#MorceguinhoCerejinha
A madrugada que antecedeu a manhã seguinte fora composta por lábios vermelhos, beijos saborosos e toques travessos.
Entretanto, antes que fosse possível decretar o fim da madrugada, em minha cama eu tive a sensação de que algo dentro de mim gritava uma frase clichê dita mil vezes por papai antes que este viesse a falecer:
O amanhecer logo antes do sol nascer é o mais escuro.
De primeira, eu não conseguia compreender o que tal reflexão significava, eu sempre gostei de metáforas, meu pai insistia sobre eu ser uma. Contudo, gostar de algo não significa entendê-lo. Eu me via assim sobre os últimos acontecimentos que rondavam a minha vida.
Não que a essa altura do campeonato eu estivesse a fim de sentar, encarar o nada e buscar entender onde comecei e em que momento eu irei finalizar pontos cruciais de minha existência. Desde a morte de meu pai, eu venho vivendo no extremo, entretanto, eu nunca sei quando o limite é o suficiente. Eu sempre tento ultrapassá-lo.
Eu me lembro de ter deitado sob o peito de Dândi e, com suspiros altos por beijos viciantes e sensações novas, ter adormecido ao sentir a ponta de seus dedos desenhando linhas imaginárias em minha pele, traçando novos caminhos e descobrindo em mim lugares que eu nem ao menos sabia ou tentaria me importar com a existência e significado.
Há marcas que são totalmente esquecidas e ignoradas por mim, Dândi soa como um desbravador quando as encontra e torna-se um venerador delas.
Acho isso veemente.
07:01. Bussano alla porta che suonano come un canto infernale.
Há uma euforia quando, subitamente, jogo a coberta para fora da cama e impulsiono meu corpo para frente, longe do conforto macio de meu travesseiro e o aconchego que em um momento anterior surtia um bom efeito em minhas costas.
Acordo assustado e meu primeiro ponto fixo é a janela aberta de meu quarto. Percebo a neblina que preenche o ar, o tempo estava fechado, fazia um frio da coisinha. Eu teria me proporcionado a aproveitar mais disso se não notasse, depois de mais duas batidas na porta, mamãe abri-la cuidadosamente e me encarar.
Embora sonolento, com um olho aberto e o outro fechado por motivos óbvios, devolvo o olhar. Contudo, nossos olhares expressivos estavam recheados de significados diferentes. E no momento em que ela suspira e me olha com piedade, eu percebo que algo não está funcionando bem.
Park Minji curvou os lábios em um sorriso aconchegante, segurava o trinco da porta e seu corpo parecia um campo onde acontecia uma guerra entre entrar em meu quarto ou apenas fechar a porta e sair correndo.
— O que aconteceu?
Meu questionamento sai baixo uma vez que estou preocupado em levantar da cama e não cair por tamanho sono. Início uma busca pelo meu par de chinelos e calço assim que o encontro, eu levo meu punho fechado até meu olho esquerdo e o coço empenhado em acordar.
— Há uma pessoa na sala, ela gostaria de falar com você.
Em uma inquirição, aceno positivamente ao que minha progenitora diz. E sou rápido em caminhar até a saída do quarto, mãos em cada um de meus braços para espantar o frio da manhã que me acerta sem dó.
O braço de minha mãe recebe minha cintura ao que ela me abraça de lado e me guia pelo corredor. Nós estamos em mudez, eu sinto uma vontade tremenda de indagar o motivo pelo qual todo esse silêncio parece gritante.
Você sabe, o silêncio mais doloroso vem acompanhado de gritos internos que parecem socar o seu estômago milhares de vezes. Quase sempre, isso não é suficiente.
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ROCK MÁFIA
Fanfiction(CONCLUÍDA) Quando uma maldição perdura, o ódio e a lamúria trilham de mãos dadas o caminho de séculos e séculos por ela, enfrentando medos, receios e a morte; sua principal interferência. Dândi, vampiro e chefe da máfia italiana, é a prova - não tã...