Capítulo 10 - Ele também sente

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JOOHEON

Caótica!

Essa era a definição perfeita de minha vida desde que Melissa havia chegado.

Vinha mantendo um ritmo tranquilo em minha vida no último ano. Responsabilidades demais pesavam sobre meus ombro para que pudesse me dar o luxo de viver como costumava fazer no passado. Alguns me classificariam como um homem apaixonado pela vida, eu, gostava de dizer que era um inconsequente. Paguei por meus atos impulsivos, por ouvir a paixão sob minhas veias e definitivamente, não pretendia repetir tais erros.

Minha maior determinação era manter meu filho seguro e feliz, dar segurança e estabilidade a minha família e garantir que nosso conglomerado crescesse cada vez mais, dando continuidade ao legado de meu pai e avô.

Quando me divorciei, pouco mais de um ano atrás, ninguém jamais me faria acreditar que hoje estaria casado novamente. Ainda mais com uma total desconhecida, que a única coisa que eu sabia ser real, era o sobrenome.

No entanto, enquanto crescia e aprendia sobre o mundo bussines, descobri que em meu país, algumas coisas ultrapassavam os limites éticos, em prol de resultados. Nossa sociedade era baseada em um conservadorismo hipócrita, porém isso não era algo exclusivo do meu mundo. Desde que ampliamos nossos negócios exportando para além do continente asiático, descobri que precisaria da rota marítima japonesa como apoio. O problema? Os malditos japoneses eram conservadores de araque e insistiam que negócios não poderiam se tratar apenas de acordos em papéis. Suas superstições também costumavam influenciar bastante nos negócios e foi assim, que me vi travando uma batalha insistente de tentativa de contrato com a maior empresa náutica de exportação do país, falhando todas as vezes.

Quando a ideia de um casamento arranjado surgiu, me vi a ponto de ruir. Não queria aquilo, definitivamente não, mas precisava do nome dela se quisesse fechar o contrato que tinha um líder conservador e tradicionalista, que para minha infelicidade, era amigo de longa data da família Chin. Sabia que aquela ideia era uma loucura, mas também sabia que a partir do momento que fechasse aquele contrato, nosso conglomerado subiria de nível e somando todos os nossos investimentos, nos tornaríamos a segunda maior indústria da Coréia. Foi assim que cedi a maldita ideia de meu pai e Chin Hwa, por pura necessidade e em total frustração. Percebi que ao dizer sim para aquele acordo, me tornei tão hipócrita quanto todos eles. Me senti patético!

A primeira vez que a vi, ela parecia uma mulher fútil, mimada e até um pouco vulgar, eu diria. Seu vestido curto e apertado, não escondia seu corpo bem desenhado. Me irritei ao pensar no trabalho que teria em fazer com que ela se parecesse uma esposa dedicada, como o papel pedia, mas não tinha escolha, precisava de seu nome. Melissa permaneceu calada durante nossa jantar de apresentação, ela mal tirava os olhos das mãos que manteve quase todo tempo no colo. Era estranho, sua postura não combinava com seu estilo, mas não ia me deixar levar por seu jeito recatado. Já tinha aprendido o suficiente da vida, para saber que jamais devemos nos deixar levar pelo imagem que as pessoas se esforçam a passar. Não baixaria a guarda com ela, meus limites seriam rígidos.

Confesso que preferia uma noiva mais tradicional, alguém que já vivesse em nosso meio, mas nenhuma família nos daria os benefícios que os Chin trariam. Sem contar a dificuldade de conseguir uma mulher disposta a aceitar aquele acordo, sem que houvesse expectativas de algo mais. Aparentemente o sobrenome Lee me tornava o partido ideal.

Eu odiava aquelas tradições e formalidades idiotas, era ridículo que em pleno século XXI, eu ainda fosse considerado um bom partido só por ser de uma família influente. Ainda mais que nossos negócios ainda fossem movidos por interesses familiares, gerando diversos casamentos por conveniência, a maioria falidos. Essas relações se mantinham falsamente, movidas pelo interesse monetário e não era raro ver casais infelizes ao redor.

INESPERADO // MX + JHOnde histórias criam vida. Descubra agora