A Fazenda

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Jungkook.

Era quase inacreditável saber que eu estava viajando de carro com meu pai para uma fazenda no meio do nada, me senti como se estivesse indo para um campo de refugiados. Pra melhorar mais ainda a história não poderia levar nada que me pertence, luxos para ser mais exato. Ainda bem que meu pai é um idiota por completo e nunca descobriu meu celular reserva, pelo menos deixou que eu levasse o que quisesse nas malas que considera-se essencial.

Acabou que o "essencial" precisou ser colocado em quatro malas diferentes como minhas roupas quentinhas, meus produtos de cabelo e pele, perfumes e essas coisas e também um kit de primeiros socorros, vai que algum mosquito venenoso me pica. Nunca se sabe o que vai se achar nessas fazendas estranhas, eu já vi Olhos Famintos e morro de medo de espantalhos nos milharais.

Meu estômago revirava de azia porque já estávamos fora da estrada normal e o carro chacoalhava com a estrada de terra, havia muitas pedras e cada vez mais me convencia que seria melhor ter pedido desculpa de pé junto ajoelhado. Com certeza eu teria que trabalhar acordando cedo, dormindo tarde e acordando cedo novamente.

Só de pensar meus lindos braços torneados doíam, tudo bem que eu era bem forte para levantar vários pesos na academia. Mas não significa que gostaria de trabalhar em um campo.






- Falta muito? Estou ficando enjoado.





- Estamos perto, o mapa com as informações que foram me dada terminam naquela curva. Aí poderemos ver a fazenda, será como férias. - Meu pai apontou o dedo mostrando a placa que dizia que havia uma fazenda de blueberries seguindo em frente. A Fazenda parecia ficar bem escondida de tudo e todos na cidade ou que fossem visitar, literalmente, no meio do mato. Cada vez ficávamos longe da cidade grande.







Meu pai dirigiu por mais alguns metros ainda chacoalhando o carro e tivemos a visão da fazenda, não era feia nem bonita. Avistamos algumas pessoas trabalhando logo mais à frente numa espécie de trenzinho, alguns passavam caixas cheias de blueberries para colocaram na caminhonete.

Outros estavam cuidando de uns pequenos animalzinhos que corriam pela parte da frente da fazenda perto da estrada onde estávamos chegando.
Pelo o que meu pai me contou durante a viagem de carro, a fazenda também era uma distribuidora pela região do mercado Seomun em Daegu e também havia uma pequena loja. Funcionava como uma guesthouse para viajantes, voluntários e funcionários.

Para mochileiros deveria ser um dos locais preferidos para trabalhar em troca de uma cama, mas para mim seria o meu pior pesadelo. Só de pensar nos insetos nojentos me arrepio todinho.

Quando meu pai estacionou a ficha caiu literalmente, iria passar três meses naquele lugar longe dos meus amigos, da minha casa, do meu celular. Eu devo ter sido muito ruim em outra vida para poder merecer um castigo desses, tudo bem que eu acabei com a imagem dos meus pais em frente à empresa toda.

Mas eles mereciam aquele castigo, mas eu não.

Tirei o cinto de segurança suspirando fundo, não havia outro jeito mesmo. Fui até o porta-malas pegando minhas malas, estavam pesadas pela quantidade de coisa que julguei ser necessária para mim, como meu perfume da Chanel.

Percebi a olhada de alguns ali presente me causando um certo nervosismo, não gostava daqueles tipos de olhares. Como se eu fosse uma aberração, eu era linda demais.





- Boa tarde, como posso ajudar vocês? - Uma senhorinha muito educada veio até nós dois. A julgar pelo pequeno crachá que tinha na camiseta dela, deveria ser a responsável por atender as pessoas que iriam ali. Ela tinha os cabelos levemente brancos, não parecia ser muito velha, porém era uma senhorinha agradável e bem pequena.





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