Dói, e dói muito
Sangra... e como sangra.
Alma preta, pele preta
1 tiro de fuzil no abdômen...
Corpo preto estendido no chão
Aonde está João?
Foi levado, quase impediram
dele ser velado
Foram os demônios do asfalto
Que tem em mãos a seta
Que corre de dia e noite
Cujo o alvo é preto.
Alma preta, pele preta.
300 anos atrás nos deram a alforria.
Mas nos largaram na miséria!
Fugimos para os montes,
Pois de lá veio nosso socorro.
E assim nasceu a favela.
Os capitães do mato estão à solta!
Somos perseguidos, somos mortos.
Dói, e dói muito.
Sangra... e como sangra.
Alma preta, pele preta.
Interromperam não só o sonho
de uma família, mas o nosso de viver
Em paz na comunidade.
"Fatalidade"... isso é uma palavra brutal
Não uma desculpa
e nem sentença em um tribunal!
O culpado será inocentando...
Porque a culpa mesmo, é do sistema.
Ele que nos condena...
São almas pretas, e pele preta.
E tudo que queremos é que ele nos "respeita"!
Porque se dependesse de nós
A palma da nossa mão seria preta.
Dói, e dói muito
Sangra... e como sangra.
Alma preta, pele preta
Alvo preto.
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Por favor, me chame de preta!
PoetryAqui tem alma. Aqui tem luta. Aqui dor. Aqui tem alívio. Aqui tem choro. Aqui tem sorriso. Aqui me tem despida, ao averso em meio meus versos... versos esses que eu espero que se deleitem nele, pois cada um foi feito com muita intensidade. #1 Negri...