8 - I Don't Like To Swin!

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— SU-SUA... O QUE?! – Lena perguntou visivelmente surpresa, e um pouco alto demais, fazendo com que eu virasse para ver se suas tias tinham ouvido.

— Minha mãe. Ou a mulher que me colocou no mundo, se você preferir – respondi baixo, evitando olhar para ela – Você se lembra quantos anos você tinha quando suas tias se casaram? – perguntei no mesmo tom, dessa vez olhando para Lena, que ainda parecia abalada.

— Eu não me lembro muito bem... Na verdade, Alura não é oficialmente da família, elas não tiveram um casamento, nem no civil, ela apenas tinha uma namorada que a família não conhecia e do nada a mesma passou a morar com ela. Mas provavelmente eu tinha uns, três ou quatro anos quando isso aconteceu – Lena disse e eu assenti, ela logo arregalou os olhos provavelmente se tocando o motivo pelo qual eu havia perguntado – Foi quando deixaram você lá, certo? – seu tom de voz era pesaroso, e eu assenti de novo, desviando o olhar – Isso... Isso é.. Meu Rao, Kara. Não vou conseguir nunca mais olhar pras minhas tias. No momento eu... Eu quero... Quero matá-las! – seu tom de voz expressava o quão indignada ela estava e eu me permiti sorrir.

— Elas são sua família, Lena. Embora eu queira fazer o mesmo, você não devia odiá-las... – eu disse e ela me olhou.

— Sua mã... Alura não é da minha família, ela não tem meu sangue e nunca gostou muito de mim. Mas minha tia... Eu nunca ia imaginar que ela é alguém tão nojenta. Caramba. Deve ser por isso que ela nunca disse o nome da empresa onde trabalha – ela me olhou, ficando triste de repente – Eu sinto muito, isso é horrível. Vamos embor... – ela foi interrompida por um toque de celular, e suspirou atendendo – Fala mãe – ela disse com uma voz manhosa e eu ri baixinho, fazendo com que ela sorrisse minimamente – Mãe nós não vamos mais – eu pude ouvir os berros da sua mãe na linha. Fiz sinal para que ela colocasse a mão no microfone do celular e ela fez – O que foi?

— Nós vamos sim – eu disse e automaticamente ela arregalou os olhos.

— Claro que não Kara! Se minha tia e Alura são quem você diz ser como você pretende entr... – ela não terminou de falar pois olhava fixamente para mim, que no momento estava tentando me desviar das minhas roupas que estavam maiores que eu. Novamente eu estava no formato de uma gata – Você tem certeza? – sua voz era um sussurro preocupado, e eu inclinei a cabeça para o lado, tentando falar que sim, mas obviamente o que saiu foi um miado. Ela entendeu, suspirando e assentindo – Estou aqui na porta mãe, era brincadeira – ela desligou o telefone, pegando minhas roupas e dobrando e colocando dentro da bolsa dela, ainda parecendo meio receosa com a idéia de entrar na casa da tia – Vamos? – ela falou enquanto me pegava no colo e trancando o carro, a situação era estranha, mas eu já havia me acostumado com a estranheza da situação. Sem falar que era extremamente fofa a forma que Lena me tratava quando eu estava em formato de gata.

Ela apertou a campainha e logo ouvimos passos e Alura abriu a porta, Lena me apertou mais nos seus braços e eu quase avancei na mulher à frente. Eu queria matá-la, mas no fundo eu ainda queria conversar com ela, perguntar o que eu tinha feito de errado pra que ela pudesse ter deixado a própria filha naquele lugar horroroso. Ela abraçou Lena que desviou e foi logo entrando, deixando a mulher confusa para trás, provavelmente se eu pudesse estaria rindo disso, mas gatos não dão risada, isso é cruel. A mãe de Lena veio correndo cumprimentar a filha, abraçando-a apertada e ao mesmo tempo me esmagando também.

— Cadê sua colega de apartamento, Lena? – a mulher perguntou, olhando para trás da filha para ver se me encontrava.

— Ela estava passando mal, mamãe. Resolvi deixá-la no apartamento, outro dia você passa para conhecê-la, tudo bem? – ela perguntou, e a mulher reclamou um pouco, aceitando depois.

— Porque trouxe a gata, Lena?! Que besteira! – a mulher me encarava como se eu fosse um tijolo com olhos.

— Eu quis trazê-la, me deixe – ela disse enquanto entrava na casa e me colocando no chão, cumprimentando todos os parentes. Eu a seguia, desviando meu olhar para Alura que conversava animadamente com o resto da família.

My Little Cat! | Supercorp (G!P) | AU  • ©HuffeverOnde histórias criam vida. Descubra agora