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Já dentro da Câmara Secreta, subiram para a boca de Salazar, aonde entraram pela primeira vez na imensa sala aonde antes foi posto do Basilisco.

Por um breve momento eles ficaram ali parados na sala, ascenderam luzes nas pontas de suas varinhas pois o lugar não tinha nenhum tipo de luz ou tochas para queimar.

A sala era ainda maior do que o Grande Salão, muito maior mesmo, e as velhas peles de cobra estavam ali jogadas ao chão, as peles que o Basilisco trocou até chegar em seu último estado.

- Melhor tirarmos daqui, as cobras não devem gostar de ter as peles mortas de um Basilisco morto com elas. - Blasio lembra.

- Não mesmo - Aurora agitou a varinha, as peles se enrolaram umas nas outras até desaparecerem dali por magia. - Oli e Draco começam o ninho, vamos soltar as cobras.

Oliver e Draco eram os melhores em feitiços de criação, por isso se juntaram no meio do lugar, fechando os olhos e imaginando o que precisavam criar.

No momento em que começaram a mover suas varinhas as coisas foram aparecendo, galhos de cores de árvores diferentes, escuras e mais claras, folhas longas e saudáveis, areia, terra molhada. Ambos estavam muito concentrados em cada movimento que faziam, e logo, o lugar estava como um imenso terreno de floresta, só que sem as árvores e mais escuro.

- Pronto. - Oliver diz.

- Vamos soltar as cobras. - Draco diz tirando a capa.

Todos fazem o mesmo, colocaram as capas no chão, sujando de terra e folhas, mas isso era de menos. Aurora chamou alto, para que as cobras dentro dos bolsos encantados pudessem ouvir:

- Venham!

A resposta foi imediata, elas obedeceram com firmeza. Dos bolsos das vestes foi saindo as cobras, deslizando rapidamente para fora, passando para a terra e explorando o lugar. Demorou alguns minutos, mas logo todas as cobras estavam para fora, se espalhando pelo lugar.

- Do que mais vocês precisam? - Aurora pede.

- Estamos todas alimentadas, comeremos daqui a dias. - Uma delas falou.

- Iremos providenciar quando o tempo chegar. Algo mais?

- O lugar precisa ser mais morno para o ovo chocar.

Aurora não sabia sobre isso, mas não ia discutir. Um rápido feitiço fez o lugar sair do gelado, deixando as coisas um pouco mais quentinhas, e todos puderam ver a diferença, as cobras já pareciam mais felizes em estarem ali.

- Algo a mais?

- Não. - Um coro de sibilos foi ouvido.

- Então é hora de verem o ovo que irão cuidar.

Aurora se virou para os amigos:

- Estão todas alimentadas, cobras comem de 15 em 15 dias já que são adultas, vamos marcar o tempo para não perdemos.

- Hora de darmos o ovo a elas? - Pansy pergunta.

- Sim.

Oliver pega a caixinha que guardava, abriu e pegou o ovo, passando para Aurora. Longe deles querer enfiar a mão no meio daquelas cobras.

Aurora pegou o ovo e se moveu, indo para o meio do lugar e mostrando o ovo para todas, que estavam a olhando com total atenção:

- Este ovo não deve ser quebrado ou ingerido, eu quero que ele esteja perfeito, sempre. O trabalho de vocês é como eu disse antes, cuidem do ovo, o choquem, e é isso. Todos de acordo?

O sibilo foi alto, que fez os outros amigos se encolherem, mas Aurora continuou firme, ouvindo as concordâncias. Então, colocou o ovo no chão, e sem demora, já sentiu as cobras passando por entre seus pés, indo para cima do ovo.

Ela ficou reta, observando como todos os outros, as cobras rodearam o ovo, se aninhando com ele. Aurora pulou pra fora dali, deixando que as cobras cuidassem daquilo, e foi rapidinha para perto dos amigos, sendo recebida pela mão de Draco que se enlaçou na dela.

- E agora? - Blasio pergunta.

- Agora nós esperamos. - Aurora diz. - Não sei quanto tempo demora pra isso rolar, talvez alguns dias...

- Amanhã nós voltamos pra checar. - Oliver diz, animado.

Todos concordam, e saem dali, fechando a grande porta atrás deles. O som das cobras ainda era ouvido do corredor da pequena casa, mas Aurora não ouviu nenhuma reclamação delas, na verdade, elas pareciam estar gostando do lugar.

- Acha que estamos fazendo a coisa certa? - Pansy questiona.

Todos tinham a mesma pergunta no fundo da mente. Estavam criando um monstro, um monstro que somente um deles poderia controlar, um monstro que nenhum deles poderia nem olhar nos olhos.

- Já estamos fazendo. - Oliver diz. - Ja fizemos tudo o que tínhamos que fazer, agora é só esperar.

- Vamos conseguir dar conta. - Draco garante, afagando os dedos de Aurora. - Aurora vai controlar ele, e temos os livros de Salazar para nos ajudar.

Eles todos concordaram, sabendo que aquilo era verdade. Mais animados e confiantes, eles foram para fora do lugar, já era quase o horário do jantar, ainda tinham uma vida na escola para se preocuparem.

Pelo resto da noite eles se comportaram normalmente para não subir suspeitas de ninguém, e funcionou, nenhuma outra pessoa desconfiou de nada que pudesse estar acontecendo. Quando voltaram do jantar, se sentaram juntos no Salão Comunal, perto da fogueira, todos imaginando o que estava acontecendo lá dentro da Câmara Secreta, e como o ovo estaria.

- De uma coisa eu sei, eu dou um mês e teremos o triplo de cobras. - Blasio avisa. - Elas vão reproduzir logo, até o natal teremos uma legião de cobras lá dentro.

- Temos sorte que a sala é grande, tem lugar o bastante para muito mais. - Pansy diz.

- Ano que vem teremos o bastante pra atacar a escola todinha, quero ver se não ganhamos a Taça das Casas. - Oliver brinca. - Ei, Aurora! Lembra do segundo ano quando aquele menino disse que você estava criando um monstro na Câmara Secreta? Te parou no corredor e tudo mais?

- E não é que ele estava certo mesmo! - Aurora da risada, lembrando. - Só estava vendo o futuro, Professora Trelawne vai ficar orgulhosa dele.

- Acho que tenho que me desculpar pelo soco então. - Draco lembra.

- Errou feio Draco, puts. - Oliver maneia a cabeça.

- Mas agora uma coisa real. - Blasio abaixa a voz. - Que é que vamos fazer quando o Basilisco estiver grande?

Um momento de silêncio.

Eles queriam um Basilisco, queriam treinar o Basilisco e queriam que o Basilisco fosse melhor do que o último que estava ali. Mas não tinham ideia do que iriam fazer com aquele animal quando ele estivesse grande. Não queriam atacar ninguém, e muito menos matar trouxas.

No fundo, todos eles se sentiam meio mal pelo primeiro Basilisco ter morrido lá dentro, por ter seguido as ordens de alguém tão ruim quanto o de Voldemort. De algum jeito, eles sentiam que fazendo o certo com aquele Basilisco que iria nascer, seria como se redimir com o que não puderam ajudar.

- Vamos treinar ele pra proteção. - Aurora diz. - E quando terminarmos a escola iremos o deixar como herança, assim como Salazar fez, meus futuros herdeiros poderão o encontrar.

A ideia os animou, pensando em outras crianças como eles, crianças animadas e curiosas descobrindo sobre o passado, sobre o que poderiam ter.

Sorriram, sem imaginar o tamanho da história que estavam fazendo.

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Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora