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A mansão Malfoy nunca foi um lugar tão acolhedor quanto naquele momento. Tinham se juntado e aparatado direto na porta da mansão, entraram rapidamente e atravessaram a propriedade, indo direto para dentro. Quando se viram dentro de um lugar conhecido, puderam respirar fundo, finalmente sentindo que estava tudo bem, ou pelo menos, que estavam seguros.

- Eu quero ouvir exatamente o que aconteceu nessa noite. - Dante disse, seus olhos em Aurora e Oliver.

E eles não se negaram de falar. Começaram a contar tudinho, indo sobre cada detalhe do que aconteceu com cada um deles. Todos ouviram com atenção, em silencio, e no fim, os adultos pareciam muito preocupados com o que ouve.

- Melhor todos irem para suas camas agora. - Narcisa diz. - Se limparem e irem dormir.

Não iriam fazer nada disso, mas os cinco foram apressados direto lá para cima. Entraram no quarto de Draco, se fechando ali, queriam passar pelos acontecimentos mais uma vez, agora so eles. Oliver e Aurora foram bombardeados com mais questões dos amigos, e eles recontaram tudo, pontuando cada acontecimento mais uma vez. No final, todos estavam tão afobados e confusos como se tivessem acabado de viver tudo de novo.

- Que sorte que meu pai estava lá na hora. - Draco suspira, aliviado.

- De mais, acho que eles teriam atacado a gente pra valer se não tivessem visto a marca. - Aurora concorda prontamente.

- É melhor a gente ir tomar banho e dormir, eu realmente estou acabado por hoje. - Oliver se levanta, bocejando. - Vou dormir no quarto que estou mesmo, pela cama, preciso descansar muito pra tirar o que ouve hoje da minha cabeça.

E todos concordaram que iriam fazer o mesmo, normalmente quando dormiam juntos as duas meninas pegavam a cama, o resto se arrumava em colchões no chão ao redor, hoje era o tipo de noite que eles queriam todos um lugar mais confortável que pudessem ter.

Aurora foi direto para o chuveiro, sentiu que se entrasse na banheira iria dormir ali dentro sem querer, então não quis arriscar. Tomou um banho longo, esfregando toda a sujeira fora, tirando o cheiro de fumaça dela. Colocou uma calça preta de pijama e um moletom azul claro, meias, e secou o cabelo. Desligou a luz do quarto e foi para a cama, se enfiando debaixo das cobertas.

Assim que fechou os olhos, as cenas do fogo voltaram em sua mente mais uma vez.

Se revirou uns 20 minutos até finalmente conseguir pegar no sono. Seus sonhos eram cheios de chamas, tudo pegava fogo, a fumaça borrava sua visão, não importava para aonde ela corresse o fogo a seguia. Acordou em um pulo, suando de nervoso, olhou para o relógio na parede, não era nem três da manha ainda.

Bufou, voltando a se deitar, mas cada vez que fechava os olhos a mesma cena voltada, cada vez mais forte e mais permanente. Não tinha como dormir assim. Levantou, iria pegar água e ver se ajudava.

Desceu na pontinha dos pés, nem colocou sapatos para não fazer muito barulho. Foi sorrateira pelas escadas, se agarrando no corrimão para não cair, e tomando a esquerda, foi pelo corredor direto na cozinha. Estava tudo escuro, um breu, Aurora foi com cuidado pelo lugar para não bater em nada, abriu a geladeira e pegou uma garrafa d'água, deixou encima do balcão e pegou um copo.

Assim que encheu seu copo de água, ela ouviu passos chegando perto, e logo, uma luzinha de varinha se acendeu.

- Ta fazendo o que?

Era Draco.

O garoto tinha cara de sono, vestia uma calça de pijama cinza e uma camisa preta de mangas longas, calçava meias, e seu cabelo estava todo bagunçado. A varinha na mão produzia uma luzinha brilhante, que fez Aurora piscar para seus olhos se adaptarem.

- Não consigo dormir, vim pegar água. E você?

- Acordei com sede. - Ele balança a varinha, a luz apagou. - Por que não consegue dormir?

