Capítilo 16

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Laura Miller

“Estive pensando, estive pensando...

Por que não consigo tirar meus dedos de você, querido?

Eu te quero,

Por que não consigo tirar meus dedos de você, querido?

Eu te quero...”

Beyoncé – Drunk in love

Os primeiros raios de sol atravessavam a janela e banhavam nossos corpos entrelaçados.

Eu nunca poderia ter imaginado estar deitado nos braços de Raul depois de uma longa noite de amor.

Amor.

Será que eu realmente o amava?

Eu não consegui entender, por mais que eu tentasse, como caí apaixonada por ele tão facilmente, sendo que a maioria os momentos que passamos juntos não foram nada feliz. Eu não tinha como rotular ou explicar o que acontecia quando estávamos ocupando o mesmo espaço. Eu apenas sentia.

- Acho que sou culpada de novo- um sorriso preguiçoso espalhou-se por seu rosto, ele não parecia incomodar-se com minha mania vergonhosa de observa-lo durante seu sono.

- Talvez eu goste de ser observado por você- continuou sorrindo, só que agora um pouquinho mais presunçoso- Sabe como é, faz bem para o ego.

Eu estava adorando a parte descontraída dele, fazia-me sentir confortável com se aquele fosse o lugar onde eu pertencia. Por um longo tempo eu desfrutei dessa parte dele com muitas risadas espontâneas e beijos provocantes, descobrindo uma parte de Raul que era totalmente desconhecida para o resto do mundo, ou quase isso. A parte sensível, gentil e carinhosa. A parte que fazia dele um ser humano.

Fomos tirados do mundo que criamos pelo toque do meu telefone, estendi minha mão até a cabeceira onde meu telefone estava e quase o derrubei. Olhei para o identificador de chamada e senti Raul ficar tenso atrás de mim. Eric. Parece que a hora de encarar nossa realidade havia chegado mais cedo do que o esperado. Suspirei procurando manter minha sensatez e atendi o telefone.

- Hey Eric – Disse cordialmente.

- Hey – ele parecia tão animado, senti-me mal por não corresponder seus sentimentos- Eu só liguei para saber se você está bem, eu me lembrei de seu medo em relação às tempestades- sua voz era calma e suave.

 - Sim eu estou bem – desviei meus olhos para Raul que se mantinha imóvel deitado na cama olhando fixamente para o teto- Obrigado por se importar – agradeci.

- Laura, você sabe que eu mais do que me importo...

- Eric eu sinceramente acho que essa não é a hora certa para falar sobre isso – eu o repreendi mais amigavelmente que consegui.

-Tudo bem, você está certa Laura – ele concordou – A gente se fala mais tarde, foi bom falar com você – ele se despediu e desligou o telefone antes que eu pudesse respondê-lo.

 Ainda sentada na cama de costas para Raul eu pensava nos fatos que aconteceram na minha vida, e sabe de uma coisa eu estava tão cansada desses jogos dessa pressão constante que todos a minha volta estavam fazendo sobre mim. Eu estava cansada de pensar de mais, eu queria apenas viver a minha sem ter que corresponder a expectativas de ninguém. Eu queria viver para mim, e começaria hoje.

- Eu sinto muito – minha voz era tão fraca que eu não tinha certeza que se Raul tinha me escutado.

Senti o colchão afundar-se próximo a mim e os braços quentes e musculosos de Raul me envolver e seus lábios encostarem-se à lateral do meu pescoço.

Atração irresistível ( EM EDIÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora