∘˚˳°𝑪𝑨𝑷 𝑵𝑶𝑽𝑬

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     Não gostava nem de pensar nas lágrimas de Lily quando percebesse que Remus não tinha ido em sua peça de estréia. Mas estava tão cansado, o chá que sua mãe tinha feito para ele e o sofá de sua casa estavam tão confortáveis que Remus estava pensando seriamente em não ir.

      Mas já tinha confirmado sua presença a meses, não podia simplesmente dizer que não dava para ir por que ficou cansado ao observar umas estrelas de onze da manhã até as quatro da tarde. Nem tinha uma hora que havia chegado em casa, mas sua mãe já o enchia de perguntas.

   — Mas quem é essa menina? — sua mãe perguntou, ela se referia a Lily.

   — Amiga da escola. E também é a namorada do James.

    — Ah! Aquela ruiva?

    — Sim. Vai ser a primeira peça grande dela. — viu os olhos de sua mãe brilharem. Ela adorava teatro.

     — Que incrível! Ela sempre foi uma menina tão doce...

      Remus concordou com a cabeça, bebendo o resto de seu chá. Tinha que ir nessa peça mas nem se lembrava onde tinha guardado o ingresso. Talvez na gaveta da mesinha ao lado da cama, ou na carteira, teria que procurar depois.

       — Então...— Hope continuou. — Tem tomado o remédio direitinho?

         Ele desviou o olhar para a televisão, a mulher trocava constantemente de canal. Não, não estava tomando o remédio direito. Suspirou, pronto para dar uma boa desculpa.

      — Bem, eu-

     — Pai, a galáxia está em perigo! Você precisa me ajudar! — Ted veio correndo e gritando do corredor como um raio, subindo desajeitado no sofá.

       — O que aconteceu?! — Remus entrou na brincadeira, fazendo uma voz preocupada.
  
       — Darth Vaider está atacando a base dos rebeldes novamente! Chamei Luke e Han Solo, mas eles vão demorar para chegar! Precisamos de você, pai, você é nosso melhor pitolo! — disse tudo rapidamente, tomando ar em seguida.

         — Eu já estou indo! Vou acabar de conversar com a senhora Hope e irei ajudar você. — falou e Ted afirmou diversas vezes com a cabeça.

      O garoto desceu do sofá tão rápido quanto subiu, voltando a correr em direção ao corredor e gritando algum tipo de ordem para alguém que só existia em sua cabeça. Remus riu, mas parou aos poucos em ver o olhar preocupado de sua mãe.

        — Por que não está tomando o remédio?

         — Ele acabou e eu esqueci de comprar. Só isso. — deu de ombros. — Não tive tempo, tem muita coisa pra fazer e algumas são deixadas de lado.

           — É a sua saúde, Remus. Isso não poderia ser deixado de lado. — ela se levantou com as xícaras, as levando para a cozinha.

      Remus sabia que ela estava certa, não tinha problema nenhum em admitir isso, mas tinha seus motivos. E afinal, nem estava sentindo tanta falta do remédio. Estava bem, não tinha mais nada com o que se preocupar.

     No momento, nada para se preocupar além de ter que comparecer na peça de Lily Evans em  três horas.

      — Tenho que começar a procurar o ingresso. Não lembro onde o deixei.— disse depois de um longo tempo de silêncio, ela já estava na poltrona novamente.

       — Tudo bem. Eu cuido do jantar do Ted.

       — Tudo bem.
  

       Remus soube que ela estava chateada quando parou em um só canal, que passava um programa sobre culinária. Quando ele estava pronto para se levantar, sua mãe voltou a falar.

𝐁𝐀𝐃 𝐀𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄; wolfstar Onde histórias criam vida. Descubra agora