passado

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— Os móveis ganhei do meu pai, me deu quando me mudei, pois saí de casa brigado com ele. — explica.

— Vejo que não sou a única com problemas na família. Por que vocês brigaram? — indaga arqueando uma sobrancelha.

— Se eu te contar, você não vai acreditar.

— Tudo bem, Jin, não precisa contar.

Ambos ficam em silêncio por alguns minutos. Jin pensando se realmente conta a Yuna sobre seu passado. Decide contar, pois quer que Yuna conheça mais sobre ele.

— Tudo bem,l Yuna, irei te contar. Saí por causa da minha madrasta, que dava em cima de mim, e contei para o meu pai o que estava acontecendo. Acha que acreditou no seu único filho? Não, não acreditou, preferiu acreditar naquela mulher que negou tudo. —Jin diz com rancor ao se lembrar.

— Mas e sua mãe? Seus pais são separados? — indaga curiosa.

— Minha mãe morreu num acidente de carro, quando estava indo para o trabalho. Ela era médica no pronto socorro, o carro colidiu de frente com o dela, a colisão foi tão forte que minha mãe e o motorista do outro carro morreram na hora. O motorista que colidiu com o carro de minha mãe, estava bêbado, foi o culpado, invadiu a pista dela. — diz Jin triste ao se lembrar do ocorrido.

— Nossa, Jin, eu sinto muito!

— Tudo bem, Yuna, faz dez anos que isso aconteceu. Meu pai ficou cinco anos sozinho, até conhecer essa mulher que hoje é minha madrasta.

— Seu pai ainda está com ela?

— Sim, ele veio várias vezes atrás de mim quando saí de casa, mas disse que enquanto estiver com essa mulher, não precisa me procurar mais. Por um ano meu pai tentou vir atrás de mim, todas as vezes eu o ignorei, até que desistiu de vez.

— E a sua madrasta?

— Às vezes a encontro por aí, mas não dou atenção a ela. Ainda dá em cima de mim quando me vê.

Um dos motivos por Jin não gostar muito de mulheres dando em cima de si, isso o faz lembrar de sua madrasta, o qual sente uma raiva enorme por tê-lo afastado de seu pai.

— Ela sabe aonde você mora, Jin? — indaga curiosa.

Está achando interessante o passado dele. Descobrir mais sobre seu médico e vizinho, provavelmente amigo, agora que parece que confia nela. Jin, por outro lado, está adorando também a forma como sua bela vizinha está interessada em seu passado, parece acreditar nele.

— Não, Deus me livre dela saber. Eu pedi ao meu pai para não contar a ela, ele aceitou.

— Sua madrasta deve ser bem mais velha que você.

— Não, ela tem a mesma idade que eu.

— Sério?! — Yuna fica surpresa, chegando a ficar de boca aberta. — Seu pai se interessa por mulheres mais novas?

— Que podia ser a filha dele. Só que arrumou somente ela, não teve outras. Está sendo iludido por essa mulher, tentei abrir os olhos dele, mas não acreditou em mim.

— Seu pai te deixou morar no prédio onde moramos?

Yuna o está enchendo de perguntas. Mas Jin não acha isso ruim, está gostando de ver o interesse dela.

— Não, ele não queria. Queria me ajudar, disse que não precisava da ajuda dele. Meu pai ficou com um pouco de raiva e disse que ia dar só os móveis. Teria que me virar sozinho para pagar o apartamento.

— Você já era formado na época?

— Não, faltava um ano. Quando levou minha madrasta para morar com ele, fiquei alguns meses morando sob o mesmo teto que ela. Aí resolvi contar para meu pai o que estava acontecendo, brigamos e eu vim parar aonde moro hoje.

 Epiphany (Jin)Onde histórias criam vida. Descubra agora