Capítulo 40

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"Chegamos ao fim, doendo sim"

Como diz uma grande poeta, Arlindo Cruz, poeta esse que minha esposa é apaixonada... doendo sim, queria ter mais 40 capítulos dessa história linda para dar a vocês desse lindo ship que eu sou apaixonada. Obrigada  gente!

Fiquem com esse lindo final...

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Eu provavelmente terei que pagar algumas multas de trânsito depois dessa noite, pois não parei em sinal algum, e também nem me dei ao trabalho de ver se tinha estacionado em local adequado. Mas óbvio que eu não vim correndo igual uma louca desvairada. Afinal, meus três amores estavam comigo, jamais faria algo que colocasse a vida deles em risco. Olho em volta assim que adentro o hospital, o ar gélido colidindo contra meu corpo, fazendo-me estremecer um pouco e abraçar a mim mesma em busca de me aquecer. Nem peguei um casaco. Droga, será que minha esposa e meu filho estão com frio? Eu deveria ter me preparado melhor para esse momento, sou uma péssima mãe e esposa.

— Por favor, eu preciso de ajuda, minha esposa está entrando em trabalho de parto e ela está me esperando no carro, preciso que alguém busque-a.

Começo a falar sem parar assim que chego até a recepcionista no balcão, ela demora alguns segundos para assimilar o que eu disse. Estou tão nervosa que nem consigo falar direito, devo estar parecendo uma psicopata. Olho por cima do ombro em direção a porta, sentindo vontade de correr e voltar para perto de Bianca. Será que ela sentindo alguma dor?

— Um enfermeiro irá lhe ajudar, senhora. Peço que fique calma, sua esposa precisará de você.

— Obrigada. – agradeço a loira, que nem ao menos me dei o trabalho de perguntar o nome, para logo acompanhar o rapaz asiático que se aproximou de mim com uma cadeira de rodas. — Você acha que o bebê pode escorregar para fora quando ela levantar?

Pergunto ao rapaz, que sem nem ao menos parar, olha-me como se eu tivesse três cabeças. Mantenho minha expressão apavorada, ouvindo-o soltar uma baixa risada. Qual é a graça, idiota?

— Mamãe, a mama está chorando!

Ouço a voz de Gabriel e arregalo os olhos, acelero os passos e vou na direção do carro. Mesmo de longe vejo minha esposa curvada para frente, com a cabeça apoiada no painel do carro. Meu coração dispara dentro do peito, apenas o fato de saber que ela pode estar sofrendo com as dores me deixa mal. Queria poder sentir essa dor em seu lugar. Abro a porta do carona, o som desperta a atenção de Bianca e ela olha para mim. Seus olhos castanhos cheios de água, as bochechas vermelhas e os lábios retorcidos, formando um pequeno bico.

Essa cena seria adorável de se admirar, se ela não estivesse prestes a dar à luz.

— Está sentindo alguma dor, amor? – Ela concorda com a cabeça. O enfermeiro se aproxima e eu dou espaço para que ele possa pegar Bianca. Fico apreensiva, controlando a vontade de colocar a mão por debaixo de seu vestido. Nunca se sabe, né? E se nossa filha resolver sair antes da hora? — Eu vou ficar ao seu lado, não vou sair daqui.

— Não me deixe, por favor.

— Eu não vou. – Garanto e seguro suas mãos, entrelaçando nossos dedos. — Amor... – Mordo o lábio ao senti-la apertando meus dedos, aumentando gradativamente a força. Meu rosto se contorce em uma careta de dor. Puta merda, ela é forte! — Você vai quebrar meus dedos.

Stupid Wife (RABIA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora