capítulo 4- Eu sou intersexual.

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Natalie...

Quando eu entrei naquela loja, estava disposta a não deixar aqueles assaltantes sair dali, se não fossem presos. Quando nos aproximamos, não consegui acreditar no que eu estava vendo... Era a Priscila, eles estavam fazendo a Priscila e a menina do caixa de reféns. Não sei explicar o que senti, naquele momento, mas parecia medo, sabe? Talvez, medo que eles atirassem e matasse uma delas ou alguém da minha equipe. Não! Não era isso. Eu estava com medo que machucassem a Priscila. Mas Porque? Ah... por que eu me importo com as pessoas... é isso. Consegui fazer um "acordo" com os assaltantes e logo depois, resolvi ignorar a Priscila, por tudo que ela havia me dito. Acho que ela percebeu e não gostou. O que pra mim, era bom. Em seguida, eu estava cara a cara com ela,  ela tava com o canto da boca machucado, minha vontade era de me aproximar e limpar aquele ferimento. Mas... eu não fiz... ela me agradeceu e eu falei que só tinha feito o meu trabalho e dei as costas.

Priscila...

Eu poderia ter colocado aqueles dois patifes para dormir? Sim, poderia, mas ouvi alguém se aproximando e se fosse a polícia? Não queria que me perguntassem porque sei lutar. E pelo jeito, eu fiz certo, era a polícia. E ela estava ali, tão perto e tão longe, ao mesmo tempo. Eu preciso dizer que ela foi incrível? Acho que não, né? Por um momento, eu realmente achei que ela iria deixá-los ir embora. Mas ela foi incrível. Affss... falei, né? Enfim... ela foi impressionante. Pouco tempo depois de ouví-la falar com seus colegas pelo rádio, nos aproximamos, eu e a garota do caixa, a garota agradeceu e saiu. Nos olhamos por alguns segundos e o que consegui falar foi... obrigada! Ela falou que só fez o trabalho dela. Mas falou com algum sentimento, sabe? Como se tivesse com raiva de mim, chateada, não sei. Ela me deu as costas para ir embora e eu... Eu nem sabia mais o que tava fazendo.

Priscila: - Natalie? - a chama.

Natalie: - Oi, Priscila. - fala virando para ela.

As duas se olham por alguns segundos.

Priscila: - É... é... obrigada, mais uma vez! - fala lembrando que era melhor deixá-la ir.

Natalie: - De nada! Só fiz o meu trabalho. Passar bem! - fala séria e vai embora.

Priscila fica a olhando se distanciar. Em seguida, entra na loja para falar sobre a vaga, com a garota.

Priscila: - oi. Eu tinha vindo aqui, para saber sobre a vaga para vendedora. Ainda estão precisando? - pergunta se aproximando da moça. - me chamo Priscila pugliese, e você?

Júlia: - prazer! - aperta a sua mão. - me chamo Júlia. Olha, a vaga ainda está disponível, o salário é muito bom, tem plano de saúde, vale transporte... - é interrompida.

Priscila: - trabalham todos os dias, como é? - vai direto ao ponto.

Júlia: - trabalhamos de segunda à sábado. Você tira uma folga no meio da semana e não trabalha aos domingos. - fala simpática.

Priscila: - entendi. Olha, obrigada, tá? Mas eu estou procurando alguma coisa até a sexta. - fala e vai saindo.

Júlia: - De... nada! - quando foi responder, Priscila já estava longe. Ela saiu da loja.

Estava indo até a sua moto, quando senti alguém tocar em seu ombro e vira para ver quem é.

Priscila: - Kamily? O que você tá fazendo em Washington? - fala surpresa.

Kamily: - estou de férias do trabalho e vim passar umas semanas por aqui. Como é bom te encontrar. E o que você tá fazendo aqui? - a abraça.

Priscila: - eu estou procurando um emprego. Faz três meses que me mudei pra cá e ainda não arrumei nada. Vou continuar procurando. - fala dando-lhe um beijo em sua bochecha.

ENTRE A LEI E O AMORWhere stories live. Discover now