Slytherin Heir - Draco Malfoy

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Os dias se passaram, e o jogo contra a Grifinoria se aproximava cada vez mais. Com todos os treinos, mais os estudos, não teve tempo de falar com Antony, mas estava salvando o concelho e pensava sobre o que iria fazer, e como iria falar.

Quando menos esperou, a oportunidade apareceu. Antony tinha a mandado uma carta no café da manha, dois dias antes do jogo da final, queria se encontrar com Aurora. Se encontraram de tarde, nos campos ao redor de Hogwarts, e foram andando juntos perto do lago.

- Queria muito falar com você sobre algo. Sei que você não vai gostar de começo, mas acho que se você pensar sobre isso, vai concordar comigo.

Aurora estreitou os olhos. Normalmente, quando ela já não gosta de uma ideia logo de cara, era quase que impossível de voltar atrás.

- Ok, pode falar.

Eles pararam, estavam do lado do lago, nas margens. Antony pegou as mãos de Aurora, olhando dentro de seus olhos.

- Não quero que jogue na final.

Por um momento, Aurora ficou calada, somente olhando Antony. Estava esperando a piada no final, ou ele dizer que era uma pegadinha. Não veio, então ela mesma deu risada:

- Ta brincando com minha cara né? Só pode.

- Não estou brincando. Não quero que jogue na final.

- E você teria algum motivo?

- Claro que tenho! - Deu um sorrisinho. - Aurora, seria muito estranho você estar jogando contra mim, sabe? Estamos juntos, não acho que seria certo.

- Não é como se um fosse matar o outro, é Quadribol. Você joga pela sua Casa, eu pela minha.

- Isso não esta certo. - Nega seriamente. - Um casal não deveria fazer isso.

Aurora levanta uma sobrancelha desafiadora:

- Eu sou membro fixo do time, Antony, se você se esqueceu, deveria lembrar. Você é um substituto, se quiser que um de nós saia do campo, tem que ser você.

O garoto fecha a cara, parecia ofendido ao máximo, suas mãos se apertaram nas de Aurora.

- Aurora, você vem de uma família muito nobre e sabe como as coisas funcionam em um relacionamento. - Ele insistiu. - O homem toma a frente, enquanto a mulher...

- Ah, vai pra bosta!

Ela sacudiu as mãos, as tirando dele, dando um passo para trás.

- Ta achando que eu sou o que hein? - Ela exclamou, irritada ao máximo, aquilo tinha sido a ultima gota de sua paciência indo direto pro ralo. - Alias, você ta achando que é o que meu? Meu dono? Vai querer colocar uma coleira em mim também?

- Aurora, nós estamos juntos, somos um casal...

- Somos sim. Um casal, e não um dono com um animal de estimação. - Estreitou os olhos, dando um passo a frente, o peitando. - Tem alguma ideia de com quem você esta falando? Eu sou Slytherin, a herdeira de todo o reino de Salazar. Acha mesmo que eu iria aceitar ordens de alguém? Acha mesmo que pode tentar me controlar?

E é dessa maneira, que se fere o orgulho de um Grifinorio.

- Eu estava tentando ajudar você, sabia? - Ele rosna. - Tentando te poupar da vergonha que vai sentir quando Grifinoria ganhar, quando eu ganhar. Somos batedores, você sabe que nosso trabalho é derrubar o outro, acha mesmo que você tem alguma chance contra mim?

Agora Aurora entendeu tudo. Ele estava com medo, com medo de Aurora o derrotar, com medo de ferir seu ego na frente de toda a escola. Sabia que Aurora era mais poderosa que ele, sabia que era mais famosa que ele, sentia que tinha que ao menos ser mais forte que ela, mas parte dele sabia que ela era realmente boa.

- Acha que é mais forte que eu. - Aurora murmura.

- Eu sei que sou.

- Acha que não posso te derrubar.

- E não pode.

No próximo segundo, Aurora deu uma batida com toda a sua força contra o peito de Antony.

O impacto foi grande, e por ter sido pego de surpresa, o menino se desequilibrou, caindo dentro do Lago Negro. Aurora cambaleou, quase indo junto, mas se colocando firme antes de cair. Viu o menino afundar, então voltar a imergir na água, os lábios tremendo de frio, o rosto vermelho de ódio.

- Que porra você pensa que esta fazendo? - Ele gritou, chamando a atenção de pessoas que estavam por ai.

- Te derrubo em terra, e no jogo, vou te mostrar que te derrubo no ar também! - Aurora exclama, irritada.

Saiu dali batendo o pé, tão irritada que se sentia cega, não via nada em sua frente além de seu ódio, e saiu trombando com qualquer um que se metesse em seu caminho. Foi diretamente para as masmorras, morrendo de ódio, mas quando o quadro se abriu para ela, topou com quem menos queria. Anna a deu um sorrisinho falso:

- Ola querida.

- Sai da porra da minha frente agora, sua loira desgraçada!

Passou trombando no ombro da menina, quase a derrubando.

- Por Merlin! - Anna exclamou, irritada. - Qual o seu problema, garota?

Aurora virou no mesmo momento, puxando a varinha com rapidez. Enfiou bem debaixo do queixo de Anna, a encarando com tanto ódio que fez a menina travar no lugar:

- Quer saber meu problema? No momento, o meu problema é você, que esta na porcaria da minha frente e fica enchendo a porra do meu saco. Então quando eu digo, sai da minha frente, eu acho melhor você sair, por que dessa vez foi um encontrão, da próxima eu vou passar por cima de você. Sem dó.

Aurora girou nos calcanhares, voltando para seu caminho. Anna respirava rapidamente, mas ligada pela raiva, saiu dali rapidamente, indo encontrar Draco nos bancos do patio de trás da escola, como tinham combinado, quando chegou lá, estava tão irritada que nem ligou para dizer oi:

- Qual é o problema daquela garota?

Draco a olhou, surpreso:

- Do que você esta falando?

- Estou falando da sua amiguinha, Aurora. Qual é a porra do problema dela?

- Que aconteceu com a Aurora? - Draco se levanta.

- Tirando o fato de que ela é uma escrota?

Draco torceu o nariz:

- Não fala assim dela.

- Draco, aquela menina trombou comigo, me insultou, ainda enfiou a varinha bem na minha cara! - Exclamou.

- Por que ela fez isso?

- Por que ela é louca, Draco! Não quero você com ela mais. - Cruzou os braços.

- É a Aurora, ela não faria isso sem motivo nenhum. - Draco defende. - Vou falar com ela.

- Mas Draco...

- Eu sou o melhor amigo dela, ela pode estar precisando de mim. Tenho que ver se ela precisa de algo, foi mal.

E pela primeira vez, ele negava Anna fora de seu primeiro lugar na prioridade.

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