O primeiro atrito

837 66 66
                                    

Taehyung.

Pelo visto começamos mal o nosso primeira encontro, eu já sabia que seria um rapaz da cidade grande como me foi informado. Mas não que seria um engomado obviamente metido e impetulante que iria dividir a MINHA cabana comigo, mal o conheço e já quero lhe dar um soco no meio da cara. Deixei muito à vista que não estava contente com sua presença ali, isso não me importava para ser honesto. Apenas queria saber quanto tempo ele ficaria na minha cabana, porque iríamos nos matar com toda certeza deste mundo.





- Começamos bem, Jeon Jungkook. Será um prazer tê-lo na minha cabana durante esse tempo. - Tirei o chapéu da cabeça debochando enquanto o cumprimentei novamente - Vai ficar quanto tempo sendo meu ilustre hóspede?





- Durante três meses viverei como escravo nesta fazenda, tudo o que eu queria para minha vida.





Encarei o mesmo que bufou enquanto desfazia as malas. Jungkook era o típico riquinho da cidade grande que gostava de esbanjar o dinheiro, reclamava se tivesse que fazer algo que não fosse compras e completamente mimado, insuportável e abusado a ponto de ser mal-criado ao responder uma pergunta.

A senhora Ahn me deu a responsabilidade de cuidar dele e auxiliá-lo nas tarefas pertinentes ao seu trabalho de voluntariado, mas pelo o que percebi ele estava ali obrigado e não por livre e espontânea vontade para ajudar. Iria ser divertido ter ele sob meu domínio, eu trabalhava na fazenda para liquidar uma antiga dívida que meus pais tinham com o dono e um dos meus deveres era cuidar dos cavalos e nisso eu era bom. Jungkook seria um desses cavalos que eu iria amansar, nada que um bom corretivo não fizesse efeito.

Ele era um gato, isso ele era.
Olha só que boquinha linda, os braços enormes e o rosto que parecia ter sido praticamente esculpido enquanto estava dentro do útero de sua mãe.
Isso vai ser divertido, e como vai.





- Você pode terminar isso depois, preciso te mostrar a fazenda para você não se perder e precisa conhecer suas tarefas. - Tirei meu chapéu colocando em cima da minha cama, tirei a caneta do bolso da camisa e peguei uma prancheta que estava em cima da mesinha para marcar tudo o que ele iria fazer. Ele me olhou com uma expressão tediosa, que olhinhos de jabuticaba lindos.





- Vocês tem água quente no chuveiro? Gosto de tomar um belo banho relaxante antes de dormir. - Ele ignorou meu comentário pegando algumas coisas deles e colocando em cima da MINHA mesinha. Perfumes, cremes e essas baboseiras todas de riquinhos.





- Está se fazendo de surdo ou você tem problemas de raciocínio? - Questionei puxando ele pelo pulso. Ele levantou num pulo rápido e assustado com a minha ação, era somente um pouco mais alto que eu e lindo demais.






- Ei, tenha cuidado com minhas roupas! - Me deu um tapa na mão- São mais caras do que o seu salário de vaqueiro!



Que vontade de mandar essa prancheta na cara desse garoto abusado, isso seria mais difícil do que pensei. Claro que eu já lidei com pessoas da cidade grande com as mesmas frescuras, viajantes que pensaram que uma fazenda é uma colônia de férias no meio do nada e até os próprios funcionários da fazenda que eram meio abusados comigo por simplesmente eu ser o mais novo deles.

Eu era o primeiro a levantar e o último a dormir, a senhora Ahn era mais que uma simples patroa para mim. Era uma segunda mãe. Sempre cuidou de mim já que eu cresci nessa fazenda ajudando meus pais a cuidarem da colheita de blueberries. Não seria um mimado da cidade grande que se acha o rei do mundo que iria me fazer de idiota ou me tratar mal por ser um ricaço, ele que me aguarde mais tarde.





Modo Avião Onde histórias criam vida. Descubra agora