Capítulo 06: Tomar Cuidado

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- O pai de vocês é tão idiota

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- O pai de vocês é tão idiota. Ele fica falando que vou colocar fogo na cozinha. - exclamei, enquanto passeava com as minhas filhas pelo parque. - Eu nunca faria isso. Só queimei o café e foi uma vez. Isso não quer dizer que vou incendiar a cozinha.

Eu tinha comprado aquele carrinho de gêmeas e as duas estavam deitadas aproveitando a calmaria do parque.

Olhei em volta do parque e fiquei feliz quando vi um banco.

- Ok, que eu as vezes sou desastrada, mas não a esse ponto. - falei, caminhando até o banco.

Depois de sentar no banco, eu coloquei o carrinho na minha frente e travei as rodas.

- Não conta que eu estou xingando ele para vocês. - pedi, e sorri quando Sophie fez um barulho com a boca como se estivesse concordando.

Coloquei a bolsa delas ao lado do carrinho e peguei meu celular para ver as horas. Eram 11 horas da manhã e o sol não estava tão forte.

- Elas são boas ouvintes? - uma voz masculina perguntou, me fazendo tomar um leve susto.

Virei para o lado e vi que tinha um homem sentando no banco também. Eu estava tão distraída com as meninas que nem percebi.

Ele tinha olhos castanhos, e seus cabelos eram pretos. Mesmo sentado, eu podia jurar que ele tinha a mesma altura do Bruno.

- Como?

- As meninas são boas ouvintes? - perguntou novamente, parecendo achar graça da minha confusão.

- Ah, elas são sim. - sorri, e voltei a olhar minhas filhas. - Mesmo nessa idade eu sinto que elas estão me entendendo.

- Eu tenho certeza que estão. - ele falou, chamando minha atenção para ele. - A propósito, meu nome é Adam. Adam Renault.

Reconhecendo o sobrenome, eu franzi o cenho.

- Você é parente do Damon? - perguntei, curiosa.

Se ele era da família do Bruno por que eu nunca tinha ouvido falar do mesmo?

- Sim, ele é meu tio. - respondeu.

Sabendo que o Damon só tinha um irmão, eu chutei que ele era filho do Michel e da Sarah.

- Então você é filho da Sarah?

Ele sorriu.

- Conhece ela?

- Se eu conheço? Sua mãe é maravilhosa. - falei, sendo sincera.

Ele ia falar mais alguma coisa, mas então seu celular tocou.

- Tenho que ir. - avisou, e guardou o aparelho depois de ler o que pareceu ser uma mensagem. - Ainda não sei seu nome.

- Helena. - contei.

- Helena. - repetiu meu nome como se tivesse gostado. - Que tal a gente sair um dia desses?

Adam estava me lançando um olhar com segundas intenções e eu achei melhor cortar qualquer esperança que ele tivesse.

- Não é uma boa ideia, eu sou comprometida. - falei. - Sou noiva do Bruno.

Fiquei feliz em como a palavra "noiva" saiu dos meus lábios. Eu poderia repetir ela sem cansar.

Não precisei explicar para o Adam quem era o Bruno porque ele com certeza já sabia.

Vi o momento que seu bom humor pareceu ter ido embora.

- Essas crianças são dele também? - perguntou, e seu celular tocou de novo, mas ele ignorou.

- Sim. São nossas filhas. - contei.

Ele assentiu e deu um passo para trás.

- Passei muito tempo fora. Não estou por dentro das novidades. - falou. - Mas de qualquer forma a gente vai se ver muito por aí.

Com essas palavras, Adam se afastou. Encarei minhas filhas e dei minha mão para Alexia segurar.

- Que estranho, né? - murmurei.

Nesse momento, meu celular tocou e quando peguei o aparelho, vi que era o Bruno me ligando.

- Está em casa? - foi a primeira coisa que ele perguntou quando atendi.

- Não, estou no parque. - respondi.

- Com as meninas?

- Sim. - falei. - Acabei de conhecer outro membro da sua família.

- Quem?

- Um tal de Adam. - contei.

- Você falou com ele? - perguntou, e eu percebi que seu tom mudou.

- Falei. E ele pareceu bem legal.

Bem diferente do pai dele. Michel era um homem que eu queria distância.

- Não quero que fale com ele de novo. - ele estava sério.

Franzi o cenho surpresa com sua ordem.

- Bruno, eu te amo, mas você não é meu dono.

Ele suspirou do outro lado da linha.

- Desculpa, meu amor, eu não falei nesse sentido. - explicou. - Só toma cuidado com ele.

Bruno conhecia o Adam, então se ele queria que eu ficasse esperta perto do seu primo, eu ficaria.

- Tudo bem, eu vou. - prometi, e depois de destravar o carrinho, levantei. - Vou voltar para casa. Daqui a pouco meu pai vai para o aeroporto.

- Qualquer coisa me liga. - disse.

- Eu vou, e me liga se precisar também. - falei, e encerrei a ligação.

Voltei a andar pelo parque enquanto pensava em que problemas esse Adam iria trazer.

Estava tudo bom demais para ser verdade.

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