O Anjo da Guarda

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– Presta atenção, velhote. – Esbravejou o que parecia ser o líder, ele era alto e todo cheio de tatuagem, os outros dois concordaram com ele. Meu pai parecia não querer arrumar briga com eles então simplesmente ignorou tentando passar por eles.

– Está nos ignorando!? Você pensa que é quem em seu velho idiota. – Xingou o líder, fazendo eu me assustar com seu tom, podia sentir meu coração querer pular do meu peito, eu odiava essa época do ano, só quero ir pra casa.

– Acho que ele está debochando da gente. – Deduzi-o um de seus companheiros que estava ao seu lado sem deixar meu pai responder.

– Ele merece uma lição, não é? – Zombou com um tom ameaçador, sentir os pelos do meu corpo se arrepiarem, segurei mais forte na parte de trás da camiseta de meu pai, meu corpo estava entrando em choque, olhei para os outros dois que simplesmente concordaram com o líder.

– Por favor, não machuquem o meu pai... – Pedi com a voz baixa, mas o bastante para eles me ouvirem. Só com essa simples frase, eu senti que estava preste a vomitar, sem demora eu virei o centro da atenção, me arrependi nesse momento de ter aberto a boca.

– Olha o que temos aqui, que gracinha, a gente não quer machucar o seu pai, só vamos brigar com ele um pouco. – Assegurou se abaixando um pouco para ficar do meu tamanho, mas meu pai entrou na frente cortando a conversa, o líder se levantou novamente fazendo um sinal para seus amigos que partiram para cima do meu pai o segurando que tentou se debater fazendo o bolo cair no chão, soltei um grito assustada.

– Me soltem, se você tocar nela, eu te mato. – Ameaçou meu pai tentando se soltar, olhei para ele que agora estava à minha frente, porém, desviei o olhar quando senti a mão do líder em meu rosto, meu corpo parecia ter ficado totalmente paralisado.

– Quantos anos você tem, menininha? – Perguntou enquanto eu dava um passo de alerta para trás, suspirei aliviada quando não senti mais suas mãos em mim – Não vai me responder? Ótimo. – Continuou percebendo que eu não ia o responder, fez outro sinal que fez os outros dois começarem a bater em meu pai.

– Para, por favor. – Implorei sentindo meus olhos lacrimejarem e arderem, meu pai já estava caído no chão todo machucado, meu coração estava doendo e quase pulando para fora. – Eu tenho 17 anos, estou fazendo hoje. – Respondi sua pergunta anterior.

– Que gracinha, você é tão pequena que nem parece ter essa idade. – Riu da sua conclusão enquanto eu percebia que tinham parado de bater em meu pai, suspirei aliviada, talvez, ele não fosse tão mal – Uma mocinha tão comportada merece um presente, vocês não acham rapazes? – Falou e eu podia sentir o sarcasmo em seu tom de voz, eu estava errada, ele é completamente malvado.

Olhei em volta, mas todos presentes pareciam não ver a situação e como estava de noite parecia que ninguém se importava ou enxergava, não tinha nem como correr, pois, ele com certeza iria me alcançar facilmente. Olhei para o líder que estava na minha frente novamente e percebi que ele estava mais perto e sem demora sentir novamente suas mãos em mim.

– Tire a mão de mim. – Empurrei sua mão novamente.

– Que menininha malvada, não gostei disso. – Me adverti-o fazendo eu tremer ainda mais. Sinto sua mão pesada entrar em contato com o meu rosto, o impacto foi tão forte que me fez perder o equilíbrio e cair com a bunda no chão. As lágrimas que eu estava lutando para que não caíssem, caíram molhando todo meu rosto que agora estava vermelho e dolorido do lado esquerdo. Levei meus dedos lentamente ao meu machucado, assustada.

