Epílogo

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P.O.V. Sammy

3 anos depois

  É hoje... Um dos dias mais importantes da minha profissão como ativista.

   Durante estes três anos mudei imenso. Comecei a ser vegetariana e como sempre gostei da área das ciências tornei-me ativista. Mudei-me para a França três dias depois de eu e o Nathan termos acabado. Foi difícil deixar tudo para trás e vir para um país completamente desconhecido, mas os pais do Alex acolheram-me tão bem que se tornou fácil adaptar-me e vivo com eles até os dias de hoje. De vez em quando a Tori e a Sophie vêm visitar-me juntamente com o Alex, mas não tive notícias do Nathan desde que fui embora.

   Eu mudei de número mas ele também não me tentou contactar por qualquer outro lugar. Esperei por uma mensagem dele no instagram durante meses. Ele até podia ter feito à maneira antiga e mandar uma carta. Mas não. Preferiu seguir em frente, tal como eu. Confesso que fiquei desiludida com ele mas aprendi a lidar com isso. Não tive nenhuma relação depois dele mas passei algumas noites com homens. Os franceses são um nível diferente de homem.

   Estou tão nervosa... Daqui a uns minutos vou ter a minha primeira palestra fora da Europa. Mais precisamente na Califórnia. É engraçado as surpresas que o destino nos traz. Trouxe comigo a Vicky e a minha avó juntamente com o Dan que recentemente a pediu em casamento. Mesmo eles sendo demasiado velhos para isso, fiquei super feliz. A minha avó merece. Eles acompanham-me em todas as palestras que faço e eu não poderia estar mais grata.

   Os meus amigos confirmaram-me que vêem ver-me e isso faz com que eu fique mais nervosa. Não vejo o Zack desde aquela noite mas falamos quase todos os dias.

   -Sammy é agora. Boa sorte.- a Vicky vem até mim e abraça-me

   Eu sorrio para ela e entro no palco. Os meus amigos começam a bater palmas tão alto que as pessoas olham para eles estranhamente. Aceno para eles e abro um sorriso começando o meu discurso:

   -Tive a sorte de poder viajar pela Europa e, na minha experiência, a falta de consciência é a mesma em todos os lugares. Não menos presente entre os que foram eleitos para nos liderar. Nunca existe um senso de urgência. Os nossos líderes não se estão a comportar como se estivéssemos numa emergência.
Não temos tempo para ignorar a ciência. No último ano, falei constantemente sobre o rápido declínio dos limites de emissão de carbono. Mas como continua a ser ignorado, continuarei a repetir .

   Continuei a discursar durante meia hora. Já via algumas pessoas quase a adormecer mas isso não me incomoda. Gosto do meu trabalho. Chego ao final do discurso e digo:

    Bem, estou a dizer que há esperança. Eu já vi isso. Mas não vem dos governos ou corporações, vem do povo. As pessoas que desconheciam estão a começar a acordar. E uma vez que tomamos consciência, mudamos. As pessoas podem mudar. E as pessoas estão prontas para a mudança. E essa é a esperança, porque temos democracia. E a democracia está acontecendo o tempo todo. Não apenas no dia das eleições, mas a cada segundo e a cada hora. É a opinião pública que go-

   Paro de falar quando as portas do auditório são abertas com toda a força possível. Um homem com os braços cobertos de tatuagens parece desorientado e quando fixa os olhos nos meus percebo perfeitamente quem é. Ele está aqui.

   Decidida a continuar o discurso, aclaro a garganta e prossigo:

   É a opinião pública que governa o mundo livre. De fato, todas as grandes mudanças em nossa história vieram do povo. Não precisamos esperar. Podemos começar a mudança agora mesmo. Nós, as pessoas. Obrigada.

   Todos na sala aplaudem e eu agradeço mais uma vez saindo do palco. Os meus amigos vêm a correr até mim e elogiam-me tanto que eu quase choro.

NathanOnde histórias criam vida. Descubra agora