106-Síndrome de Asperger

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Síndrome de Asperger

Síndrome de Asperger (SA), também conhecida por Transtorno de Asperger ou simplesmente Asperger é uma condição neurológica do espectro autista caracterizada por dificuldades significativas na interação social e comunicação não-verbal, além de padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Difere de outros transtornos do espectro autista pelo desenvolvimento típico da linguagem e cognição. Embora não seja fundamental para o diagnóstico, ser fisicamente desajeitado e ter uma linguagem atípica ou excêntrica são características frequentemente citadas pelas pessoas com a síndrome. O diagnóstico com a nomenclatura de Síndrome de Asperger foi eliminado na quinta edição (2013) do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) e a síndrome foi incorporada aos transtornos do espectro autista, de grau leve. O termo técnico aplicado à Síndrome de Asperger nos manuais médicos atuais é Desordem do Espectro Autista de Nível 1, sem a presença de prejuízos intelectuais ou verbais. Existem 3 níveis de severidade no autismo, sendo 1 o mais leve, 2 o nível médio/moderado e 3 o grau mais severo.

A síndrome foi nomeada em homenagem a Hans Asperger, pediatra austríaco que em 1944 estudou e descreveu crianças nas quais, em seus cotidianos apresentavam falta de habilidades na linguagem não verbal, demonstravam limitada empatia por seus pares e eram fisicamente desajeitadas. A moderna concepção da síndrome de Asperger surgiu em 1981 e passou por um período de popularização, tornando-se um padrão diagnóstico no começo dos anos 1990. Muitas questões e controvérsias permanecem acerca de seus aspectos. Questiona-se sua distinção com o autismo de alta funcionalidade; em parte por causa disso, sua prevalência não é firmemente estabelecida.

A causa exata da síndrome é desconhecida. Embora pesquisas sugiram uma possibilidade de bases genéticas, não há causa genética conhecida e técnicas de mapeamento cerebral não identificaram resultados claros e concisos. Há vários tipos de tratamento e sua efetividade é limitada. Os recursos médicos procuram atenuar os sintomas e melhorar as habilidades. A principal delas é a terapia comportamental em déficits específicos, tais como dificuldades de comunicação, rotinas obsessivas e/ou repetitivas e movimentos desajeitados. Muitas crianças melhoram conforme caminham para a idade adulta, mas dificuldades sociais e de comunicação podem persistir. Alguns pesquisadores e indivíduos defendem uma mudança de postura em relação à síndrome no sentido de tratá-la como uma diferença, em vez de uma deficiência que deva ser tratada ou curada.

A linha que separa a Síndrome de Asperger (SA) e o Autismo de alta funcionalidade (AAF) é incerta. O transtorno do espectro autista é, até certo ponto, um artefato de como o autismo foi descoberto e pode não refletir a verdadeira natureza do espectro; problemas metodológicos tem envolvido a síndrome enquanto um diagnóstico válido desde o começo. Na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), publicado em maio de 2013, a síndrome de Asperger, enquanto um diagnóstico separado, foi eliminada e encaixada dentro do espectro autista. Assim como o diagnóstico da síndrome, a mudança é controversa e a SA não foi removida do Catálogo Internacional de Doenças (CID-10).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a Síndrome de Asperger como um dos transtornos do espectro autista ou condições do transtorno global do desenvolvimento, as quais são um espectro de condições neurológicas que se caracterizam por dificuldades na interação social e na comunicação, além de interesses restritos e comportamentos repetitivos. O Transtorno do Espectro Autista começa na infância e se instala antes dos 3 anos, tem um andamento estável, sem agravamento da condição já existente ou deterioração do funcionamento mental e geralmente apresenta melhoras que resultam da maturação de vários sistemas do cérebro. É comum que algumas pessoas e ao menos um dos pais de crianças diagnosticadas com a Síndrome de Asperger apresentem alguns traços semelhantes à síndrome, sem que preencham critérios suficientes para o diagnóstico de autismo, caracterizando o que se chama de fenótipo ampliado do autismo (FAA). Das quatro formas de Transtorno do Espectro Autista, o autismo é a mais parecida com a Síndrome de Asperger em sinais e prováveis causas, mas seu diagnóstico requer comunicação prejudicada e permite atrasos no desenvolvimento cognitivo; a Síndrome de Rett e o Transtorno desintegrativo da infância compartilham vários sinais com o autismo, mas podem ter causas não relacionadas; e o Transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação é diagnosticado quando os critérios para distúrbios mais específicos são insatisfatórios.

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