- Pesadelos... - Ela observou o menino pegando um copo e vindo para seu lado, pegando a garrafa da mesa e enchendo. - Não consigo dormir com eles, estão me atormentando. Eu fecho os olhos e vejo a tenda com fogo, aonde eu fiquei, no sonho não consigo sair, eu corro sem parar, mas não consigo achar saída nenhuma. O fogo cresce, esta em todo o lugar, a fumaça... - Suspirou. - É um inferno, literalmente.

Draco a escuta pacientemente enquanto bebericava sua água, estendeu uma mão, tocando o braço da menina.

- Pode dormir comigo hoje, talvez se sinta melhor se não estiver sozinha.

Aurora concorda, ela não queria ficar sozinha mais, não se sentia nada bem com aquilo e sentia que se voltasse ao seu quarto, sozinha, sem nenhum barulho e nem nada para pensar ou a distrair, os pesadelos iam voltar.

- Obrigada.

- Por... - Eles ouviram passos, as vozes eram dos pais de Draco. - Abaixa.

Eles se abaixam rapidamente para trás da bancada. Com uma batidinha de varinha os dois copos e a jarra de água somem, os copos foram para a pia, a jarra de água de volta para a geladeira. Eles ficaram em silencio total, quietinhos ali.

- Pode ter sido somente um ataque, temos que admitir. - Narcisa ia dizendo baixinho. - Mas pode ter sido um sinal, você não pode negar.

- Eu sei que pode. - Lucio dizia. - Mas a questão é, será que nós queremos ouvir esse sinal?

Eles estavam chegando perto, assim que se aproximaram da bancada Draco e Aurora engatinharam para o outro lado dela, antes que os adultos pudessem os ver. A geladeira foi aberta, a jarra de água saiu, Narcisa pegou dois copos e eles se encostaram ali na bancada, do outro lado.

- Como assim? - A mulher perguntou. - Lucio, desde o ano passado estamos vendo sinais do que pode ser uma volta do Lorde, hoje, com aquele ataque e com a Marca... Talvez seja somente um bando de desocupados querendo mostrar que os Comensais ainda estão por ai, que são poderosos e não se foram junto com o Lorde. Mas pode ser um sinal, um sinal de que o Lorde esta por ai, em algum lugar, que esta ficando mais forte e que vai voltar.

- E se não for nada? - Lucio perguntou.

- E se for? - Ela insistiu. - Nós fomos uma das famílias mais bem vistas nos olhos do Lorde das Trevas, nós somos a elite mais próxima dele. Se ele estiver por ai, se isso for um sinal e se ele voltar, e nós não tivermos seguido seus sinais... O que ele dirá de nós? O que fará conosco? O que fará com as crianças?

Um silencio cobriu o lugar, Draco deu uma espiada, eles estavam de costas para a porta. Agarrou a mão de Aurora e saiu sorrateiramente dali, passando pela porta a fora e correndo direto para as escadas. Subiram pulando de dois em dois degraus, correram para o corredor do quarto de Draco e entraram em sua porta, fechando rapidamente e o mais silenciosamente que poderiam.

Respiraram fundo, se olhando.

- Acha que ele vai procurar o Lorde? - Aurora sussurra, baixinho. - Sua mãe tem um ponto, se vocês não forem procura-lo, se não seguirem os sinais, e ele realmente voltar...

- Eu não sei. - Draco respira fundo. - Não sei. Não acho que meu pai vai ouvir minha mãe assim, só por ouvir, ele vai ter que achar uma boa razão por ele mesmo.

- E se não achar?

Draco da de ombros, ele não tinha ideia do que poderia acontecer.

- Melhor dormimos.

Ela concorda, morrendo de cansaço.

Eles foram em direção a cama de Draco, se enfiando debaixo de suas cobertas escuras. Aurora se encolhe ali, fechando os olhos. As chamas voltaram, a fazendo tremer. Sentiu os braços de Draco a envolverem, um por sua cintura, um debaixo de sua cabeça, a dando apoio. Ela esticou os braços também, o abraçando ali.

- Eu sei que o que aconteceu hoje a noite foi um horror traumático... - Ele murmurou baixinho. - Mas passou Aurora, já passou. Estamos aqui, você achou Oliver, nossos pais acharam vocês, estamos de volta em casa. Passou.

Ela suspirou, se agarrando em suas palavras.

Ainda de olhos fechados, as chamas se foram.

🐉

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Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora