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A cidade de Los Angeles reúne todos a...
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O trânsito de Nova Iorque era calmo. Permaneci imóvel com a respiração tranquila de Josh que preenchia um ar silencioso em todo o carro. Estava cada vez mais difícil encontrar um tempo para fazer o que gostávamos juntos. Trabalhávamos duramente desde há algumas semanas atrás, visto que a empresa também tinha crescido bastante de acordo com o nosso incansável desempenho. O que antes parecia chato, querer ficar em casa e curtir as férias mensais que estariam por vir parecia ser a coisa que mais queríamos viver. Eu até considerava a ideia, já que Josh e eu tínhamos um encontro e algumas pendências a sós.
Tanta coisa em um verão, agitando-se como as fortes ondas de um filme oceânico que coroam o fim de cada dia, soprando todo o calor da terra e deixando uma estação mais limpa. Todos os seres humanos conseguem se lembrar de um verão e sorrir juntamente com as memórias, encontrando o ponto exato de quando tudo mudou. Aquele dia em que cai por cima de um menino que estava perdido — mas não tanto quanto eu — me dei conta de que talvez o destino não estivesse mais em minhas mãos, nem os sentimentos. Todo mundo tem um verão favorito. Aquele foi o meu.
Não suportava a ideia de não ter como contar à minha família sobre Josh. Ele era a minha pessoa favorita, todos os dias. Peguei-me olhando para ele como uma criança que exigia colo. Tentar fugir é bem patético, mas ser pega é bem pior.
Ele sorriu.
— Como que está esse coraçãozinho ai? — olhou de relance colocando uma mão em minha perna, enquanto a outra permaneceu no volante.
— Um pouco ansioso. — respondi serena.
Ele deslizou os dedos sobre minha perna. Contorci o corpo, sentindo cócegas.
— Tudo bem? Se não estiver à vontade, me fala. — assim que ele disse pude encará-lo, gargalhando. Só queria ter um espaço mínimo entre uma risada ou outra para dizer que eu sentia apenas muitas cócegas.
Uma das principais conversas é sobre se relacionar de forma saudável, certo? Mas as pessoas sabem o que é saudável? Têm essa noção do que devem aceitar ou simplesmente recuar porque aquilo não faz bem?
Relacionamentos abusivos e tóxicos são difíceis. Vivi isso com Matteo. É preciso ter muita consciência para conseguir enxergar além deles. A maioria não possui, como eu não tinha. Josh sempre me pede permissão para fazer tudo, uma coisa que eu admiro mesmo sendo o certo. Ele sabe ser um verdadeiro príncipe e eu sou como uma preciosidade.
— Não é isso, eu só... — normalizei a voz, respirando fundo antes de parar totalmente a risada. — É que eu estava sentindo cócegas.
Josh suspirou de alívio.
— Estamos quase chegando — piscou, não hesitando em jogar um beijinho.
— Olha. — apontei para um casal que passava em frente à confeitaria M&M'S World. O menino curvou o corpo e prendeu a risada, enquanto a menina estava com um bico pelo fato de seu sorvete ter sido devorado. O típico casal fofo e engraçado que adorava brincadeiras daquele tipo.
