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Aurora dava passos rapidos, seus sapatos negros com saltinhos pequenos faziam barulho em sua corridinha pelos corredores. Tinha pressa, muita pressa.

Tinha ido ate a sala de Snape e ele não estava, também não estava em sua sala de aula, então ele deveria estar na sala do quarto andar, aonde dava aulas de poções as vezes, quando as poções sofriam mudanças climaticas, ele usava as grandes janelas para mostrar as diferenças no sol e fora dele. Sendo assim, era para lá que Aurora estava se apressando.

Dito e feito, Aurora chegou ao quarto antes, parou na frente da porta negra e já podia ouvir a voz grave de Snape dando aula. Parou ali, respirou muito fundo e bateu na porta duas vezes. Silencio, Aurora não ouviu passos, mas pode ouvir a capa se movendo quando ele chegou muito perto da porta. Ela foi aberta de supetão, e a figura esguia e de capa negra foi vista:

- Senhorita Slytherin, eu estou em aula. - Disse.

- Sinto muito senhor. Eu queria te pedir ajuda em algo. - Abaixou a voz. - Tem algo estranho comigo, não sei o que é, preciso de ajuda.

- Se esta se sentindo mal, vá ate a enfermaria. - Estreitou os olhos. - Seja especifica.

- Uhm... Bem... - Espiou atras dele, os alunos estavam longe o bastante para não a ouvir. - Passei mal na noite passada e cuspi algo estranho, eu e os outros estamos tentando descobrir o que é, achamos acido dentro, e é... Bem estranho mesmo. Não sabemos o que fazer.

- Leve para Ponfrey, ela sabe descobrir essas coisas.

- Não podemos! - Ficou firme. - Achamos que isso aconteceu por que... - Abaixou ainda mais a voz. - Achamos que isso aconteceu por que eu usei muita magia de Salazar, na Camara Secreta, achamos que meu corpo esta estranhando, ou talvez repelindo, não sei. Preciso de ajuda, senhor.

Snape bufa, nada animado por ter que resolver isso para eles, mas também não podia mandar isso para Ponfrey, pois ela iria querer saber exatamente o que aconteceu na hora que Aurora passou mal, e aquilo nunca seria uma conversa boa.

- Minha aula esta terminando, me espere aqui e eu vou resolver isso. - Snape diz.

- Muito obrigada, senhor.

Snape voltou para sua aula, enquanto Aurora ficou ali no corredor, andando de um lado para o outro, esperando. Suspirou e se escorou na parede, esperando enquanto Snape dava o final de sua aula, algumas poucas pessoas passaram e a olharam feio, ela estava recebendo esses olhares desde que começou a trabalhar com Umbridge. Se não tivesse coisa mais importante para se preocupar, ela ate ficaria chateada.

Quase vinte minutos depois a porta foi aberta de novo. Aurora ficou reta mais uma vez, esperando, por ali saiu o grupo de alunos da Lufa-Lufa, talvez do segundo ano. Todos eles olharam Aurora de um jeito estranho, mas ela decidiu os ignorar. Quando o grupo tinha ido, não demorou para Snape sair também, tinha três livros grandes debaixo do braço, olhou Aurora com a frieza cotidiana que ela tanto conhecia:

- Vamos. - Mandou.

Aurora foi com ele, e eles voltaram para as masmorras, aonde entraram na sala de estudos de poções, aonde ali dentro, os amigos estavam esperando. Levantaram quando viram os dois entrando, os observando chegar. Snape parou ao lado da mesa, olhou o que tinham feito, então colocou seus livros de lado:

- O que já fizeram?

- Eu separei em três propriedades. - Draco começou a explicar. - Branco é saliva, não esta transparente por que tinha se misturado antes. O cinza é acido, mas não é acido do estomago e nem acido normal, então não foi algo que foi inserido no corpo dela. Ela formou isso, de alguma forma....

- E isso? - Apontou para o prato com liquido preto.

- Não fazemos ideia.

- Entendo. - Puxou as mangas para cima, liberando mais as mãos. - Saiam da frente.

Todos obedeceram, dando espaço para Snape. Severo Snape era conhecido como um dos melhores mestre de poções por qualquer um que ja chegou perto de uma poção, ou dele. Ele sabia exatamente como trabalhar bem e com agilidade, e historias diziam que ele foi um prodígio de poções quando era mais novo, em sua epoca de estudante, ele era o melhor, ninguém era capaz de o passar para trás.

Com os anos Snape tinha ganhado seu titulo, e fez por merecer, ele era de mais naquilo. O grupo de cinco amigos já tinha visto Snape fazendo milhares e milhares de poções em suas aulas desde que pisaram em Hogwarts e tiveram a primeira aula com ele. Viram coisas desastrosas acontecendo entre os alunos e ele concertando em segundos, viram o homem transformando um bando de ervas e liquidos estranhos em poções perfeitas, e viram ele fazer tudo isso sem mostrar dificuldade alguma.

Mas daquela vez foi diferente, eles podiam ver Snape trabalhando de verdade, uma poção que ele não conhecia, algo que ele precisava descobrir. Todos os cinco pares de olhos estavam brilhantes olhando para Snape trabalhando na frente deles, tentavam acompanhar cada movimento que ele fazia, tentando aprender cada pequena coisa.

Acharam que aquilo seria pelo menos um desafio digno de Snape, mas muito pelo contrario, o mestre de poções não demorou mais do que uma hora para descobrir a proxima coisa:

- Isso é veneno.

Os olhos se arregalaram, Aurora ficou congelada de susto.

- Alguém tentou envenenar ela? - Oliver pergunta.

- Não se sente mal? - Olhou Aurora. - Febre, fadiga, qualquer coisa.

- Não senhor.

- Qual foi a ultima coisa que comeu antes de passar mal?

- Jantar, no Grande Salão, com todos os outros. - Aurora murmura confusa. - Professor Snape, não entendo como...

- Então não foi envenenada. - Snape diz, olhou para o cotonete dentro do tubo. - Que é isso?

- Eu peguei DNA da saliva dela antes de começar. - Draco disse.

- Muito bem. - O olhou. - O que achou?

- Nada fora do normal, não tem nada.

- Entendo... - Pensou. - Se fosse veneno esterno ficaria em sua boca por três dias, pelo menos particulas dele, vocês teriam achado. Então você esta produzindo isso de alguma maneira. Que tipo de feitiço estavam fazendo? Isso não é normal.

Eles se olharam, preocupados ao maximo. Aurora engoliu em seco e começou a explicar tudo, desde os livros que acharam, ate os feitiços que ela testou. Não escondeu nada, colocou tudo as claras, se era algo sobre aquilo eles precisavam descobrir, não podia esconder informação.

Snape ouviu tudo com cuidado e atenção, prestou atenção em todos os detalhes, e no final da historia, deu um suspiro cansado:

- Eu deveria esperar que vocês fossem tentar usar feitiços assim, sem supervisão e sem treinamento apropriado. Depois de um Basilisco novo, eu não sei por que me surpreendo. - Pegou seus livros de volta. - Vamos ate a Camara Secreta, eu quero olhar os livros e entender melhor isso.

Todos eles concordaram. Depois de terem levado Snape ate a Camara para ver o Basilisco, e ele não ter os mandado pra fora da escola a ponta pés, não ter matado o Basilisco alegando ser um perigo muito grande, e não ter dito para ninguém, eles todos tinham uma confiança extrema no homem.

Ainda podiam sentir o gosto da lealdade.

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Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora