Capítulo 35

4.4K 392 35
                                    

Gabriela queria conversar com Vitória e falar tudo que estava entalado na sua garganta e principalmente pedir desculpas, mas ela não podia fazer isso com o pai dela no quarto achando que tudo se tratava de um assalto.

- Com licença, podemos entrar? - disse uma mulher morena na porta do quarto.

Victor assentiu e assim que a mulher entrou, Gabriela reparou que ela estava acompanhada de outro homem, que Gabriela já tinha visto em algum lugar, só não sabia aonde.

- Desculpa nos disseram que Vitória já podia receber visita? - disse a mulher novamente olhando para Victor.

- Já posso sim, Gio e Raul que surpresa ver vocês. - disse Vitória.

Os dois se aproximaram da cama de Vitória.

- Pai, esses dois são atores, trabalham comigo na novela. - disse Vitória.

- Prazer Raul.

- Prazer Giovana.

Assim que eles se apresentaram Gabriela se lembrou de onde conhecia os dois, era da novela que ela havia assistido uma vez. Gabriela ficou se perguntando se Raul era o tal cara que Victor tinha lhe dito que Vitória estava apaixonada antes do acidente, mas aquela conta não fechava, já que a mesma Vitória tinha dito antes de Marina aparecer que ainda a amava.

- Como você ta? - disse Giovana ao lado da cama de Vitória.

- Agora estou bem.

- Que susto vocês nos deu, serio. - disse Giovana parecendo aliviada ao ver Vitória.

- É verdade, mas agora que já esta bem, deve descansar. - disse Raul.

- E como vai a novela? Preciso voltar o mais rápido possível. - disse Vitória.

- Não se preocupe com isso, já tinhamos cenas gravadas bastante adiantadas, o autor vai dar um jeito, afinal você não teve culpa, foi um assalto. - disse Giovana.

- Assalto? - disse Vitória sem estar entendendo nada.

- É o que a imprensa está divulgando, não é? - disse Raul.

- Sim, quer dizer eu estou bem confusa e não lembro de muita coisa. - disse Vitória.

Gabriela analisava a conversa dos três perto da porta do quarto, sem querer se intrometer. Quando Giovana mencionou o assalto, Vitória olhou para Gabriela que baixou a cabeça. Para a sorte de ambas Ana chegou no meio da conversa.

- Acordou finalmente. - disse Ana se aproximando de Vitória.

- Esses são Giovana e Raul. - apresentou Vitória.

- Já nos esbarramos por ai, como vocês estão? - disse Ana.

- Tudo certo. - disse Raul.

- Tudo bem. - disse Giovana.

- Será que eu poderia conversar com a Vitória, em particular? Vocês se incomodam? - pediu Ana.

- Claro que não. - disseram os dois saindo da sala juntamente com Victor e Gabriela.

Assim que todos saíram Ana sentou ao lado da cama de Vitória.

- A polícia vai vir te interrogar daqui a pouco. E eu quero te contar a versão que eu divulguei para a imprensa. - disse Ana.

- Então foi você que falou do assalto? - quis saber Vitória.

- Sim, é a versão que a imprensa sabe, você foi assaltada e a meliante está presa. O delegado do caso é um amigo meu, e me deve alguns favores, ele sabe da verdadeira história, mas pra imprensa vamos manter a história do assalto. Foi a forma que eu encontrei de proteger você, até porque seria muita coisa para explicar. E antes que eu esqueça Marina está presa. - disse Ana.

- O que eu faria sem você? De verdade obrigada mesmo, eu não sabia o que diria ao meu pai, a imprensa a ninguém. - disse Vitória.

- Te limita a dizer que você foi assaltada e estará tudo bem. Você teve muita sorte, que a bala não pegou outros orgãos e teve ainda mais chance de ter tido uma doadora com seu sangue. - disse Ana.

- Tive? - perguntou Vitória.

- Teve, Gabriela foi a doadora. - limitou-se a dizer Ana.

- Certo. - disse Vitória pensativa.

- Agora já vou indo que a policia esta na porta esperando para tomar o seu depoimento. - disse Ana.

- Ta bem, e mais uma vez, obrigada Aninha, te devo muito. - disse Vitória.

Os policiais tomaram o depoimento de Vitória e ela ficou extremamente cansada com todos aqueles acontecimentos no dia e seu pai pediu para ninguém mais visita-la que ela precisava descansar.

- Vamos Gabi? Eu te deixo em casa, você precisa tomar um banho, descansar. - disse Ana.

- Mas eu ainda não consegui falar com ela a sós. - lamentou-se Gabriela.

- E não vai ser hoje que vai acontecer, ela precisa descansar e você também. - disse Ana.

- Tudo bem.

Ana deu carona para Gabriela até seu apartamento.

- Você vai ficar bem? - perguntou Ana.

- Vou sim, obrigada por tudo. - disse Gabriela.

Gabriela entrou em seu apartamento e foi direto tomar um banho, ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo tinha acontecido, se alguma coisa tivesse acontecido com Vitória ela nunca iria se perdoar. Entrou no banho e deixou a água cair sob a sua cabeça por vários minutos. Deitou na cama e apagou, só acordou no dia seguinte.

Olhou no relógio e já eram 10 da manhã, pegou o celular e ligou para Celina, ela não tinha a menor condição de trabalhar sem antes conversar com Vitória e pedir desculpas.

Tomou outro banho vestiu a primeira roupa que encontrou e foi direto para o hospital. Ao chegar no quarto encontrou Victor e Vitória conversando.

- Bom dia. - disse Gabriela.

- Bom dia. - disse Victor.

- Como você esta hoje? - perguntou Gabriela para Vitória.

- Um pouco dolorido ainda, mas melhor. - disse Vitória.

-Eu preciso comprar algumas coisas e resolver outras, vou deixar você fazendo companhia para minha filha, tudo bem? - disse Victor.

- Claro, será um prazer. - disse Gabriela, era o que ela precisava para poder conversar com Vitória a sós.

- Eu volto em seguida. - disse Victor se despedindo de Vitória deixando as duas sozinhas.

- Eu quero te pedir desculpas, na verdade eu preciso, a culpa é toda minha por você ter sido baleada eu nunca deveria ter deixado Marina entrar na nossa vida, na sua, eu nunca imaginei que ela seria capaz de fazer uma coisa assim. - disse Gabriela com os olhos cheios.

- Ei, você sabe que a culpa não é sua, não fique se martirizando por isso. - disse Vitória.

- Eu sei é que só de pensar de perder você.... eu.... - tentou dizer Gabriela mas não conseguiu.

- Eu sei que você doou sangue para mim, obrigada, e por favor pare de se culpar, você não tem culpa. - disse Vitória.

- Como você soube que eu...

- Não importa, eu só quero esquecer tudo isso, e tentar voltar a minha vida normal. - disse Vitória.

- E você vai, melhor do que nunca. Você pode ficar uns tempos na minha casa se quiser, ou podemos ir para sua, o que você preferir. - disse Gabriela.

- Gabi, o que nós conversamos no café não mudou, nem vai. Como eu te falei nós como casal não funcionamos, mas ainda podemos ser amigas. - disse Vitória.

Gabriela sentiu uma punhalada direto no peito com aquelas palavras da jovem atriz e ficou sem ação.

Doce EncontroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora