Nota 2

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A verdade é que, na primeira vez que te vi, eu te achei um completo idiota. Você parecia uma fonte de orgulho e confiança, e eu acho que te odiava por isso. Mas na verdade, eu meio que te invejava(só um pouco).

Carta de Rock Lee para Neji quando eles começaram a namorar.

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Gaara não sabia exatamente por que tinha se forçado em cima de Rock Lee. Talvez pelo perigo, por saber que estava fazendo o que não deveria  fazer. O que prometeu não fazer.
Não que isso importasse agora, já que Lee o rejeitou sem nem hesitar, o expulsou de sua vida sem que ele nem mesmo tenha entrado.

Uma chave girou na fechadura, e ele sabia quem era sem nem mesmo ver. Kankuro. Com seu jeito bêbado de só conseguir encaixar a chave na terceira tentativa, os passos pesados, a bolsa sendo jogada em algum canto. Amava o irmão, de verdade, mas as vezes, queria matá-lo.
Ele era um bêbado. Não um bêbado tranquilo, engraçado e com um sorriso preguiçoso, que ria do próprio azar. Era um bêbado de merda. Daqueles que não nos fazem rir, que causam confusão em qualquer lugar e que descontam em seus problemas em qualquer um. Esse era Kankuro.
-Ei, Gaara - ele falou daquele jeito grogue - onde está Temari? Ela saiu com aquele idiota do Shikamaru de novo?

-Eu não sei.

-Você nunca sabe de nada, não é? Não sabe onde Temari está, não sabe que merda está fazendo da vida e não sabe largar essa merda de violino por um minuto.

Gaara engoliu aquelas palavras lentamente, tentando se convencer de que elas não faziam sentido. Não eram reais. Ele pegou seu violino e saiu da velha casa dos pais, indo para a faculdade.

Foi instantâneo. Não precisou de nenhuma palavra, nenhum olhar, nem mesmo um simples gesto. Quando as primeiras teclas daquele piano soaram, Gaara quase pôde ver através da alma de Rock Lee.
Ele estava sofrendo, estava desaparecendo em meio a dor e não podia pedir ajuda. Enquanto todos apreciavam a doce melodia que Lee tocava, Gaara se encurvava e tentava entender o que fazia aquele coração doer tanto.

Lee parecia concentrado, mas tocava com leveza. Havia tocado aquele mesmo som centenas de vezes, porque lembrava Neji. Bizarramente, não se sentia triste. Mesmo que eles nunca mais pudessem se ver. Mesmo que - mesmo com todas as cartas - Lee não ainda não tivesse as palavras certas para lhe dizer. Ele estava levando uma das coisas que Neji mais amava consigo, e isso era suficiente.

Quase involuntariamente, Gaara sacou seu violino e esperou alguns segundos para entrar em compasso com Lee, tocando o mesmo som. Anos depois, ele ainda ficaria vermelho como um pimentão se lembrando dessa atitude, mas agradeceria muito a sua coragem e falta de noção, pois foi exatamente naquele momento, em que os dois selaram - e uniram -  seus destinos.

-Eles devem te achar louco agora - Lee disse fazendo carinho nos cabelos de Gaara.

-Não é importante - ele escondeu a cabeça em seu peito - não mesmo.

Os dois estavam na cama de Rock Lee, tentando fazer suas respirações voltarem ao normal. Tentando fazer suas mentes pararem de girar.
O apartamento de Rock Lee era mobiliado de forma simples. As paredes eram quase vazias, exceto por um quadro com um pavão, e não havia nenhuma decoração encima dos móveis. A sala de estar era dividida do quarto por uma estante abarrotada de livros. O sofá era marrom, e o tapete grosso, cinza claro.

Gaara estava sentado no sofá com uma xícara de café na mão. Usava uma camisa de Rock Lee que ficava grande demais.
-Grande dia - ele murmurou e se virou para Rock Lee, que fitava o chão com uma expressão vazia - você está bem?

-Claro.

-Você não parece bem - Gaara insistiu.

-Mas eu estou.

-Mas não parece.

-Quando você vai sair daqui? Eu preciso ir em um lugar.

Gaara suspirou e apoiou a xícara na pequena mesa a sua frente.

-SAKURA! - Naruto gritou enquanto os dois corriam de um lado para o outro no campus.

-O que ela fez? - Shikamaru perguntou assim que Sasuke se aproximou do grupo de amigos.

Sasuke soltou uma risadinha.
-Comeu o bolinho dele.

Shikamaru sorriu vendo Naruto agarrar Sakura e ergue-la do chão de uma vez. Não podia evitar um sorrisinho bobo quando via os amigos juntos, alegres. É como se eles vivessem em uma bolha de felicidade.
-Você está viajando - Temari agarrou seu braço e o arrastou para um canto - pare de ficar sorrindo assim, todos vão achar que você está feliz.

-Eu estou feliz - ela beijou sua testa, e então a pontinha do seu nariz - onde você estava?

-Você sabe, resolvendo algumas coisas com Kankuro. Viu o Gaara? Eu não o acho em lugar nenhum.

Shikamaru se inclinou e abraçou sua cintura.
-Eu queria te levar num lugar especial.

-Só depois do casamento, meu amor. E eu só caso quando terminar a faculdade.

-Eu estava falando de outra coisa, não de sexo - ele sorriu maliciosamente - mas até que não é uma má idéia.

Temari o socou de leve na barriga. Um gesto que Shikamaru preferia acreditar que era de carinho. Na verdade, suas convicções não mudaram desde o ensino médio, e ainda não se importava com o temperamento de Temari, já que isso nunca o machucou de verdade.
-Que lugar?

-Segredo, mas eu acho que todos nós precisamos de um tempo, e como as férias estão chegando, eu pensei que...

-Ele se importa com os amigos, eca.

Shikamaru a beijou de novo, ainda sem acreditar que amava mesmo aquele monstrinho raivoso.

Muuuu

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Com Todas As Notas『GaaLee』★Concluída★Onde histórias criam vida. Descubra agora