Slytherin Heir - Draco Malfoy

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Madame Ponfrey deu duas semanas para que Aurora fique completamente bem para poder sair da enfermaria sem ter problemas, o que iria causar duas semanas de faltas e deveres acumulados. Os amigos eram de muita ajuda, levavam os deveres ate a enfermaria todo o dia para que eles pudessem fazer e não ficar sem nota, e Blasio ajudava muito a faze-los entender tudo, assim não ficavam tão para trás do resto da classe.

Draco e Pansy trocavam de turno as vezes, ele saia para tomar banho e pegar roupas limpas para ele e Aurora, enquanto Pansy ficava com Aurora, e a garota teve ate que ajudar a amiga a tomar banho na primeira semana. Aurora odiou, mas teve que aceitar a ajuda já que se sentia muito tonta para fazer isso sozinha.

Na segunda semana Aurora já se sentia extremamente melhor, na verdade, sentia que estava 100% e pronta para voltar a ativa, mas nem Madame Ponfrey e muito menos Draco concordavam com aquilo.

Era de noite, Draco já tinha voltado para a enfermaria e Pansy já tinha sido dispensada contra sua vontade. Draco tinha convencido Madame Ponfrey que dormir na cadeira era terrível de mais, então conseguiu empurrar uma cama vazia para mais perto da de Aurora, colando junto com a dela, era mais confortável quando não tinham que ficar se apertando, e Madame Ponfrey soube que tentar os impedir seria um caso perdido, tinha tentado por dois dias, mas sempre amanhecia com Draco apertado na cama de Aurora do mesmo jeito.

Harry tinha sido dispensado a tempos, mas outras pessoas entraram na enfermaria, dois meninos que aparentemente tiveram um problema com poções e estavam todos cheios de bolhas, e uma menina que tinha entrado em uma briga e perdeu miseravelmente.

Draco e Aurora já estavam embolados nas cobertas das camas conjuntas, o frio do inverno chegava rapidamente, e quanto mais frio ficava, mais juntos eles ficavam, se abraçando na cama do mesmo modo que faziam todo o inverno desde que são crianças.

- Vou falar com Madame Ponfrey amanha, para ver se ela não me libera logo. - Aurora comenta. - Quero voltar logo a fazer as coisas, eu cansei de ficar presa aqui.

- Mas é pro seu bem. - Ele lembra. - Estou com a Ponfrey nessa, você realmente precisa descansar.

- Draco eu estou descansando a duas semanas, me disseram que ia ser só uma. Vocês se preocupam de mais, sabia disso?

- Diz isso por que não viu como foi. - Só de lembrar um arrepio passou por seu corpo. - Ta bom que o acidente foi com você, mas ver... Tenho certeza que por um minuto meu coração parou quando eu te vi caindo daquele jeito, acho que nunca senti tanto medo daquele jeito. É o tipo de coisa que não da pra esquecer.

- Draco... - Ela levanta a cabeça, o olhando. - Já passou, esta tudo bem agora.

- Não esta. - Garantiu. - Não esta nem perto de tudo bem, o acidente foi feio de mais Aurora, de verdade. Você vai voltar pro campo depois disso, e eu sei que eu vou surtar cada jogo. Não quero mais te ver machucada daquele jeito.

Ela queria dizer que não iria mais se machucar, mas não podia prometer coisas assim. Somente abraçou o menino, ficando calada ali, pensando.

Foi quando Snape entrou na enfermaria rapidamente, a capa esvoaçando atrás dele. Andou rapidamente ate a sala de Madame Ponfrey e entrou sem pedir permissão, eles conversaram algo, e logo depois Snape saiu, tão apressado quanto entrou. Madame Ponfrey correu para a porta, a trancando bem e começou a jogar feitiços, falou por cima do ombro:

- Fechem as janelas, agora, tranquem tudo!

- O que esta acontecendo? - Aurora pergunta.

- O assassino, Sirius Black, foi visto dentro do castelo. Tranquem as janelas, vamos!

Draco pula de pé, ajudando a fechar as coisas. Aurora consegue se levantar, foi fechando as cortinas, os três outros pacientes foram ajudando também. Madame Ponfrey passou fazendo feitiços de proteção nas janelas para que não sejam quebradas facilmente, e então, ela mandou todos se juntarem:

- O resto da escola esta junta, não acho que sera bom mover feridos, então vamos ficar aqui. Vamos ficar juntos, quietos, e esperar o professor Snape voltar para nos liberar. Quero todos em suas camas, sem fazer barulhos, varinhas por perto.

A menina da briga estava chorosa de medo, mas ficou calada, todos os outros voltaram para suas camas bem quietinhos, as varinhas na mão, mas ninguém conseguiu dormir, como já era de ser esperado. A enfermaria caiu em um silencio terrível de quem estava esperando algo acontecer, era como se a qualquer momento Sirius Black fosse aparecer ali, e so a ideia os fazia sentir um arrepio passar por seus corpos.

- Lembra na Festa dos Contatos? - Draco sussurrou bem baixinho. - Eu disse a vocês que meu pai estava achando que havia sinais de que Você-Sabe-Quem estava... Em algum lugar. Ele acha que Sirius Black é parte disso.

- Como assim?

- Ninguém nunca tinha fugido de Azkaban, mas do nada, ele fez. Ele não tem ninguém aqui fora, e ele foi acusado de ter denunciado os Potter. Meu pai diz que não foi ele, mas ninguém tem assim tanta certeza sobre o que é ou não é... Tudo o que aconteceu naquele tempo foi muito confuso, é o que meu pai me diz. Ele acha que ele fugir e estar por ai pode ser um sinal de que o Lorde esta por ai também.

- E seu pai não vai atrás dele mesmo assim?

- Não, não até ele saber se existe mesmo algo pra ir atrás.

- Meu pai não pode nem sonhar que esses rumores são verdadeiros, ou ele vai surtar de alegria. - Suspirou. - Meu pai sempre diz que ele queria ter chegado a tempo de se juntar aos Comensais.

- Meu pai sempre fala como se tudo tivesse sido ótimo, no tempo em que ele era.

E por um momento, eles ficaram em silencio, pensando sobre aquilo. E se fosse verdade? E se Voldemort realmente estivesse por ai? E se ele voltasse? Ambos seus pais iriam se aliar a ele, isso eles tinham certeza. Mas e eles?

- Você se aliaria a ele? - Aurora pergunta, ainda mais baixinho.

- Não acho que eu teria uma alternativa. - Ele pensa um pouco. - Não acho que ele iria aceitar um não meu, nem de ninguém.

Ela acabou por concordar, bem quietinha.

Naquela noite ela rezou pra qualquer santo que estivesse ouvindo, para que fosse so um rumor, para que ele não estivesse vivo, para que não voltasse, para que seus pais não se aliassem, para que ela não seja obrigada a se envolver nisso.

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