Olho para ele e percebo que as mãos dele estão vindo em minha direção novamente, mas não para meu rosto como era de costume, mas sim para minha regata que é arrancada do meu corpo com brutalidade deixando meus seios livres no vento gelado e para seus olhos. Agora eu estava só com minha calça Jens, como uma função automática cubro com a minha mão meus seios expostos, meu pai quase desacordado dá um soco certeiro no meu agressor que se irrita e começa a bater no meu pai que agora esta no chão novamente, essa era a minha chance de fugir e pedir ajuda.

Me levantei rapidamente e corri o máximo que minhas pernas aguentavam e minha mãos ainda estavam escondendo os meus seios.

– Sua peste, volta aqui. – Escuto o grito do meu agressor me chamando, mas não paro de correr. Olho para trás vendo-o correndo na minha direção enquanto os companheiros ainda batiam em meu pai, segurei a vontade de correr até ele. Com aquela imagem, o desespero aumentou em meu peito e por estar distraída acabo batendo em um muro de músculos à minha frente, sinto o tecido entrar em contato com meus seios fazendo eles se arrepiarem.

Olho para cima encontrando um par de olhos escuros. O moço à minha frente tinha uns 2 metros de altura, ele era gigante! Seu cabelo estava amarrado em um coque solto e era raspado dos lados e comprido em cima, o que o deixando totalmente sexy em seu terno escuro. Sua pele era branca e ele parecia ter entre 23 a 30 anos. Voltei a encarar seus olhos pretos grandes, que estavam embaixo da sua sobrancelha bem definida com uma enorme e fabulosa cicatriz que ia da testa – passando pelo olho – até a bem definida bochecha. Era uma cicatriz que assustava qualquer um, sua cicatriz era grossa e bem visível em seu rosto.

– Me ajuda! Aqueles moços são malvados, eles pegaram o meu pai. – Pedi ajuda, olhei para seus olhos que agora estava me observando, seu olhar caiu e parou em meu busto nu, lembrei que estava quase nua em sua frente, apertei meus seios firmemente tentando esconder o máximo que dava. Sinto meu rosto esquentar e minha respiração ficar cada vez mais rápida.

– O que eu vou ganhar te ajudando garotinha? – Me questionou, ignorando totalmente que o meu agressor estava cada vez mais perto, era como se ele não se importasse com nada ao seu redor. Respirei o ar fresco tentando me recuperar da corrida para responde-lo.

– Meu papai me falou que quem ajuda o próximo, leva Deus no coração e faz o mundo ficar melhor, fazendo a diferença na vida de alguém. – O respondi gesticulando com a minha mão livre, lembrando das palavras de meu pai. Olho novamente pra trás, percebendo que meu agressor tinha parado de andar como se tivesse visto um fantasma e seus companheiros tinham parado de bater em meu pai e agora estavam nos observando.

– Lindas palavras, entretanto, tenho certeza que Deus já desistiu de mim e fazer a diferença não vai me fazer ganhar nada, garotinha, você deveria sentir medo de mim. – Jogou minha frase no chão e pisoteou, seu olhar tinha ficado cada vez mais intenso, mesmo com o vento gelado sobre mim era como se eu estivesse em um forno por causa do seu olhar intenso e ao mesmo tempo frio.

– Mas.... mas... – Gaguejei procurando um argumento, como se eu fosse uma palhaça ele gargalha de mim, olho para ele confusa.

– Você é mesmo uma garotinha muito estranha, te deixei sem palavras? Vamos fazer assim eu vou te proteger para sempre e você passa a me pertencer, uma troca justa. – Propôs me fazendo ficar ainda mais confusa com o seu acordo, como assim pertencer a ele.

– Como assim? Como um anjo da guarda? Não entendi. – Confessei tentando fazer ele me explicar melhor, mas ele simplesmente abriu um sorriso de lado e murmurou.

– Sim, como um anjo da guarda, não vou deixar ninguém te tocar. – Concordou comigo soltando outra gargalhada deixando seus dentes alinhados amostra, mas percebendo meu olhar perdido simplesmente murmurou: – Você irá entender no futuro, estamos de acordo garotinha? – Questionou tirando sua mão de seu bolso e a erguendo na minha frente

Anjo Bastardo Where stories live. Discover now