as mãos.

 Liguei pra irmã dela e pedi pra que viesse busca-la aqui em casa, Mari continuou e depois que a garota se foi, já estávamos bêbadas, então as coisas rolaram de novo e quando acordei a minha mãe estava surtando dentro do meu quarto.. - suspirei vendo Rafa se levantar da cama ficando em pé ao lado da janela. - Haviam saquinhos de cocaína em cima do criado mudo.. e o resto da história é o que você sabe, ela queria me mandar para o interior mas viver com meu pai está fora de cogitação então.. qualquer castigo que foi aplicado a mim..Eu tive que cumprir.

– Eu.. eu preciso de um banho. - ela disse caminhando até a porta do banheiro entrando no mesmo, eu já tinha dito tudo a ela, eu sabia que eu a perderia de vez.

Caminhei em passos largos entrando no banheiro de uma vez, vendo-a com uma lingerie preta, a mais velha tinha as mãos apoiadas no mármore da pia se encarando no espelho.

A puxei pra mim pela cintura e antes que ela dissesse algo a calei juntando nossos lábios, se eu a perderia, queria ao menos saber que eu tentei, queria ter certeza que tentei acima de tudo que ela me desse mais uma chance, mais um voto de confiança.

Ela foi relutante no começo, reconheço! Mas suas tentativas eram falhas enquanto eu a apertava ainda mais contra mim, sua boca entre-abriu em um murmuro de reprovação seguida de suas mãos nos juntando mais ainda, sentir que ela ainda assim depois de tudo que contei, depois de saber o que eu fiz. Sentir que mesmo assim ela tenha aceito aos meus beijos..

Esse foi o melhor lado da história. Era o que eu precisava para lutar por ela, era o que eu precisava para lutar por nós.

Afinal, algo naquele beijo me dizia que não era só eu que estava tão entregada aos sentimentos que parecia reinar há séculos entre nós duas.

The House (RABIA VERSION) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora